Manifesto della Proporzionalità in spagnolo


SUMÁRIO

Índice de ilustrações 04
Introdução e conceitos básicos 05

Parte 1.

Breve história evolutiva do mundo 17

Parte 2.

A idade moderna ou os últimos 500 anos 19
2.1.TRIMs-Trade related investment measures- acordo de investidores 26

Parte 3.

O Show do Jogo Mundial em que jogamos 29
Cenário 01 – Energia 30
Cenário 02 – Ambiente 31
Cenário 03 – Circuito de Feedback. Cérebro e CCF 33
Cenário 04 – Núcleo reprodutivo, família 36
Cenário 05 – Prestusuárias e agendonomia (Instituições e trabalho) 37
Cenário 06 – Organização tribal, comunitária, municipal 41
Cenário 07 – Microrregiões dentro de um estado 43
Cenário 08 – Estados de um país 43
Cenário 09 – País, comando nacional. Tipos de hegemonia ou poder 44
Cenário 10 – Países vizinhos e seus jogos triádicos 46
Cenário 11 – Países proletários ou “repúblicas do caos” 46
Cenário 12 – Países semi-industrializados, “emergentes” 47
Cenário 13 – Países pós-industriais, financistas 48
Cenário 14 – Condução planetária 49
Cenário 15 – A cultura tri-una ou o mundo virtual 50
Cenário 16 – Escatologias ou o futuro imaginado 51

Parte 4.

Manifesto 1 53
Manifesto 2 57
4.1. Comentários 59
Manifesto 3 64
4.2. Coleção de sugestões para um programa em 14 subsistemas 65
Signatários 73
Glossário 74
Bibliografia 83

 

 

 

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA

Pag.

Fig. 01. Figuração do principio tri-uno.

Fig. 02. Visão horizontal e vertical do cérebro.

Fig. 03. Visão tri-cérebro-grupal.

Fig. 04. Pirâmide tridimensional de subgrupos.

Fig. 05. Retângulo áureo, lei da proporcionalidade e curva de Gauss.

Fig. 05.1. Aproximação à proporcionalidade cujo centro é o ponto de ouro.

Fig. 06. Del monocerebrar al tricerebrar.

Fig. 07. Historia condensada do mundo.

Fig. 08. Idade Moderna e seus ciclos.

Fig. 09. A ideologia anglo-americana.

Fig. 10. Show do jogo mundial em 16 cenários ou círculos.

Fig. 11. Energia como principio tri-uno.

Fig. 12. Sistema e fluxo da energia.

Fig. 13. O tricerebrar e o CCF – Ciclo Cibernético de Feedback.

Fig. 14. O tricerebrar como definidor de três blocos de necessidades.

Fig. 15. Relações triádicas na família.

Fig. 16. Prestusuárias, agendonomia em três blocos.

Fig. 17. Evolução/constituição natural de comunidades.

Fig. 18. Ordem em que se dá a violência tri-grupal.

Fig. 19. Diferentes arranjos dos três poderes máximos em luta.

Fig. 20. Hierarquia de países.

Fig. 21. Três blocos do jogo de poder planetário.

Fig. 22. Representação teórica/virtual das três realidades.

Fig. 23. Determinismo e desejo entre dois pólos de tensão.

Fig. 24. Iscação das vítimas.

Fig. 25. Manifesto da proporcionalidade – 1.

Fig. 26. Níveis de vivência.

Fig. 27. Paradigma do comando mundial e os subgrupos que direcionam…

Fig. 28. Jogo tri-grupal da agendonomia.

Fig. 29. Manifesto da Proporcionalidade – 2.

Fig. 30. Modelo atual de município, estado, país. Modelo Proporcionalista

Fig. 31. Modelo proporcionalista de município, estado, país.

Fig. 32. Burocracia do poder econômico anglo-americano.

Fig. 33. Jogo triádico entre ramos de negócios e suas prestusuárias.

Fig. 34. Manifesto da Proporcionalidade – 3.

Fig. 35. Níveis de desenvolvimento e desempenho do tricerebrar

Fig. 36. Níveis de Agendonomia e Níveis de Vivência

Fig. 37. Gradação de desproporcionalidade/proporcionalidade

Fig. 38. Sociograma/ciclo familiar e sua culminação na vida adulta

 

INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS

 

Este Manifesto refere-se ao esgotamento do ciclo da Idade Moderna ou dos últimos 500 anos e à transição para uma Idade Pós-Moderna ou da Globalização marcada pela sua revolução microeletrônica.

Os últimos 500 anos desencadeados pela Revolução Protestante/Burguesa foram dominados pelo ordenamento do Estado, do mercado, do projeto científico e sacral-religioso feito pelos anglo-saxões, em rivalidade com outros povos europeus. Neste contexto, a partir do século XVII, impôs-se a hegemonia britânica que, após a Segunda Guerra Mundial e o Bretton Woods (tratado da nova ordem mundial que criou a ONU, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e impôs o dólar como moeda internacional para substituir a libra esterlina), teve que se submeter à hegemonia norte-americana, formando o império anglo-americano.

Este poder hegemônico imperial, com seu modelo de democracia, de livre mercado, de racionalidade e de ética messiânica protestante, sofreu ataques religiosos, científicos, econômicos e políticos de toda parte. E venceu a todos. Entre os mais notáveis fatos históricos dessa resistência derrotada podem-se destacar as guerras religiosas movidas pela Igreja Católica Romana; Napoleão Bonaparte e seu projeto imperial francês; a Primeira (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), lançadas pela Alemanha.

O último e mais importante desafio a essa hegemonia anglo-americana foi a ideologia dialética – tese, antítese, síntese – de Hegel e sua aplicação feita por Marx/Engels, visando a substituição do paradigma racionalista e neomessiânico anglo-americano, criando o correspondente experimento neomessiânico socialista liderado pela ex-URSS até 1991.

Com o colapso da URSS, rompeu-se o precário equilíbrio de poder mundial e instalou-se o triunfalismo soberbo e unilateral do bloco anglo-americano com a adesão mais explícita de Israel de cuja criação foi o patrono. Ao discurso messiânico e ideológico da lei do mais forte e do ”livre” mercado, com sua pretensão de “fim da história”, de globalização/unificação de mercados, preconizada e transformada em doutrina pelo Consenso de Washington e, em legislação, ainda que privada, pelo TRIMs (Trade Related Investment Measures – Acordo de Investidores), o mundo responde apenas com palavras de ordem e com protestos contra a globalização, isto é, com o vazio ideológico e a ausência de propostas alternativas globais.

Daí a necessidade de um novo suporte teórico/ideológico para que a humanidade se perceba de maneira nova no processo de globalização ou de transição para um novo ordenamento político, econômico e espiritual, como parte do ecossistema global: humanidade co-proprietária, co-responsável e co-criadora de um novo mundo possível. Esta nova autopercepção e interpretação inclusivista começam por um novo enfoque do planeta e de todos os seus ocupantes e elementos, chamado “Show do Jogo Mundial” – uma nova teoria da globalidade na qual cabem todos, sem excluídos e sem vítimas (ver Fig. 10). Daí deriva uma proposta de um outro mundo possível, chamada “Manifesto da Proporcionalidade” com Democracia Direta, apresentado gradualmente, como Plataforma 1, 2, 3 etc.

O Show do Jogo Mundial é um referencial (um gráfico, um mapa, um quadro organizador e processador de conceitos) para se entender o planeta e tudo o que existe nele, de forma integrada, como um grande ecossistema, uma grande rede interdependente que se autocria, se auto-organiza e se autocomplexifica triadicamente, sem fim. Para ler e entender o Show do Jogo Mundial mais facilmente, é necessário familiarizar-se com alguns conceitos básicos como o princípio tri-uno, o jogo tri-cérebro-grupal, o método da tri-unidade universal e os conceitos daí derivados, alguns apresentados a seguir e, outros, no Glossário, ao final.

O que é o princípio tri-uno ou uni-triádico?

É o macroconceito, o conceito gerador central, tomado da física quântica que comprovou que a energia existe e se move como tri-membrada, trípode, trios, três elementos que se “empurram”, se complementam, se definem, se “criam”, se enxergam, se comunicam e se ajustam entre si, em três ou mais posições rotativas num acontecer contínuo. A autoridade científica maior nessa área é Murray Gell-Mann 1 , que batizou esses três elementos de “quarks”. Estes vivem como “triplets” (trigêmeos siameses), mas fazem rodízio nas três posições, como num caleidoscópio. E, ao trocar de posição e agregar-se a outros conjuntos tri-unos em dança rotativa, criam novos eventos tri-membrados, novas relações sistêmicas e toda a evolução rumo a qualquer grau de complexidade.

“Fundo comum neutro“ quer dizer que o elemento que está nessa “terceira” posição é ambivalente, pode combinar-se, aliar-se tanto com o elemento da primeira como da segunda posição, como o nêutron do átomo, que pode “completar” tanto o próton como o elétron. “Pela rotação, cada lado se converte no seu oposto ou vai para o fundo comum neutro” – pode-se observar muito bem em política: aquele que derruba um governo “adquire” os vícios do que era seu contrário; e o governo que caiu se anula, tornando-se neutro ou passa para a oposição e “adquire” os vícios do que antes era seu oposto.

Embora inseparáveis e “cúmplices” ao longo e largo de toda sua coreografia, esses elementos tri-membrados marcam, ocupam e são três posições – positivo, opositivo (negativo, contrário) e neutro. Mais freqüentemente, eles estão em jogos de dois contra um ou de dois em competição e um terceiro em cooperação com um dos competidores, o que chamamos jogo tri-uno ou triádico, em ciclos sem fim. Todos os seres são composições sistêmicas de um mínimo de três ou mais elementos/posições/forças da energia em contínuo movimento ou jogo de inter-relações – dois em contradição/competição e um que coopera com um dos outros dois. Tudo é três em um – unidade tripartite – e cada um é sempre um de três: próton, elétron, nêutron; mãe, pai, filho; eu, tu, ele; direita, esquerda, centro; superior, médio, inferior etc.

A ciência explica isso em movimentos circulares trifásicos ou campos de três faces como “matéria-transição-antimatéria”; “ordem-transição-desordem”; “entropia-homeostase-neguentropia”. As intuições religiosas explicam o mesmo como “espírito-encarnação-matéria”; “bem-neutro-mal”; “Deus-homem-diabo” etc.

Esse princípio tri-uno da energia, não importa as denominações divinas ou diabólicas ele possa ter recebido, é a dinâmica governante ou o motor oculto da autopropulsão de toda a sinfonia universal e da história econômico-política, científica e religiosa do planeta.

Que conseqüências traz o descobrimento do princípio tri-uno e seu jogo tri-uno?

Antes, a humanidade percebia a si mesma como produto de uma causação única, “unádica”, monádica ou monolética, simples, e assim atuava por acreditar que a natureza é feita de partes sem um todo ou sem um desenho unificador. Depois, percebeu-se como produto da causação “bi-una”, diádica ou dialética e tentou atuar assim nos últimos 150 anos, porque acreditou ter descoberto a contradição como princípio motor da história. Agora começa a perceber-se como co-produto e co-criadora em co-causação tri-una, triádica ou trialética sistêmica, e terá que começar a atuar assim para sobreviver a mais longo prazo, porque acreditamos ter descoberto que a contradição, a cooperação e a neutralidade são somente os três lados de um mesmo fenômeno, as três caras de uma mesma esfinge: a energia tri-una, o ser tri-membrado, uma unidade tripartite.

Para a compreensão do Manifesto da Proporcionalidade com Democracia Direta, é muito importante distinguir esses conceitos de forma clara: “Monádico” é uma expressão que indica unidades simples e separadas na teoria e, seu correspondente modo de atuar individualista, segregacionista na prática; o termo “diádico” refere-se a “unidades” duais dispostas em duplas e, a seu correspondente modo de atuar ou de luta de opostos na prática; o termo “triádico” indica tri-unidades ou conjunto de partes dispostas em jogos de três, complementares, em combinações variáveis e, seu correspondente modo de atuar proporcionalista na prática.

O que é o jogo tri-cérebro-grupal?

– Ao descobrir que tudo se move, se relaciona, e coexiste com um mínimo de três, as neurociências começaram a redefinir o cérebro como um sistema tri-uno, tri-membrado 2 , que integra suas funções num único ciclo de informação, de criatividade e de realização.

O cérebro esquerdo se rege pela ciência e razão; suspeita da fé religiosa e despreza os negócios. O cérebro direito se rege pela intuição, credulidade e religião; condena a razão e se desinteressa pelos negócios deste mundo presente. Aqui vale recordar a máxima: “O coração (cérebro direito) tem razões que a razão desconhece” e vice-versa. O cérebro central se rege pelo trabalho e pela experiência; usa os dois primeiros na busca de sexo, poder e dinheiro – pragmatismo – até tornar-se um vício ou uma paixão que nega os outros dois cérebros ou que não se deixa convencer nem pela razão de cérebro esquerdo, nem pela fé em valores éticos e morais do cérebro direito.

Em relação a dinheiro, o cérebro direito é esbanjador, o cérebro central é economizador e o esquerdo é só teorizador. No impulso de escalar níveis sempre mais altos de oficialismo, um indivíduo ou grupo se torna cada vez mais canalha e atua cada vez mais como monstro; quando entrega, com pesar, algumas migalhas para se fazer passar por benfeitor, acaba sendo considerado um “canalha do bem”! O cérebro central tem razões/armas que as razões do cérebro esquerdo e direito desconhecem. Ele só se detém frente às armas/razões de outro cérebro central, ou seja, pela força.

Quando um sistema está na defensiva, e não na ofensiva ou conquista como descrito antes, seus três cérebros se regem de maneira diferente. O esquerdo usa a mentira, a inveja, o preconceito, a hipocrisia; o direito utiliza o orgulho, a vaidade, o esnobismo, o desprezo, a psicopatia; e o central manifesta a raiva, a paranóia, a agressão, o instinto assassino.

O cérebro central é o instinto inconsciente e determinista de sobrevivência de qualquer sistema, sendo, por isso, o favorito da energia-natureza, dos genes, do jogo triádico ou dos deuses. Porém, os três cérebros operam em conjunto e como complementos um do outro, principalmente na espécie humana. Trata-se somente de diferentes arranjos tricerebrais, com ou sem proporcionalidade.

O que faz o tricerebrar pelo sistema que o adquiriu?

O sistema tricerebral ou sistema nervoso é o “piloto” de qualquer ser. Para tal, faz uma tri-captação da realidade do entorno como sendo jogo(s) triádico(s), interpretando-o(s), recriando-o(s) ou distorcendo-o(s) para gerar estratégias vantajosas de informação, sobrevivência/reprodução e gozo, o que se pode sintetizar como busca de satisfatores tricerebrais (ver Fig. 14 e ver “satisfatores no Glossário). Gerar “estratégias” é o mesmo que criar comportamentos ou arsenais tricerebrais para maximizar os ganhos de satisfatores em tudo e qualquer jogo dentro de toda a rede tridimensional de sistemas. São três subgrupos de comportamentos que correspondem à estrutura/posição dos três cérebros de cada sistema – ou pessoa – entre os humanos. Daí o conceito tri-cérebro-grupal.

Como se dá a conexão entre os três cérebros e os três subgrupos?

Do cérebro central, que corresponde ao filho predileto da energia-natureza, deriva-se um conjunto de comportamentos cujo denominador comum é o “subgrupo oficial ou o oficialismo”, aproximadamente 25% de um todo. É um cérebro de lógica simplista porque é monádica. É a lógica da conveniência unilateral: o que é bom para mim é bom para todos; o que é bom para o patrão é bom para todos; o que é bom para os EUA é bom para todos… Critério leonino, segundo o qual o oficialismo faz o que é de sua maior conveniência, seja isso verdade ou mentira, legal ou ilegal, democrático ou não. Seu êxito é sempre autodefinido como bom, verdadeiro e santo, não importa o que aconteça com os demais. É a encarnação da ortodoxia. O oficialismo ama a grandeza, o endeusamento, sente-se predestinado e autorizado a guiar e usar indivíduos, organizações e povos, como favorito do jogo tri-cérebro-grupal que é. Se o oficialismo é moderado, justo, responsável pelo bem comum triádico incluindo o seu – se é proporcional (ver o que é proporcionalismo, mais adiante) – constitui-se numa bênção. Se for desproporcional – o máximo para ele e o mínimo para os demais – gera maldição e desgraça, inclusive para si mesmo, porque acelera a rotação triádica.

Do cérebro esquerdo se deriva um conjunto de comportamentos cujo denominador comum é o “subgrupo antioficial ou o antioficialismo”, cerca de 8% de um todo. Sua lógica é contraditória: o contrário, o diferente, a heterodoxia, o oposto ao que está aí, será uma alternativa melhor, sempre. O antioficialismo ama sentir-se profeta, proclamar desgraças e prometer redenções.

Do cérebro direito se deriva um conjunto de comportamentos cujo denominador comum é o “subgrupo oscilante ou o oscilantismo”, cerca de 62% do todo. Sua “lógica” são os provérbios. os slogans e as citações de seus livros sagrados. O oscilantismo ama ser guiado, seduzido, enganado e consolado com religiões e iscações ou promessas inalcançáveis, sempre adiadas (ver Fig. 24)..

Como tudo está em expansão e forma hierarquias, o processo tri-cérebro-grupal se desenvolve ou se expande num mínimo de quatro níveis – como uma divisão de trabalho. O nível de execução que se refere ao fazer mecânico; o nível de supervisão que se refere a animação e controle; o nível de assessoria que se refere a conhecimento técnico e planejamento; o nível de direção que se refere a decisões macroestratégicas e administração (ver “Níveis” no Glossário). Pode-se dizer que tudo é um jogo tri-cérebro-grupal para maximizar os satisfatores nos quatro níveis tricerebrais.

Pela inevitável e incessante rotação de posições, cada subgrupo/posição se converte em seu contrário ou vai para o fundo comum neutro que é o oscilante.

O que é o jogo triádico ou tri-grupal?

É o esforço que os três subgrupos formados pelos três diferentes tipos de organização tricerebral fazem para obter mais ganhos na disputa por meios de sobrevivência/reprodução, chamados agora “satisfatores tri-cérebro-grupais” – porque satisfazem às correspondentes necessidades em cada um de seus quatro níveis. O resultado de qualquer jogo depende do arranjo tricerebral do jogador individual, empresarial, nacional e de seu desempenho em cada um de seus quatro níveis.

Um dos subgrupos joga na posição oficial, que é de liderança, coordenação, comando, imposição de burocracia para mais controle de trabalho, de produção/desfrute dos satisfatores, da ordem conservadora, linear, da ortodoxia e de uma legislação que o proteja. A desigualdade lhe parece natural, quando a seu favor.

Outro dos subgrupos joga na posição antioficial, que é romântica, anarquista, herege, opositiva, competidora, crítica, desafiante, não linear, heterodoxa e de insurreição para a mudança. A desigualdade lhe parece uma aberração e uma indignidade.

O terceiro subgrupo joga na posição intermediária, chamada oscilante, que é membro/trabalhador neutro, indefinido, disponível, ambivalente como um coringa, para seguir, cooperar e favorecer quase sempre ao oficial e, algumas vezes, ao antioficial, na busca de equilíbrio do conjunto tri-uno, ainda que instável, sempre oscilando.

Tomando o átomo como exemplo, o próton seria o oficial; o elétron, o antioficial; e o nêutron, o oscilante. Em política, a direita seria o oficial; a esquerda, o antioficial; e o centro, o oscilante. Em relação ao cérebro, o tronco e miolo central (cerebelo, corpo caloso etc.) seriam o oficial-diretivo; o lado ou hemisfério esquerdo seria o antioficial informativo; e o lado ou hemisfério direito seria o oscilante-solidário. A rotação de posições sempre forma hierarquia em pirâmide triangular.

 

O que é o oficialismo?

Usamos o conceito “oficialismo” para referir-nos à soma de todos os micro, meso e macroníveis de poder de todos os jogos triádicos – desde o cérebro central, o pai ou a mãe de família; o diretor de escola; o porteiro do condomínio; o chefe da religião ou seita; o presidente do clube, do centro de investigação; o dono ou gerente da micro e macroempresa, do sistema bancário, da política local, nacional, continental e planetária – porque formam uma só hierarquia ou burocracia, instintivamente coerente no conjunto político-econômico-sacral, porque o cérebro central lhes imprime uma só vontade e um só estilo.

Como os três subgrupos são indispensáveis (veja adiante o que é oficialismo proporcional e desproporcional, bem como antioficialismo e oscilantismo) o problema é como tirar de cada subgrupo os meios ou poder para causar a desproporção (o mal) aos demais. O jogo triádico não pode ser suprimido; nenhum dos três subgrupos pode ser suprimido, como tentam em vão os ditadores e os anarquistas.

A todos os níveis de contrapoder, contracultura, contracampo, contradição ou oposição nos referimos como “ antioficialismo ”.

A todos os níveis de neutralidade, indiferença, periferia ou seguidores ambivalentes, nos referimos como “ oscilantismo ”.

Os três sofrem pressão para fugir da “minimocracia” ou entropia (decadência, pobreza, morte) e, uma atração rumo à expansão e aquisição máximas que chamamos “maximocracia” ou neguentropia (acumulação tricerebral sem fim e sem descanso). O medo da minimocracia e a imantação da maximocracia geram competição feroz, abundancia/carência, felicidade/desgraça. Nesse cenário de “luta pela sobrevivência” impõem-se os oficialistas depredadores, em cima de uns poucos e sempre vitimados opositores, e de um montão de impotentes vítimas oscilantes. Para controle dessas tendências do jogo tri-cérebro-grupal nasceram todas as utopias, todas as religiões, todas as guerras, revoluções e formas de Estado.

As “leis/regras de mercado ou de competição” são, evidentemente, as impostas pela maximocracia do oficialismo, desafiadas pelo antioficialismo atrevido, e pagas pelo saqueado oscilantismo, vitimado por sua crença ingênua no mito da competição perfeita, da sabedoria da mão invisível, e no mito da igualdade de oportunidades, onde sempre há uns poucos “mas iguais que outros”.

Que relação há entre o conceito de oficialismo, de classe social e elites?

O conceito de “classes” refere-se ao jogo triádico visualizado na dimensão vertical – alta, média, baixa, como ilustrado na Fig. 4. Porém, não há somente os três subgrupos verticais. Há divisões/jogos horizontais dentro de cada nível e, alianças transversais entre subgrupos de diferentes níveis, chamadas coalizões. Se, além de ver a Fig. 4, examinamos a Fig. 10, serão muitos mais os jogos verticais, horizontais e transversais que se podem ver e combinar no Show do Jogo Mundial, onde o conceito de classes é de aplicação muito restrita.

Ademais, o que constitui as hierarquias ou as classes são os jogos horizontais em cada nível ou cenário, dos quais resulta o posicionamento vertical entre ganhadores e perdedores. Além disso, cada uma das chamadas – classes – é, por sua vez, triádica, tem rachaduras ou facções que conduzem a coalizões transversais com outros níveis ou classes. Assim, será melhor referir-se a toda a problemática do trabalho, da distribuição da riqueza, da regulação da convivência pela política e pelas religiões, como um grande jogo mundial tridimensional de subgrupos, que se pode decompor em seus jogos triádicos menores em cada nível, em cada cenário, até a fonte de todos os jogos que é a energia tri-una, concretizada e enraizada, para nós humanos, no jogo tri-cérebro-grupal.

O conceito de “elites” se assemelha ao de classe alta em contraposição às ralés. Tem, além disso, a conotação de “os melhores”, “os de cima”, “a nobreza” etc. Mas isso só mostra o jogo triádico vertical, piramidal e impede a visão dos jogos/conflitos horizontais e a transversais. O conceito de três subgrupos abarca e explica muito mais: onde há um jogo triádico há um oficialismo, um antioficialismo e um oscilantismo, seja na colméia de abelhas, na colônia de orangotangos, na tribo, na família, na escola, na política, no mercado, numa seita religiosa etc. Vê-se por aí que “elite” é um conceito muito restrito, de aplicação somente aos subgrupos oficiais mais altos da pirâmide social, embora subgrupos oficiais existam entre as abelhas, os orangotangos, numa quadrilha, numa família, numa escola etc.

Que relação há entre o jogo triádico e a evolução por seleção natural?

 

Ambos os conceitos referem-se ao processo evolutivo. Uma diferença é que a teoria da evolução, inicialmente, referia-se à origem das espécies pelo princípio somente da competição, sem incluir o animal humano “civilizado”, enquanto a teoria do jogo triádico não separa o mundo físico, do mundo animal e do mundo “civilizado”; e o princípio que move a evolução-transformação-hierarquização não é só a competição entre dois elementos, mas a competição-indiferença-cooperação entre três elementos. A idéia de “seleção natural”, ou da vitória e sobrevivência do mais apto, supõe duas coisas: a) que há jogo triádico; b) que há um só ganhador e que os demais são perdedores. Isso se deve ao fato de que Charles Darwin era cidadão imperial britânico. Nesse reino imperial, tudo era só competição-vitória pela força e terminava com um só ganhador: o império britânico. É o princípio monádico e é a entronização do cérebro central (Fig 9). A teoria do Show do Jogo Mundial é universalmente uni-triádica, ou tri-cérebro-grupal para os humanos, e o resultado dos jogos entre os três subgrupos humanos deve ser: ganha-ganha-ganha proporcionalmente (e não: ganha-perde-perde; tampouco, ganha-ganha-perde).

 

O que é proporcionalidade?

– Pelo cérebro direito, é o belo, o harmônico, o agradável como uma obra de arte humana ou da natureza.

– Pelo cérebro esquerdo, é a lei matemática da média e extrema razão, como na ilustração abaixo, no meio, que se lê: A está para b, assim como b está para c , e vice-versa. Essa razão é de 1,618 ou seu inverso 0,618 e recebeu o símbolo F que se lê PHI ou FI.

– Pelo cérebro central, é uma ordem justa na composição das partes de um todo e na partilha dos satisfatores tri-cérebro-grupais, que está ilustrado pela tartaruga, tomada como exemplo de distribuição pela curva de sino ou curva de Gauss, à direita.

Este modelo gráfico ilustra a lei da proporcionalidade, que se representa pela média e extrema razão, ao centro do gráfico. O quadro à direita representa o retângulo áureo que expressa a mesma lei – 62% de base e 38% de altura. A tartaruga está expressando a mesma lei representada pela curva de Gauss ou curva de sino.

Há proporções, limites, medidas, parâmetros e controle para evitar os extremos em tudo, seja no hemograma, na pressão arterial, na velocidade dos veículos, no peso dos corpos e no prazo de duração de tudo. A fórmula mais universal desses limites é a lei da proporcionalidade.

Essa lei da composição/distribuição das partes de um todo pode ser percebida no formato (retângulo áureo ou seção áurea) de cartazes e livros; na arquitetura; na órbita elíptica dos planetas; na maioria dos templos etc. Os módulos proporcionais são recorrentes ou repetitivos em escala menor ou maior, como num braço: ao dobrá-lo no cotovelo (o ponto de seção/articulação dos dois módulos se chama “ponto de ouro”) temos o módulo de aproximadamente 62% (mão e antebraço),ficando o braço com aproximadamente 38%. Ao repetir a operação entre a mão e o antebraço, ao dobrar o pulso, a escala proporcional se repetirá. Isso foi o que notaram Pitágoras, Platão, Euclides, Luca Pacioli e seu amigo Leonardo da Vinci, Kepler e outros. O matemático proporcionalista Carl Friedrich Gauss defendeu isso quando propôs a lei das distribuições harmônicas pela curva em forma de sino, como na tartaruga.

Este modelo gráfico ilustra a “Proporção Áurea” ou “Ponto de Ouro” que é a distribuição em módulos ou porcentagens de aproximadamente 62% por 38%, repetitivamente, embora em diferentes escalas. A desproporção ou distanciamento do Ponto de Ouro pode dar-se em diferentes graus, como ilustrado pelos dois triângulos opostos ao centro do modelo, um com a distribuição de pessoas e outro com a distribuição de tri-satisfatores, quase sempre em razão inversa ainda que não tão simétrica, que se lê: 38% de pessoas/subgrupos com 62% de tri-satisfatores e 62% de pessoas/subgrupos com 38% de tri-satisfatores etc. Nas extremidades, se observa a desigualdade aberrante: enquanto 10% de la população se apropria de 90% dos satisfatores (riquezas) 90% da população se vê obrigada a sobreviver com 10% dos satisfatores.

A coluna dos números à direita do gráfico acima é a “série Fibonacci”: seqüência numérica em que o número seguinte é a soma dos dois anteriores – 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55 etc. Ao dividir qualquer número pelo imediatamente anterior obtém-se, aproximadamente, a relação ou razão da proporcionalidade: 1,618; a operação inversa resultaria em aproximadamente 0,618.

As diferenças entre minivivência e os demais níveis mais altos serão proporcionais se corresponderem aproximadamente à “série Fibonacci”. Esta serve também para estabelecer a diferença proporcional numa escala de ganhos mínimos (piso mínimo) e ganhos máximos (teto máximo) entre prestusuários/categorias de agendonomia (trabalho) e entre países. Nos países mais adiantados e proporcionais, a média dos ganhos mais altos é aproximadamente 21 vezes superior aos ganhos do piso mínimo (embora aí somente se considerem ganhos em dinheiro ou renda per capita ). Nos países subdesenvolvidos, a média dos ganhos dos subgrupos oficiais mais altos supera em mais de 100 vezes (!!!) os ganhos dos mais baixos dos injustiçados.

A série Fibonacci serve, também, de referencial para o princípio da equivalência: cada um tem direito a retirar tanto quanto dá de si mesmo nos diferentes níveis de prestusuarismo (produção e consumo de satisfatores). Ou seja, quem quer esforçar-se, capacitar-se e dedicar-se mais ao prestadismo (agendas prestadias) de nível 2, 3 ou 4 retirará o correspondente em satisfatores ou em valor, como usuário.

Essa lei da proporcionalidade pode estabelecer as diferenças aceitáveis, “naturais”, funcionais e de menor fricção entre vários níveis ou estratos socioeconômicos de vivência, evitando os distúrbios da igualação e desigualação máximas num país e entre países. Não valem os extremos, nem a unilateralidade. Entre o individualismo e o altruísmo ou entre o individual e o coletivo, por exemplo, não vale afirmar que se cada um cuidar de seu interesse máximo, a mão invisível ajeitará as coisas para que tudo redunde em bem comum. Haverá sempre alguma proporção que se aproxime de uns 62% para o indivíduo e 38% para o altruísmo ou o coletivo, para que seja possível uma convivência mais pacífica.

 

Como e por que se dá o distanciamento do ponto de ouro rumo à desproporcionalidade?

Como cada indivíduo e cada subgrupo buscam sempre a maximocracia – a otimização, a produtividade e os ganhos máximos para seu lado – organizam seus estratégias, meios, tecnologias e truques, que chamamos arsenais , para realizá-la.

O arsenal do oficialismo é o monopólio da força, da lei, dos satisfatores, dos meios de comunicação e da representação dos deuses, para escravizar e explorar os demais. O oficialismo impõe sua lógica monádica, segundo a qual ele é o eixo do bem, da verdade e da santidade; e todos os que lhe resistem são o eixo do mal, da mentira, do pecado e têm que ser eliminados ou derrotados. Não é a lógica da democracia, da justiça ou do bem comum como proclama, para seguir enganando: é a lógica de sua exclusiva conveniência, convertida em fim que justifica todos os meios.

O arsenal do antioficialismo tem o mesmo objetivo, mas apresentado ao inverso, como num espelho, fazendo-se passar por justiceiro, restaurador do bem, da verdade e da santidade, destruídos pelo oficialismo. Para tanto, seduz o oscilantismo e o organiza para a pressão, a clandestinidade, o terrorismo, a revolução para a derrubada e substituição do oficialismo existente.

O arsenal do oscilantismo é desejar e implorar pequenos benefícios e migalhas ao oficialismo e ao antioficialismo, alternadamente. O máximo a que chega é criar, em seu reduto geográfico, pequenas e pouco duráveis organizações, imitando as do oficialismo ou antioficialismo, como as organizações familiares, pequenas associações, quadrilhas etc.

Como o oficialismo anglo-americano prega e impõe o livre mercado, a livre iniciativa – quando sabe que vai ganhar – os demais acreditam nessa lorota e querem imitá-lo. Com isso vai-se armando mais e mais competição, mais e mais violência que só fazem distanciar mais e mais os três subgrupos do ponto de ouro da proporcionalidade.

A desproporção criada por qualquer dos três subgrupos – nesse tipo de conduta o subgrupo oficialista é quase sempre o campeão – gera anarquia, tirania, insegurança, sofrimento e ímpetos furiosos de mudança por parte dos que se sentem vítimas. A desproporção não se dá de um só golpe; ocorre ao longo de um ciclo co-evolutivo que começa proporcional; cresce aumentando a desproporção a favor do subgrupo oficial e do oficialismo ou oligarquias monopolistas de turno, e apodrece e finaliza porque outros subgrupos usam de alguma forma de violência para sacudir a violência oficialista que se tornou insuportável para eles.

Embora os ciclos de renovação-progresso-corrupção sejam inevitáveis em todo o Show do Jogo Mundial, o grau de aproximação ou distanciamento do ponto de ouro depende cada vez mais dos três subgrupos humanos. Paz, harmonia, beleza, ordem, justiça, ética são valores para a proporcionalidade na estruturação, no funcionamento, na cooperação/competição de todo e qualquer jogo triádico, para os três subgrupos de qualquer cenário, esfera e nível do Show do Jogo Mundial.

O que é o método da tri-unidade global ou o paradigma da tri-unidade?

– É o conjunto de conceitos, idéias e teoria nascidos do conceito matriz de “energia tri-una”, tudo organizado em referenciais gráficos e modelos, de maneira a ajudar pessoas e grupos a descobrirem, entenderem e jogarem proporcionalmente o jogo tri-uno presente em toda parte, em todas as épocas e em todos os níveis ou cenários do Show do Jogo Global, embora sob diferentes nomes. Toda essa formulação teórica se denomina Cibernética Social 3 (de kubernética-governética-autogovernar-se em sociedade).

¿O que é Cibernética Social?

Cibernética Social é uma teoria que integra e condensa o essencial de todas as ciências sociais ou comportamentais num só corpo de conhecimento. As ciências sociais e humanas fracassaram na construção do ser humano e de sua convivência, devido à sua fragmentação.

Cibernética Social, por ser sistêmica triádica, é um método transdisciplinar desenhado para que os três subgrupos, também os dos níveis mais baixos, entendam o “Show do Jogo Mundial” local, nacional e planetário, e para que participem em sua autocondução em forma mais proporcional. Haver permitido que se instalasse tão forte oficialismo econômico, político e sacral, e haver-nos convencido a delegar-lhes/entregar-lhes todo nosso poder foi uma desgraça a ser remediada antes do “fim da história”. Espera-se que a Cibernética Social, como método da tri-unidade global, possa aportar as ferramentas necessárias para que o Manifesto da Proporcionalidade com Democracia Direta se torne realidade.

Requer-se, entretanto, uma nova conscientização do potencial do cérebro tri-uno e, dar um salto que deixe para trás a cultura monádica, que passe pela diádica até que alcance a triádica, integrando a racionalidade, a emoção e a pragmática – o pensar, o sentir e o agir – num único processo, para não distorcer este método de tri-unidade global. Haverá que revisar os conceitos, as teorias, cada área de conhecimento, ainda ambientadas dentro do paradigma monádico que é fragmentador e excludente, para “triadizá-las”, ou seja, redefinir e integrar os três lados de cada coisa e redefinir e integrar os três sentidos de cada palavra, imagem e fato.

O que é democracia direta?

É a proposta de suprimir a atual democracia representativa (vereadores, deputados, senadores) pelo voto direto – plebiscito-referendum – permanente e a participação co-responsável dos cidadãos nas decisões que afetam sua vida ou determinam seu desenvolvimento. Com os meios eletrônicos da pós-modernidade, pode-se votar a cada semana e substituir o atual modelo de Estado que se tornou usurpador e corrupto, e já não funciona para o bem proporcional dos três subgrupos. Infelizmente, o que está funcionando é uma “mafiocracia”. Há experiências comprovando que as decisões tomadas por políticos são similares às tomadas por uma amostra estruturada da população, como se faz nas pesquisas de mercado ou de intenção de voto. Muito mais quando as comunidades estiverem praticando do planejamento participativo. Com o tempo, pode-se suprimir toda a classe política representativa, inclusive a do Executivo, entregando a condução de cada setor da vida em sociedade a seus respectivos profissionais, sob o controle de um Poder Judiciário ou Arbitrador tri-uno superior.

Como entender a capa do manifesto?

O cérebro tri-uno ocupa o centro por ser o núcleo de toda criação humana, é o resumo do universo. O colorido representa as três cores básicas. A espiral sobre o cérebro representa a evolução tri-una proporcional (não a de Darwin que é monádica e justifica as bestialidades do mais forte). A linha diagonal sobre o cérebro indica que o bem-estar, o desenvolvimento e a convivência dependem dos três cérebros e seus correspondentes subgrupos proporcionais; se não forem proporcionais, a flecha indicará concentração excessiva na parte superior e, entropia, fracasso, desastre na parte inferior, tudo como criação dos três cérebros, dos três subgrupos humanos e seus três poderes máximos na organização social mundial. A linha ondulada entre os dois extremos indica o intervalo ou espaço em que a vida pode variar, pode oscilar entre limites viáveis, fora dos quais ela vai ao colapso por excesso ou por carência. As linhas horizontais sobre o cérebro definem pelo menos quatro níveis de estrutura, complexização e desenvolvimento de tudo.

A “igualdade” (no verso) era a utopia do comunismo e segue sendo a utopia dos ingênuos que não enxergam o jogo triádico. O melhor que se pode fazer é reduzir a desigualdade aos limites da proporcionalidade.

A “desigualdade” (no verso) é a utopia “natural” de todos os subgrupos oficiais – ou do oficialismo de todos os níveis – impelidos pela maximocracia que é uma paixão impossível de se contentar ou satisfazer. O dinheiro ou o capital tornou-se a via que mais favorece a concentração/acumulação obsessiva de riqueza em mãos de uns poucos, criando a desigualdade para muitos. Mas é equivocado pensar que os “males” da humanidade vêm do capitalismo somente. Os “males” em todos os setores e níveis da vida vêm do oficialismo desproporcional e concentrador, seja este oficialismo capitalista ou socialista, cristão ou islâmico, masculino ou feminino, branco ou negro, do Norte ou do Sul, do Oriente ou Ocidente, imperial, nacional, local ou familiar etc. O problema é o oficialismo desproporcional . Tenham os oficialistas e suas instituições muito ou pouco dinheiro, vão continuar com seu cérebro central escapando do controle do cérebro direito (moral, solidariedade e confiança dos oscilantes) e do esquerdo (racionalidade, lei, crítica e oposição de antioficiais). As sádicas e insaciáveis ganas oficialistas de impor-se, de dominar, de oprimir e de divertir-se exercendo a crueldade sobre todos os demais estarão sempre à solta e serão intermináveis, se dependermos só da boa vontade do oficialismo, sem organizar-se para impor-lhes limites. Por isso o slogan:

VÍTIMAS DO OFICIALISMO DESPROPORCIONAL, UNI-VOS!

As vítimas do oficialismo são mulheres, homens, crianças, jovens, adultos e idosos pobres; são os desempregados, os trabalhadores rurais e urbanos escravizados ou pagos desproporcionalmente; são os migrantes forçados; são os consumidores enganados pelo marketing, são os ludibriados por ficções religiosas, os iludidos pelos políticos e pelo mercado; são os discriminados por racismo e por gênero; são os excluídos das periferias e os dos níveis mais baixos da pirâmide social de todos os países, também dos desenvolvidos; são todos os indignados com a injustiça, com a depredação universal, com a manipulação da verdade e humilhados em seu direito de viver – pelos abusos do oficialismo político, econômico e sacral desproporcionais, aí incluídas também vítimas inglesas, norte-americanas e israelitas. Os protagonistas dessa luta serão um exército de consciências indignadas e rebeladas contra os subgrupos oficiais causadores da desproporcionalidade, em todos os macro e microespaços da convivência.

As vítimas estão incluídas nos subgrupos oscilantes e antioficiais. Os oscilantes são um montão de indivíduos como grãos de areia, sem organização, sem rumo e sem consciência do jogo. O oficialismo trata de “apoiar” organizações reivindicatórias horizontais, como os movimentos negro, indígena, feminista, gay, ambientalista e defensor dos direitos dos animais etc. O oficialismo tem interesse nesses movimentos no sentido de fazê-los lutar entre si (por isso, lutas “horizontais”: dividir para governar). Enquanto o fazem, desgastando-se entre si, perdem de vista o inimigo comum a todos eles, que é o oficialismo, e frustram a união de todas as vítimas para a luta vertical contra ele.

Quem une os oscilantes e os conduz a lutas verticais contra os donos do sistema são os antioficiais. Estes, por sua vez, somente conseguem unir-se em pequenos subgrupos porque sofrem de um mal chamado “divisionismo interno” por excesso de ego, de fanatismo intelectual e de amor à discussão e à divergência, como mostraram as esquerdas do século XX e da “Revolução” Francesa. Mas terão que aprender a unir-se e a organizar-se, domando o lado perverso da engrenagem triádica que os divide e enfrenta internamente, enfraquecendo-os. Quando os antioficiais conquistam o poder têm que aprender a exercer o oficialismo proporcional; caso contrário, ficarão fascinados pela maximocracia/embriaguez do poder e pouco a pouco se irão assemelhando aos monstros que antes combatiam.

O oficialismo é o único subgrupo sempre organizado e eficiente, como filho favorito da energia-natureza que é. Isso não inocenta os membros do oficialismo quando rompem os limites ou as proporções, como costumam reivindicar frente à forca, à guilhotina, aos tribunais como Nüremberg, ao “paredón” e, mais recentemente, ao jihadismo: “se sou rico, poderoso, opressor, exterminador impiedoso não é culpa minha – eu somente cumpro ordens, sou vítima do sistema ou de predestinações da natureza”…

“Sim às diferenças, mas proporcionais” (no verso) significa aceitar as diferenças individuais, grupais, étnicas de todo tipo e as variedades de poder político, econômico e sacral. Significa, também, aceitar as diferenças verticais que definimos em quatro níveis. Porém, as diferenças e distâncias toleráveis são as determinadas pela lei da proporcionalidade em combinação com a “série Fibonacci” para estabelecer a variação de níveis, cujo intervalo do mínimo ao máximo não pode ultrapassar 21 vezes, como nos países “civilizados” ou desenvolvidos (à custa do resto do planeta). Só a desproporcionalidade e os seus causadores desproporcionais não devem ser tolerados.

O logo de Tri-uni Proporcional contém:

– um triângulo em cor de fogo, simbolizando a energia tri-una como campo e contexto de tudo;

– sobre este triângulo, o planeta onde irrompeu a vida;

– abraçando o planeta há três seres que representam os três subgrupos dando-se as mãos para que todo participante de qualquer jogo triádico chegue ao “ganha-ganha- ganha”, proporcionalmente;

– o nome “Tri-uni” indica um paradigma mental de percepção da realidade como conjuntos de três que formam um, em que cada qual é um de três;

– “proporcional” indica critérios relacionais eqüitativos; e a forma curva de representar é a preferida para indicar que tudo se move ondulatória e não linearmente;

– as palavras “informação, prosperidade e justiça para todos” são os valores que expressam uma missão, condensada no Manifesto da Proporcionalidade.

Veja outros conceitos como “agendonomia”, “satisfatores”, “14 subsistemas”, “quatro níveis”, “monetarização” etc. no Glossário, ao final.

 

PARTE 1. BREVE HISTÓRIA EVOLUTIVA DO MUNDO

Vejamos um possível resumo da complexização evolutiva da humanidade até aqui, sob a perspectiva da trialética ou interação de, no mínimo, três elementos em combinações variadas, com a sobrevivência proporcional dos três concorrentes e não somente do mais apto, conforme ilustração no gráfico que segue (leitura “progressiva” de baixo para cima). Depois nos concentraremos nos últimos 500 anos.

Este modelo gráfico tem dez ciclos divididos em três colunas. A coluna da esquerda está elaborada ao redor da evolução dos três cérebros e suas três culturas correspondentes. Supõe que toda a cultura ou as criações humanas – sejam a criação e o uso primitivos de ferramentas, de pinturas e de linguagem, ou a moderna tecnologia, arte e ciência – são extensões ou ampliações do potencial tricerebral, cuja evolução está condensada, aqui, em somente dez ciclos verticais.

A coluna do centro indica os ciclos de evolução/complexização da agendonomia (trabalho) alimentar-reprodutiva em seus distintos ciclos de tecnificação e desenvolvimento ou revoluções dos modos de produção de satisfatores. A coluna da direita indica a evolução das formas de organização coletiva – subgrupos oficiais, antioficiais, oscilantes com seus níveis ou estratos – e as relações de poder entre eles.

A leitura horizontal de cada um dos dez ciclos sugere que as formas de organização/evolução coletiva na coluna da esquerda se refletem na forma de organização/evolução da agendonomia da coluna do centro que, por sua vez, se refletem nas formas de organização/evolução tricerebral da coluna da direita; e vice-versa. Há fontes literárias suficientes sobre a evolução dos três cérebros e suas três culturas, sobre a evolução dos modos de produção desde os coletores/caçadores, sobre a evolução do poder político desde o poder patriarcal e clânico, bem como sobre a evolução do poder sacral desde as primeiras mitologias. Não há porque repetir tudo isso aqui.

Se virarmos a ilustração 90 o graus à esquerda poderemos fazer uma releitura à maneira de Karl Marx: O tricerebrar e as formas de energia usadas determinam a infra-estrutura material-produtiva que, por sua vez, determina a forma de poder político com sua superestrutura ideológica.

PARTE 2. A IDADE MODERNA OU OS ÚLTIMOS 500 ANOS.

É necessário destacar o ciclo dos últimos 500 anos ou Idade Moderna porque é o que está enfermo e se deve ajudar a morrer para que surja um novo ciclo. A Idade Moderna, gestada pelo Renascimento, começou propriamente em 1517 com o manifesto do frade agostiniano alemão, Martinho Lutero, contra o oficialismo teocrático (poder exercido em nome de Deus pelo clero) romano.

Era a finalização de mais um ciclo de jogo triádico europeu, chamado “medieval”, que se jogava entre latinos cristãos (oficialistas, dominadores, corruptos, desproporcionais); anglo-saxões (antioficialistas, oposicionistas, independentistas, invasores, chamados “bárbaros” do norte pelos oficialistas latinos); e eslavos ortodoxos, islâmicos, africanos e asiáticos (oscilantes, isolados, excluídos).

O Renascimento da literatura, da arte e do pensamento gregos nos países latinos foi uma espécie de subgrupo antioficial de reação frente à cultura oficialista eclesiástica. Não foi uma revolução. Foi um movimento mais de cérebro direito romântico, de artes e literatura, de regresso ao passado, por meio do qual brilharam o poeta pré-renascentista legitimador da língua italiana, Dante Alighieri, o poeta Petrarca, o pintor Rafael, o pintor e escultor Miguel Ângelo e outros; foi, também, um pouco de reação de cérebro esquerdo com o início do espírito de investigação e teorização fora do controle da filosofia/teologia do clero. Nisso, sobressaíram-se o artista e inventor Leonardo da Vinci, o cientista político anti-teocrático Nicolau Maquiavel e outros.

Mas quem fez a revolução que derrubou o imperialismo papal não foram os artistas e literatos latinos; foram os pragmáticos e científicos anglo-saxões – alemães, holandeses e ingleses.

O início da Idade Moderna marcou o fim do imperialismo eclesiástico/papal, que ficou reduzido aos países latinos (Itália, Espanha, França, Portugal e respectivas colônias) enquanto o poder do Estado laical se tornou hegemônico nos países anglo-saxões por submeter e debilitar o Poder Sacral. Este fato permitiu a ascensão da autoridade da ciência que prevaleceu sobre a autoridade da Bíblia. Marcou o fim da presença árabe/islâmica no sul da Europa e a ascensão do Império Turco Otomano com a tomada de Constantinopla. Marcou, ainda, o começo do imperialismo mercantil-guerreiro europeu com as viagens marítimas ao redor do planeta, conquistando, submetendo e paralisando o desenvolvimento autônomo dos demais continentes. Além disso, marcou, principalmente, o começo e a futura consolidação do imperialismo anglo-saxão comercial-guerreiro e industrial, iniciado pela Holanda que logo foi suplantada pela Inglaterra, contando com a genial influência comercial e financeira dos judeus expulsos dos territórios católicos latinos. Essa influência ou traço cultural, mais que a presença de judeus em pessoa, faz com que se associe o império anglo-americano ao sionismo.

Este modelo gráfico ilustra o surgimento do império anglo-americano desde sua revolução religiosa por Lutero, sua revolução ética-econômica da prosperidade por Calvino e sua revolução política por Cromwell, substituindo a hegemonia do império teocrático romano. Por isso, aparece no lado direito do gráfico, sob o Poder Sacral: é um império econômico-político, porém de inspiração messiânica judaico-protestante. Os países africanos e asiáticos menos ocidentalizados, fora dos domínios judaico-cristãos e islâmicos, não têm um Poder Sacral/eclesiástico ou uma igreja com poder de um quase Estado dentro do Estado. As religiões aí são organizações particulares orientadas para o indivíduo e sua consciência e não para a convivência social e problemas político-econômicos da coletividade.

Há que destacar, no gráfico acima, a importância de Bacon, Newton, Adam Smith e Charles Darwin com sua espetacular revolução científica, como suporte ideológico do novo império e origem das subseqüentes revoluções industriais e tecnológicas. Desde o tempo dos Pilgrims separatistas (1614), da guerra de independência (1776), até a guerra civil (1865) e final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos foram subgrupo antioficial da Inglaterra. Praticavam uma política econômica geral e, principalmente, de algodão, como os Aiatolás do Irã e Hugo Chávez da Venezuela praticam frente aos EUA atualmente, com o petróleo. Enquanto a Inglaterra pregava o “livre mercado” porque lhe convinha, os EUA pregavam e praticavam um atrevido protecionismo antioficial porque lhes convinha. Agora que os EUA são subgrupo oficial pregam e praticam o “livre mercado” e reprimem os não alinhados ou quem lhes oferece resistência. Leis de mercado, ora, ora!!!

Depois da Primeira Guerra Mundial, os EUA foram ganhando poder. Até que, ao final da Segunda Guerra Mundial, substituíram a Inglaterra na condução imperial do planeta – um novo imperialismo, mais econômico que territorial e político – agora sim, reconhecendo, enfim, “o livre mercado”. “Livre mercado” é uma doutrina que proporciona vantagens ao oficialismo porque impõe derrotas econômicas ao oscilantismo impotente para revidar, bem como ao antioficialismo que, este sim, em algum momento revidará, fatalmente. Isso é garantia da inevitável decadência dos EUA, como qualquer império da história.

“Revolução Francesa” está entre aspas porque fracassou naquilo que se propunha para o mundo latino, que era o mesmo que a revolução dos ingleses, principalmente sob Cromwell: hegemonia do poder político-econômico e submetimento do Poder Sacral. No lado antioficial do modelo, “alguns países islâmicos não alinhados” resistem ao império com guerra tradicional e, muito mais, com terrorismo. Isto, porém, não ameaça um império que é primordialmente econômico. A criação da UE e o surgimento do Sudeste asiático como potências econômicas, podem colocar, efetivamente, dilemas graves à hegemonia anglo-americana-israelense.

No centro do modelo, estão alguns ciclos econômicos, o último dos quais é a financeirização, ou seja, o império anglo-americano-israelense é o império dos subgrupos donos do capital, sustentados pela “inteligência” das armas. Essa “inteligência” terrorista explica a ascensão do eurocentrismo: comerciantes-guerreiros ou guerreiros-comerciantes.

Alguns eventos podem ser citados para ilustrar essa guerra dos 500 anos ou da via inglesa e anglo-americana da história, e ilustrar a ideologia que a sustenta.

Martinho Lutero, com suas 95 teses, liderou o rompimento com o oficialismo romano, apoiado, inicialmente, pelos príncipes alemães e, depois, por todos os povos anglo-saxões, interessados mais na emancipação político-econômica do que na reforma religiosa. Houve, pois, uma reforma-revolução ao mesmo tempo no sacral, no político e no econômico. Os povos latinos europeus tentaram isso quase 300 anos depois, com a semi-revolução francesa, e seguem tentando. O máximo que conseguiram foi uma separação entre Estado laico e Estado religioso, sem jamais submeter o Poder Sacral-religioso. Os países de Oriente Médio, em sua maioria, nunca deixaram de ser teocráticos e nunca o foram tanto como na pós-modernidade. Os países asiáticos nunca foram teocráticos à maneira européia, embora seus imperadores, reis e Lamas se declarem divinos ou reencarnações de algum deus ou entidade divina. Na África não-islâmica, embora os governos não sejam teocráticos, as famílias são teocráticas por admitir os deuses do lar, que são os seus próprios antepassados, pais, avós, bisavós etc.

Tudo isso não é mais que a rotação na estrutura dos três cérebros e suas três correspondentes culturas na posição hegemônica para regular a convivência dos três subgrupos. As teocracias se regem principalmente por intuições, valores morais, rituais, por áreas de vida e instituições mais influenciadas pelo cérebro direito, tudo condensado em relatos de seus mitos fundadores guardados em livros que consideram sagrados (Tao-te-King, Baghavad-Gita, Bíblia, Alcorão, Popol Vuh etc.). Nos países onde predomina a teocracia, as instituições do cérebro esquerdo, como o Poder Político e Econômico e todas as demais, estão subordinadas ao Poder Teocrático e ao clero que o domina.

Os Estados laicos, chamados “democracias”, se regulam, principalmente, pela racionalidade da ciência e da lei constitucional que são de cérebro esquerdo, tratando de conviver com as teocracias ou Poder Religioso submetendo-o ou mantendo-o à distância. O Poder Econômico pós-moderno está baseado nos impulsos ferozes do cérebro central e já não tem um Estado, nem fronteiras legais ou morais capazes de freá-lo, pois a tudo transformou em mercadoria comprável. É o renascimento dos monstros de puro cérebro central da história antiga, sem os freios do cérebro direito moralizador e do esquerdo legislador. Esses monstros estão à vontade para atormentar a pobre humanidade.

No campeonato de fundamentalismo, tirania e terror, o primeiro lugar cabe às culturas com predomínio de cérebro central – produção, finanças, guerra, com doses colaterais e secundárias de cérebro esquerdo e direito; o segundo lugar cabe às culturas com predomínio de cérebro direito – bruxarias, religiões, teocracias, com doses colaterais secundárias de cérebro central e esquerdo; e o terceiro lugar cabe às culturas com predomínio de cérebro esquerdo – lei, justiça, democracias, com doses colaterais secundárias de cérebro direito e central. Entretanto, como o jogo triádico faz rotação de jogadores e posições, um país tem títulos nos três campeonatos, de época em época. Oxalá se chegue a algum tipo de arranjo das três culturas, o mais próximo possível da proporcionalidade.

Lutero introduziu definitivamente a Bíblia em língua nacional e autorizou cada indivíduo a interpretá-la de forma independente, segundo sua consciência, o que libertou o cérebro esquerdo da autoridade eclesiástica, para o pensamento crítico e a investigação científica livres. Na utilização da Bíblia, o Velho Testamento – que é judaico – foi adotado para os subgrupos oficiais do dinheiro e do poder; e o Novo Testamento – que é consolador dos pobres e perdoador dos opressores – foi adotado para os oscilantes. João Calvino (l509-l564) completou a doutrina da salvação gratuita, somente pela fé, sem ter que obtê-la, comprando indulgências. Engenhosamente, ficou acertado que havia um sinal que indicava a quem Deus concedia salvação: a prosperidade. Daí a ética do trabalho do protestantismo, da produtividade – time is money – da riqueza, da corrida para chegar a ser elite (povo eleito por Deus): o judaísmo reciclado. Hoje em dia, essa “teologia” da prosperidade unificou meios e fins: onde está o dinheiro, aí está Deus – divino dinheiro!

A Igreja católica latina reagiu com a fundação da Companhia de Jesus, fundada pelo ex-militar basco Inácio de Loyola, para atuar como tropa de choque contra os protestantes rebelados. Em seguida, no Concilio de Trento (1542-1564), reafirmou a Idade Média, o terrorismo da “Santa” Inquisição e o poder sobrenatural e superior da Igreja em relação ao poder dos governos e Estados, tidos como “poderes temporais”.

Excomungou Lutero, Calvino e todos os protestantes. Negou sempre a renovação religiosa, científica, política e econômica desencadeada pelos anglo-saxões protestantes, e ficou remando contra a maré da história. A teocracia romana se manteve ao longo desses 500 anos, principalmente nos países latinos, mas perdendo força gradualmente.

Para defendê-la e ajudá-la a sobreviver, apareceram muitos fundadores de congregações religiosas e de muitos movimentos leigos de apostolado como a Ação Católica, o Partido Democrata Cristão e outros. Pe. Teilhard de Chardin fracassou ao tentar uma fusão/conciliação da Bíblia com a teoria evolucionista. O Concilio Vaticano II foi a última tentativa fracassada de renovação do catolicismo romano. Alguns teólogos tentaram uma fusão do Evangelho com o marxismo na América Latina, originando a Teologia da Libertação. Esqueceram-se de proclamar a libertação, também, do oficialismo papal medieval que os arrasou sob o comando de João Pablo II, obedecendo a estratégias do cardeal Ratzinger (feito Papa Bento XVI) e do Opus Dei. A humanidade, sob Lutero e os anglo-saxões, teve muito mais êxito.

As excomunhões e condenações dos protestantes foram retiradas há apenas alguns anos, para favorecer o ecumenismo, sem retirar a pretensão de superioridade do catolicismo romano sobre os demais credos. O cristianismo ortodoxo, o islamismo, o hinduismo, o zen-budismo, o confucionismo, o animismo etc. seguiram com suas tradições sem muito revisionismo. No mundo judaico-cristão (ortodoxos, católicos e protestantes) predomina a tolerância religiosa, com algumas exceções; o mesmo ocorre no mundo semi-teocrático do hinduismo, zen-budismo, confucionismo e xintoísmo; mas no mundo teocrático islâmico, há mais intolerância.

O rei Enrique VIII (1491-1547) foi o primeiro que aderiu ao protestantismo rebelado, para fazer da Inglaterra um país independente e autônomo. Declarou a religião uma questão nacional e a submeteu ao rei em 1534.

Bacon (1561-1626) estabeleceu as regras do método científico indutivo das ciências exatas para fins pragmáticos – trabalho e riqueza de acordo com a ética protestante.

Já em 1570, oficializou-se a Bolsa de Valores na City de Londres e, em 1792, na Wall Street de Nova York. Em 1694, fundou-se o Banco Central da Inglaterra, o primeiro do mundo. Sem dúvida, uma vocação precoce para a drenagem de dinheiro!

Thomas Hobbes (1588-1679) foi o filósofo inglês do oficialismo monádico, que teorizou sobre o Estado absoluto. É o Maquiavel dos anglo-saxões.

John Milton, o Dante Alighieri protestante, escreveu sua epopéia religiosa: O Paraíso Perdido. Antes, em 1644, ele havia escrito Areopagítica, referindo-se a um novo povo escolhido:

Deus ordena que uma grande e nova era se inicie… Então o que faz Ele senão revelar-se… em primeiro lugar a seus ingleses, como é de sua preferência?

O político e guerrilheiro Oliver Cromwell (1599-1658) foi quem fez a primeira revolução burguesa do mundo, em 1649. Derrubou o feudalismo na Inglaterra, enforcou o rei católico, fundou o primeiro Estado parlamentarista moderno, a marinha inglesa, o exército moderno, além de universidades, e pôs o Poder Sacral puritano-anglicano definitivamente sob o controle do Poder Civil.

Foi o que estabeleceu as bases do império britânico, que sobrevive até hoje em simbiose com seu rebento norte-americano. O império global! Os ingleses se orgulham da restauração de 1688, pretendendo desconhecer Oliver Cromwell que fez o trabalho “sujo” para criar a Inglaterra moderna.

Somos ingleses. Isso é um fato sólido! (Cromwell ao Parlamento, em 1656)

John Locke (1632-1704) um eminente filósofo e jurista, criou a teoria dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, acreditando conseguir assim um equilíbrio de poder – a democracia anglo-americana. Locke e Bacon direcionaram a filosofia e a ciência para o pragmatismo ou utilitarismo que Adam Smith depois sistematizou em sua teoria econômica, dando continuidade à raça de Caím. Jeremy Bentham, John Stuart Mill e William James trataram, sem êxito, de “civilizar/moderar” o bestial pragmatismo/utilitarismo anglo-saxão que provocou, depois, a violenta reação do proletariado e do socialismo.

O astrônomo Isaac Newton (1642-1727), desenvolveu a matemática e estabeleceu matematicamente a teoria do movimento dos corpos, favorecido pelos avanços feitos por Galileo Galilei (1564-1642).
Adam Smith (1723-1790) publicou, em 1776, “A Riqueza das Nações”. Este foi o primeiro livro de economia e a primeira teorização do livre mercado e do pragmatismo, para justificar a pirataria praticada pelo império britânico, guiado por uma “mão invisível” (uma menção inconsciente da aliança do povo judeu com Jeová contra seus inimigos). A teoria era chamada laissez-faire ou liberalismo, que incluía a maior liberdade e proteção possível para os subgrupos oficiais econômicos. Quer dizer, supunha a menor interferência possível do Estado para frear a maximocracia (busca insaciável de sempre mais satisfatores) dos bancos, da indústria, do comercio, da usura etc.

A industrialização e o mercantilismo desenvolveram as cidades e o nível de vida. Como efeito colateral, provocaram a emigração rural e os abusos dos subgrupos oficiais em cima dos trabalhadores/prestusuários oscilantes, que tratavam de defender-se com seus sindicatos. Outro efeito colateral, também, foi o fortalecimento do império britânico e seu colonialismo, o qual provocou muitas reações, mas de poucos resultados. O Poder Sacral estava a seu serviço para aprovar e abençoar os mais prósperos. O socialismo utópico, os falanstérios, o marxismo/comunismo, o cooperativismo, a ocidentalização das filosofias espiritualistas orientais, a doutrina social da Igreja Católica Romana, as duas guerras mundiais não foram mais que reações ao imperialismo inglês.

O biólogo inglês Charles Darwin (1808-1882) publicou, em 1859, “A Origem das Espécies”, com a teoria da evolução monádica, segundo a lei da sobrevivência do mais apto, do que se adapta e luta melhor entre os animais da selva, chamada – lei da seleção natural.

Com isso, completou-se a fundamentação ideológica do império anglo-americano:

•  O messianismo judaico-protestante de Lutero, Calvino e Cromwell;

•  A teoria do livre mercado de Adam Smith e Charles Darwin;

•  O método científico de Bacon/Newton com aportes de Galileu e Descartes.

Este modelo gráfico ilustra as três faces da ideologia anglo-americana, embora insistam em afirmar que esse império não tem ideologia. EUA levaram muito mais longe essa ideologia lançada pelos fundadores da Idade Moderna, deturpando e estropiando quase completamente a Ética Protestante do trabalho, inaugurando a era da especulação financeira ou a era da cobiça mais que do trabalho. Há que reconhecer que os três lados da ideologia ou do megaparadigma capitalista dos anglo-americanos são bem integrados e coerentes entre si. O mesmo não ocorre com a ideologia tricerebral dos latinos católicos, nem dos marxistas, nem dos islâmicos, nem dos hinduístas e budistas, que tratam de adaptar-se, desajeitadamente, ao paradigma capitalista invasor. Ao decretar a morte das ideologias, seria coerente enterrar também a ideologia do império anglo-americano, não somente a de seus adversários!

Frederick Taylor, no fim do século XIX, desenvolveu a administração científica ou racionalização do trabalho, elevando muito a produtividade e os ganhos. Henry Ford, no começo de século XX, criou o “fordismo”, ou seja, a linha de montagem nas fábricas, aumentando ainda mais a produtividade e os ganhos, fenômeno prolongado, hoje em dia, pelo toyotismo e pela informatização.

O economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) salvou o capitalismo que se destruía por sua maximocracia – a exploração dos trabalhadores/prestusuários de níveis mais baixos e a quebra da Bolsa de Nova York em 1929 com o desemprego conseqüente – e empurrava o povo para o socialismo. O presidente americano Franklin Delano Roosevelt convocou Keynes para fazer um plano de salvação.

Em 1935, foi lançado o plano New Deal (novo pacto social) por meio do qual o Estado, contrariando o liberalismo clássico, interveio no mercado criando frentes de trabalho, empreendendo obras e financiando os negócios (não há doutrina ou princípios a que ater-se: somente a lógica da conveniência do oficialismo). Na reunião de Bretton Woods para definir a nova ordem econômica pós-guerra (1944/45) Keynes foi derrotado. Morreu em seguida, cansado e desencantado. Sua proposta era 4 :

•  Criar o – Bancor – como moeda universal e seu banco mundial de compensação.

•  Impor limites de acumulação aos países mais ricos e limites de endividamento aos países mais pobres.

•  Criar outros organismos supranacionais com regras universais para controle político e econômico da usura, da pobreza, da guerra, da democracia etc.

Os EUA impuseram o dólar em lugar da libra inglesa, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a atual e impotente ONU e depois o GATT, convertido em Organização Mundial do Comercio, para consolidar-se como império, sob lema “o negócio de EUA são os negócios” por qualquer meio, enquanto prega “democracia”. Como conseguiram rejeitar o que era mais decente e mais sério para impor seu egoísmo “democrático” contra toda a humanidade? É que os EUA deixaram que os aliados se exaurissem na guerra de Hitler para salvá-los só na última hora e, em seguida, derrotá-los economicamente nas negociações de Bretton Woods. Em 1972, unilateralmente abandonaram até o padrão ouro como suporte da moeda, impondo nova derrota ao resto do mundo, enquanto armava o colapso da URSS pela Guerra Fria.

Houve alguns antioficiais internos do império inglês, como Thomas Morus (1478-1535), o autor da “Utopia”; o anarquista William Godwin (1756-1836); o escritor Thomas Paine (1737-1809), que contribuiu com a independência norte-americana; Robert Owen (1771-1858), com seu cooperativismo; David Thoreau (1817-1862), o símbolo da desobediência civil, nos EUA; os Fabianos (movimento fundado em 1884 ao qual pertenciam os escritores Bernard Shaw e H.G. Wells), que defendiam a revolução branca (sem sangue) gradualista para o socialismo; e ativistas do Século XX como o filósofo Bertrand Russell, o cientista norte-americano Noam Chomsky e outros. Mas ninguém deteve ou tirou dos trilhos da via inglesa o trem da história.

A criação da União Européia, para defender-se da ameaça soviética e da invasão econômica dos EUA, terminou por dissolver o poderio britânico e obrigou a Inglaterra a ficar numa posição de “bigamia” política – casada com EUA e obrigada a coabitar com a UE por sua proximidade e alguns interesses comuns. É psicologicamente difícil para os ingleses submeterem sua moeda e seu orgulho ex-imperial a seus ex-inimigos europeus, que sempre derrotaram pelas armas. Por isso, tanto os EUA como a Inglaterra estão sempre tratando de debilitar ou rachar a União Européia para impedir que este bloco seja realmente o contrapeso do império.

Há uma continuação do jogo triádico europeu que produziu as duas últimas grandes guerras mundiais e todas as dos últimos 500 anos: no bando oficialista o império britânico (agora anglo-americano-israelense) e no bando antioficialista os latinos, os prussiano-alemães e japoneses, e os eslavos até a sua derrota recente. A União Européia não é outra coisa senão o retorno deste antioficialismo derrotado, dentro, porém, do mesmo paradigma monádico. Quer dizer que o resto do mundo fica entre o fogo cruzado desses dois bandos de gângsteres do dinheiro, sem saída. A menos que rejeite esse paradigma com suas perversas regras de jogo e comece algo diferente que sirva à vida globalizada de todos.

Em lugar do profetizado fim do império anglo-americano e de seu capitalismo, tiveram seu fim, entre 1989 e 1991, a URSS e todos seus satélites com todos seus ideólogos. Resistem Cuba e Coréia do Norte por alguns anos mais. Mikhail Gorbachev, acolitado pelo Papa João Paulo II, foi o mestre de cerimônias que entregou gratuitamente o socialismo e a humanidade ao império anglo-americano, reivindicando o crédito por salvar-nos da corrida atômica, que nunca parou. Todos os países tiveram que se ajustar aos vencedores da guerra da Idade Moderna, pelo velho modelito do século XIX, rebatizado como “neoliberalismo”. Keynes e similares, como a social democracia dos países escandinavos e outras concessões/proteções aos mais fracos, foram abandonados, já que a ameaça socialista desapareceu.

Em 1991, em nome do Banco Mundial, do FMI e dos economistas anglo-saxões, foi lançado o Consenso de Washington, uma espécie de “ordenações” do novo colonialismo anglo-americano, acompanhadas pelas TRIMs (Trade Related Investment Measures – Acordo de Investidores ou de usurários) uma espécie de manifesto dos donos do dinheiro do mundo (bancos, financeiras, seguradoras, avaliadoras de risco dos países).

J. Williamson, el perverso autor del Consenso de Washington

2.1. TRIMs – TRADE RELATED INVESTMENT MEASURES

“Com esse documento estamos escrevendo a constituição da economia mundial” (o manifesto da usurocracia, diriam outros).

Uma vez estabelecida a supremacia do dinheiro e da atividade especulativa pelos anglo-americanos, foi revelada a “sagrada escritura” do bezerro de ouro, guardada na “arca da aliança” da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O principal objetivo das TRIMs é tornar o investimento ou empréstimo internacional mais seguro e mais fácil, uniforme, diminuindo o risco das transnacionais, garantindo-lhes novos direitos, retirando dos governos locais o poder de controle sobre os investidores. Ou seja, o acordo trata de regras de proteção, salvaguarda, livre circulação, lucratividade e de não intervenção governamental sobre a riqueza financeira de pessoas físicas ou jurídicas ao investir. O país que aceite o TRIMs não poderá retirar-se antes de 5 anos, se não pagará multa.

A característica principal do acordo é que será único e unificado para todo o planeta, reduzindo a necessidade de tantos acordos bilaterais com cada país. Só receberão investimentos os que sejam mais confiáveis, segundo as instituições que avaliam os países (Moody’s, Duff & Phelps, Standard & Poor’s, Fitch Ratings etc.) em termos de risco, segurança e rentabilidade imediata do investimento…

Por investimento, entende-se todo tipo de bens tangíveis e intangíveis, licenças, direitos intelectuais, bens culturais, instituições, direitos de propriedade até de águas fluviais, lacustres e marítimas e outras coisas que sejam de interesse para as corporações, como patentes sobre genes, plasma, sementes, plantas, florestas, animais, políticos, órgãos humanos etc., enfim, tudo o que acrescente rentabilidade para o investidor.

Além de poder investir em qualquer área sem restrições, as empresas têm o direito de recusar qualquer ato governamental ou política pública de interesse do país em questão, desde medidas fiscais, até regulamentação ambiental, do trabalho, do desenvolvimento regional, de apoio a pequenas e médias empresas, de reforma agrária ou de defesa do consumidor que signifiquem restrições aos ganhos dos investidores.

Os investidores estrangeiros não têm nenhuma responsabilidade ou obrigação com o país em que investem, mas devem exigir indenização no caso de intervenções governamentais que afetem a capacidade de investidores e de empresas lucrarem com seu investimento. As cláusulas incluem indenizações também no caso de greves, manifestações sociais, como perturbações civis, revoluções, estados de emergência, toques de recolher etc . “A perda de uma oportunidade de ganho será suficiente para reclamar indenização”.

De volta à farra da maximocracia dos mais fortes!

Planeta e vida em perigo!!!

Por amor ao ecossistema planetário e à continuidade da vida, é necessário opor resistência ao oficialismo matador do império anglo-americano e dos outros oficialismos cúmplices que descem em cascada até nós, nossas famílias, escolas e nosso cotidiano, como ilustrado no Show do Jogo Mundial de cima até embaixo. Seriam necessárias, também, instituições de avaliação (para nós) de risco do império e seus cúmplices. Assim como se celebra, e com justiça, o holocausto das vítimas do fanatismo racista de um Reich germânico de 15 anos, seria válido celebrar o holocausto das vítimas do fanatismo econômico do Reich anglo-americano, que dura mais de 400 anos.

Para opor resistência e contrapor alternativas válidas, propomos uma nova análise do planeta e todos seus elementos por meio da trialética e seus referenciais. Não se trata, como se verá, apenas de uma nova “ordem econômica” como pretendem viciosamente os reducionistas anglo-americanos, que podem ver-se no espelho deste conto (resumido) de Jorge Luís Borges 5 .

Um homem recebeu um – Zahir – que lhe disseram ser o símbolo e a chave de todas as coisas e do próprio mistério da existência. Uma vez tocado o Zahir, este não deixa mais o homem esquecê-lo, vai tomando sua mente de forma enlouquecedora até que tudo o mais se vai minimizando e ficando insignificante. Embora no começo o homem se tenha aterrorizado com o poder hipnótico do Zahir, pouco a pouco ele ficou convencido de que, em vez de muitas aspirações e preocupações dispersas, era melhor reuni-las todas numa só: o Zahir as condensava todas. A própria realidade terrestre e celeste si encarnou no Zahir. O Zahir era uma moeda…

Estaremos caminhando para um mundo de mercenários, de seres humanos hipnotizados pelo dinheiro, incapazes de pensar/sonhar/trabalhar a não ser por dinheiro? A vida requer muitos mais ingredientes que não se reduzem ao dinheiro ou que não são monetarizáveis. Há que propor uma nova ordem tri-cérebro-grupal, ecosistêmica, que o referencial do Show do Jogo Mundial representa de forma inclusiva em seus 16 cenários.

PARTE 3. SHOW DO JOGO MUNDIAL EM QUE JOGAMOS

Usando esses novos conceitos derivados do princípio tri-uno que se repete sob diferentes formas e diferentes escalas, chegamos ao referencial/mapa do Show do Jogo Mundial, para representar a realidade global. Esse referencial supera e substitui conceitos divisionistas como Oriente/Ocidente, Norte/Sul, capitalismo/socialismo, primeiro/terceiro mundo, ciências exatas/ciências sociais, ciência/religião e outros divisionismos, derivados de uma percepção unilateral, de coisas separadas uma a uma. A este modo de percepção deformada chamamos – paradigma monádico.

Este referencial está disposto em 16 cenários, cada qual formando uma tríade ou jogo triádico horizontal que, por sua vez, é parte de outras tríades ou jogos triádicos verticais e transversais.

Este modelo gráfico traz, na primeira coluna da esquerda, o número e o títrulo de cada um dos 16 cenários ou níveis em que está desenhada a estrutura atual do planeta com seu processo evolutivo, da base ao topo. As outras três colunas representam tríades sempre em transformação. Os movimentos libertários, heréticos e subversivos são de cenários subordinados – antioficialistas – em disputa com cenários superiores – oficialistas: correm da esquerda para a direita e de baixo para cima. A ortodoxia, o conservadorismo e a repressão correm da direita para a esquerda e de cenários superiores para os inferiores. Nem tudo que aparece no lado esquerdo do modelo atua como antioficial libertário hoje em dia; nem tudo que aparece no lado direito atua como repressor atualmente, já que as peças desse xadrez global se movimentam de modo pouco previsível.

De baixo para cima, os primeiros 5 cenários ou níveis estão formados pela energia-natureza e seu determinismo reprodutivo-alimentar. Do cenário 6 a 9 são os quatro níveis dentro de um país. O cenário 10 é de transição para os quatro cenários supranacionais de 11 até 14. O cenário 15 é a representação virtual da realidade planetária; e o cenário 16 é a representação do imaginário universal ou escatológico (o que vem depois da morte). O modelo abrange, numa única ilustração, o que se supõe ser o começo, o meio e o fim da realidade universal da aventura humana, uma narrativa de origem e destino comuns. A fraternidade universal. Esta “narrativa” é tridimensional ou triadizada, formando um continuum do micro ao macro, sem separar o que seja “a natureza”, o humano, a organização social e o mundo sobrenatural. Sem separar “infra-estrutura e superestrutura”. Sem aceitar vidas isoladas, responsabilidades exclusivamente individuais, grupos e países totalmente independentes e autodeterminados, já que tudo é sistêmico e se move em cadeia. Sem aceitar campos de conhecimento “exatos” e outros “não exatos”, superiores e inferiores, científicos e não científicos, mas apenas com campos de observação/interação evolucionando mais lentamente ou mais aceleradamente. Sem separar vida nacional e internacional, sem dividir cotas de carbono, de oxigênio etc. O ecossistema é tri-uno em graus progressivos de complexidade, e não é separado ao gosto dos poderes políticos, econômicos e sacrais obsoletos, que insistem em deter a marcha de todos os seres, saberes e poderes rumo a um destino comum. O Show do Jogo Mundial contém tudo o que pensam, revelam e fazem filósofos, poetas e empreendedores. É, também, o labirinto em que vivemos.

Recomenda-se ampliar e imprimir este quadro para acompanhar as informações que se produzem/recebem todos os dias sobre cada um dos 16 cenários e seu entrevero global. Cada interessado poderá ir acumulando e classificando informações até ter seu próprio “Dossiê do Jogo Mundial”. Quanto mais alto um nível de oficialismo (os poderosos, os de cima na pirâmide social, os donos, os detentores do comando do jogo) mais tem e costuma apresentar uma visão eufórica do mundo, pois os oficialistas são sempre os ganhadores máximos. O planeta é um império e, por isso, uma máquina imperial de centralização e hierarquização da riqueza financeira, mas não de todos os satisfatores – porque sobram alguns que não foram monetarizados ou transformados em mercadoria.

A visão que se apresentará a seguir é a visão do todo, com a dinâmica tri-una que governa essa jaula tridimensional em cada um dos 16 cenários, com predadores e suas vítimas, mas também com potenciais impugnadores e revolucionários. Vamos descrever brevemente o conceito de cada cenário ou nível, apresentar algo relevante em seu domínio e algo da problemática que requer inovação. A prospectiva e as propostas alternativas vêm mais adiante, na apresentação do Manifesto da Proporcionalidade.

CENÁRIO 01 – Energia .

Este modelo gráfico, em forma ondulada, substitui a anterior idéia de átomo como um minúsculo sistema solar, porque cada parte do átomo está composta de partículas ainda menores, que a Física quântica representa neste formato de âncora. É a energia “primordial” como três linhas de força, como um campo eletromagnético com três posições ou vetores, como um conjunto tri-uno de cores mutantes ou de quarks, multiplicando-se como num caleidoscópio giratório no micro e no macro, no inferior e no superior, no anterior e no posterior. É por isso que se fala de tri-membração e que tudo deve ser visto como conjuntos tri-unos: três em um e cada qual como um de três. Referimo-nos a esse conceito, também, como “princípio tri-uno”, unidade tripartite, o invisível “motor tri-uno” de tudo ou “dinâmica governante” de tudo. Ele é universal, se repete, é recorrente na construção/evolução de tudo.

Os que captaram isso estão redefinindo a realidade como eventos ou jogos tri-unos ou tripartites; conjuntos de relações desde um mínimo de três como o sistema tri-cérebro-grupal; como o rodízio do “eu-tu-ele” da comunicação, as relações familiares matri-patri-filiais, as posições de direita-esquerda-centro etc. tudo recorrência, eco ou repetição do mesmo princípio e formato de três. Desde faz pelo menos uns 3.000 anos, as intuições religiosas sobre deuses e origem do mundo são quase todas tri-unitárias.

A Astronomia, com seus telescópios e naves interestelares, insiste em perseguir e entender o Big Bang e outras teorias alternativas de formação do presente universo. A última novidade é que há fragmentos cósmicos (“morte de estrelas” e sua transformação noutras) que podem indicar quais estrelas antepassadas terão sido “o pai e a mãe” do sol. Os aceleradores de partículas estão parados desde a comprovação da estrutura tri-una das partículas elementares que criam a infinita variabilidade do universo. As verbas para essas pesquisas se estancaram com o fim da batalha com a ex-URSS.

A idéia de que a energia é uma “conspiração triádica”, é um parto de trigêmeos xifópagos inseparáveis, de que os três elementos/lados/vetores/subgrupos são cúmplices entre eles, são simultâneos e universais, de que os três elementos de qualquer sistema se autocriam, se auto-organizam se autodesorganizam e reorganizam, se auto-apóiam, se contrabalançam tri-reciprocamente, formam coalizões naturais e estão em cadeia tri ou multidimensional do micro ao macro, essa idéia ainda não avança. A percepção e ação monádicas seguem imperando junto com a megalomania e falta de humildade que isso implica. Mas é urgente passar do monólogo do uno, ao diálogo do dois e daí ao triálogo do três, se é que se deseja vida planetária a mais longo prazo.

Olhando para o modelo gráfico do Cenário 1, a entropia (decadência, caos e morte final) aparece como o lado oficial da energia, que terminará por predominar: será a transformação do universo num imenso caldeirão de fogo/calor ou a morte térmica do universo.

A neguentropia ou a composição de seres em níveis cada vez mais complexos é o lado antioficial, significando que a vida é um milagroso nadar contra a correnteza, um esforço anticaos, antientrópico para adiar a decomposição e a morte. E é um esforço para deter a tendência rumo ao excesso de oficialismo e de hierarquia institucionalizada que criam tirania, pobreza, mistério e medo para os demais subgrupos.

Não basta altercar com o jogo triádico e sua preferência pelo oficialismo. Somos joguetes e robôs desse jogo, tanto os oscilantes, como os antioficiais e, no final de contas, até os oficiais. O jogo triádico se alimenta dos que o jogam. Há que aprender a domá-lo, limitá-lo e mantê-lo o mais próximo possível da proporcionalidade tri-una.

CENÁRIO 02 – AMBIENTE .

Este modelo gráfico ilustra a idéia de sistema ou pacote de energia tri-una concentrada. Tudo é sistema. O mundo é uma rede tridimensional de sistemas. Tudo é fluxo de transformação de energia através de sistemas. Esse fluxo tem três momentos que se representam por conceitos como: a) estímulo ou recepção-insumo-custo; b) metabolismo ou trabalho-processamento-transformação; c) resposta ou saída-entrega-produto-benefício, tudo enlaçado por um circuito de feedback reforçador ou corretivo para controle e direção do sistema todo. Por exemplo: uma panela começa por “receber” ingredientes-insumos; durante algum tempo os ferve-processa; ao final, “entrega” um novo produto transformado, que o circuito de feedback controla. Todo e qualquer processo sistêmico, além de seu produto, deixa sempre algum resíduo ou lixo que vai ser ingrediente-insumo de outro sistema receptor.

Nosso organismo, o cérebro e cada célula do corpo fazem o mesmo. Um país faz o mesmo: importa; transforma; exporta e faz feedback ou ajustes. O planeta importa energia solar; transforma-a; e entrega produtos ao longo da cadeia ecossistêmica, deixando resíduos recicláveis por seus delicados e automáticos circuitos de feedback. Esses circuitos de autocontrole natural estão-se danificando por interferência excessiva da atuação dos humanos, movidos por sua maximocracia. Um colossal egoísmo frente aos demais seres.

Na linguagem sistêmica triádica, “insumos” e “produtos” referem-se aos (bens) satisfatores das necessidades de um sistema qualquer. No interior do gráfico de sistema, aparece uma espécie de âncora que representa a natureza triforme e tridimensional da energia e sua dinâmica de autopropulsão.

Os humanos, que no modelo do Show Mundial são o lado antioficial (suicida) do ecossistema planetário-solar, seguem sem assinar ou cumprir os protocolos internacionais de proteção ambiental, principalmente os norte-americanos. Não param os maus-tratos e a destruição de espécies como se o ser humano fosse um assassino em série atuando em todo o planeta. Metem-se com os transgênicos, estão fuçando o código genético, o código físico-químico e começam a assediar cometas e outros planetas. Demorou muito tirar o minúsculo planeta terra do centro do universo. Falta tirar o narcisismo humano do centro do universo; falta destronar a espécie humana da sua ilusão de ser o píncaro do mundo; e falta destronar o oficialismo de seu Olimpo.

O oficialismo anglo-americano, endeusado por suas conquistas na Idade Moderna, está violentando todos os limites, por sua pressa em corrigir o processo evolutivo cósmico ou a natureza. Seria de esperar uma redefinição e reinserção da espécie humana na rede ecossistêmica global, com um pouco mais de humildade e reverência.

Diante da perda de biodiversidade, da ameaça de escassez de recursos, inclusive de água, os subgrupos oficiais dos países dominantes apelam para a “internacionalização” de florestas, recursos e riquezas naturais dos países pobres e descontentes, mas não de riquezas e privilégios dos países ricos e contentes. Guerra do império contra a sustentabilidade.

A pesar de tudo, a natureza ou o ecossistema continua sendo cibernético-sistêmico-triádico como sempre foi. O feedback natural tarda mas não falha em castigar-corrigir as desproporções. Além do excesso de oferta ou falta de demanda suficiente, os limites físicos do ecossistema serão a barreira instransponível do oficialismo e seu atual processo econômico predatório. Não há planeta bastante para tanta cobiça.

CENÁRIO 03 – Circuito de Feedback. Cérebro e CCF: Ciclo Cibernético de Feedback ou Transformação

O modelo gráfico, à esquerda, ilustra o cérebro tri-uno ou tri-membrado e cada uma de suas partes repetindo o mesmo modelo tri-uno. O cérebro é o aparelho neuronal-nervoso dos mamíferos para seu ciclo retro-circular y neo-circular de informação, autocontrole e orientação: Ciclo de feedback . Todos os sistemas naturais já vêm com seu aparelho de feedback, ainda que menos elaborado. Cada um dos três blocos, se usado em suas funções sem estar conectado e em harmonia com os outros dois, produz a esquizofrenia monádica – três “eus” ou três personalidades incoerentes; e produz a psicopatia, o fanatismo ou fundamentalismo coletivo, seja religioso, político-econômico ou científico. É difícil avaliar qual fundamentalismo traz piores conseqüências:

O do mercado, finanças e guerra do cérebro central, que mata e empobrece o mundo e só enriquece uns 10% da humanidade?

O das religiões que envenena o cérebro direito e produz uma imensidão de alienados e alguns homens-bomba e “mártires”?

O da política que envenena o cérebro esquerdo com nacionalismos, demagogia, racismos e “heróis”?

O uso dos três cérebros de maneira bem conjugada produz a racionalidade, a eficiência e a beleza da vida, uma personalidade bem integrada e uma coletividade de convivência harmônica. Mas o procedimento mais comum é usar os três cérebros num formato “dois contra um”, privilegiando dois deles. Isso ainda não produz morbidez, se os três atuam dentro da proporcionalidade. De todas as maneiras, a lógica do plural e do complexo arranca da lei do três, supõe os três cérebros e seu Ciclo Cibernético de Feedback, funcionando em nível cada vez mais elevado.

O modelo gráfico, à direita, mostra o desdobramento das funções do tricerebrar mínimo (que se vê ao centro – pensar, criar, fazer) articuladas num único percurso de dez passos. É o itinerário completo requerido para tratar qualquer situação, tema ou problema, ou seja: diagnosticar, escolher estratégias e governar/pilotar um sistema para sobreviver e ter êxito em seu entorno. O conjunto se denomina “Ciclo” porque é repetitivo, recorrente; “Cibernético” porque é computacional; e “de Feedback” porque sua função maior é regular e controlar o que acontece com o sistema.

Ao centro do CCF expandido, à direita, aparecem linhas que indicam quatro níveis. Isso ilustra este fato: Ainda que todos os mamíferos tenham três cérebros (os não-mamíferos têm um sistema nervoso à sua maneira) que funcionam como um CCF integrado, seu desempenho pode dar-se em quatro diferentes níveis de eficiência, desde o mais primitivo, inconsciente e instintivo, até o mais sofisticado, consciente e elevado. Todos os seres têm e usam um CCF mínimo (de nível 1), que é hereditário, biológico e determinista, com feedback automático. Os mamíferos que conseguem ir além do nível 1 tornam-se cada vez menos instintivos e mecânicos e cada vez mais livres e autodeterminados, conforme sua evolução chegue ao nível 2, 3 ou 4.

Quanto mais alto o nível alcançado, entretanto, funciona cada vez menos o feedback automático, funcionando cada vez mais a liberdade e o livre arbítrio individual. Por isso, é imprescindível impor critérios éticos, morais, racionais, da lei e da repressão para manter os três cérebros e os três subgrupos dentro dos limites da proporcionalidade. Esses critérios são mais essenciais ao oficialismo que tem maior vocação e inescrupulosidade “naturais” para impor seu cérebro central e sua maximocracia, ludibriando a ética, a lei e os demais subgrupos.

Os três cérebros, criados pela realidade co-evolutiva, mas ao mesmo tempo “criadores, inventores ou adaptadores de realidades” podem ser usados como um conceito central, uma encruzilhada e alfândega por onde entra e sai toda e qualquer realidade. Podem ser usados:

•  para definir e classificar triadicamente as necessidades humanas;

•  para definir e classificar triadicamente as profissões e seus níveis ou carreiras;

•  para explicar a criação das três culturas – científico-legalista, político-econômica, e sacral-ficcional

•  para identificar os comportamentos humanos em três subgrupos derivados dos três ângulos cerebrais e para superar simplificações como “bem e mal”, “espírito e matéria“, “corpo e alma”, “separação dos três poderes de governo”, “livre mercado” etc.;

•  para entender o inconsciente coletivo animal-determinista, o inconsciente paranormal-onírico e o quase consciente racional-eletivo;

•  para mudar de método de busca da verdade, da prosperidade e da justiça, passando-o de monádico a triádico;

•  para reorganizar o conhecimento e seus métodos nas três versões impostas pelo cérebro tri-uno, como reformular a saúde/enfermidade em suas três manifestações: psico-emoto-somáticas – antiloucura, antidepressivas e antimorte etc.

Usando o tricerebrar para classificar, por exemplo, as necessidades humanas, teríamos:

O tri-cerebrar e a cultura racional-analítica são combatidos pelo oficialismo e estão retrocedendo, sob suspeita de formar ideologias para servir a interesses econômico-políticos (dos adversários). A tecnologia da informação está substituindo e mecanizando as funções mentais, em lugar de servir para o que são: extensões amplificadores. Por outro lado, se declara que estamos na “Sociedade do Conhecimento” e do Knowledge Management. Ou será que a Gestão do Conhecimento é somente para que o oficialismo se melhore na geração e gestão da idiotice dos demais?

É que pelo paradigma monádico dos dirigentes do império anglo-americano-israelense, cheio de energia e ganas de guerrear, tudo se reduz ao cérebro central e sua cultura do dinheiro: um pouco de produção, muitos negócios especulativos e riqueza financeira maximocrática-delirante. Triunfou a “Econocracia” sobre a democracia racional-legal-equitativa do Estado e sobre a sacrocracia/teocracia (religiões). “O ensino da arte da mentira, da ganância, e da venda de seguros de vida eterna, está substituindo a educação”.

Os catequistas econômicos chegaram a uma conclusão óbvia ululante: os agentes ou subgrupos do mercado têm “informação assimétrica” (desigual; antes proclamavam que as partes tinham informação igual e que, por isso, a livre concorrência era perfeita). Isso de “informação assimétrica” é um eufemismo politicamente correto para não dizer que os oficialistas negociantes/vendedores/financistas são supremamente mais informados, espertos e velhacos que os ingênuos subgrupos antioficiais e oscilantes compradores. Os oficialistas se guiam pelo cérebro central agressivo, viciado e doutorado em dinheiro, enquanto os antioficialistas e oscilantes acreditam e engolem tudo porque são guiados pelo cérebro esquerdo e direito, que são semi-analfabetos em negócios (mas já é hora de concluir essa alfabetização).

Para abortar o pensamento crítico e antioficial, interessa aos subgrupos oficiais da “Econocracia” promover o cérebro e a cultura emocional: H omo eroticus , TV, carnavais, modas e shows, reinados e concursos de beleza, superstições, religiões mitológicas etc. Essa avalanche de banalidades reduz a maioria da população a uma massa de (re)produtores-consumidores cegos e produz uma imensidão de idiotas, desprovidos de pensamento crítico e revolucionário. Assim é como o oficialismo usa o tricerebrar e a tecnologia informática. Por isso se diz que toda a tecnologia informática e a mídia são direitistas ou oficialistas. Além do mais, são grandes negócios para defender grandes negócios: a comunicação não busca o entendimento; busca vitórias.

Para produzir uma sociedade de massas ou cultivar o oscilantismo, usa-se toda essa tecnologia informática, distanciando a população da realidade real, substituindo-a por sua forma virtual estética e lúdica. Por isso, adotou-se o título “Show” do Jogo Mundial para a realidade global. Tudo se está convertendo em show ou espetáculo virtual: muita visibilidade, pouca informação séria, muitos vírus, spams, erotismo, arte banalizada e comércio eletrônico, inclusive de órgãos do corpo humano e de virgindades. O mundo virtual, mágico e maravilhoso, está enfeitiçando a curiosidade humana, afastando e quase substituindo a realidade “real” (equilíbrio proporcional entre simbólico e real, entre subjetivo e objetivo ou entre os três cérebros). Os subgrupos oficiais mais altos e seus meios de comunicação catequizadores são uns irresponsáveis nessa manipulação descarada de cérebros para produzir otários econômicos e mongolóides sociais.

Perdeu-se o amor à verdade, à comunicação transparente e sincera para a cooperação, em favor da mentira e do enganoso marketing político-econômico-sacral, acirrando a competição e levando a comunicação e a filosofia ao colapso. Será isso, para os humanos, o equivalente à encefalopatia espongiforme – o mal da vaca louca? A falta do conceito de cérebro tri-uno impede a noção de um “eu” tri-uno com hegemonia rotativa, variável, fluida. E dissolve a personalidade tri-una em múltiplas personalidades, com “eus” separados e autônomos, como na esquizofrenia e loucura.

Vale recordar que o cérebro é um sistema eletromagnético e funciona com freqüências ou ondas de diferente intensidade, conhecidas como alfa, beta, gama, theta, delta etc. que determinam estados mentais de agitação, reflexão, relaxamento e sono, respectivamente. Os estados de reflexão y agitação usam freqüências mais altas, mais apropriadas para tarefas de atenção y esforço – ondas beta e gama; e os estados de imaginação, paranormalidade e sono usam freqüências mais baixas – ondas alfa, theta e delta. Os manipuladores de cérebros sabem como produzir os diversos estados mentais para estimular a produção e o consumo, para impor crenças, superstições, bruxarias, ocultismo e alienação, quando o indivíduo e a coletividade não conhecem e não dominam seus estados mentais.

A pesquisa da consciência – como se dá o fluxo do pensamento e como se dá o fluxo da auto-observação no sentir, no pensar, no fazer e seu correspondente jogo neuronal – é a frente avançada do estudo do cérebro, mas ainda pelo método monádico ou monocerebral. Se fosse pelo tricerebrar quem sabe se avançaria um pouco mais e facilitaria crescer em consciência, o suficiente para deter o holocausto global que está em andamento.

CENÁRIO 04 – Núcleo Reprodutivo, família .

Este modelo gráfico ilustra a família como um sistema tri-uno cujas relações podem ser mostradas por um sociograma ou gráfico que represente laços entre filho e mãe, filha e pai ou entre irmãos e entre esposos. A família não é um ninho de puro amor: é um campo de jogos triádicos, proporcionais ou não, onde atuam jogadores em diferentes ciclos de idade, com diferentes arsenais de poder, e frente a distintos obstáculos. Aí há um subgrupo oficial, geralmente a mulher, com o uso maior de suas estratégias de cérebro esquerdo e direito ou arsenal psico-moral, quase invisível; há um subgrupo antioficial intermitente (que aparece de vez em quando), geralmente o homem ou os filhos adolescentes, com o uso maior do arsenal físico-agressivo do cérebro central; e há um subgrupo oscilante, que são os filhos antes da adolescência e, também, um esposo conciliador, apesar de alguns momentos de antioficialismo.

A trama da novela familiar, ou esquema de jogo desenhado pela energia tri-una, empurra o filho a vincular-se preferencialmente à mãe e a rivalizar com o pai e outros irmãos ou figuras masculinas, salvo alguns desvios; e a filha, a vincular-se preferencialmente ao pai e a rivalizar com a mãe e outras irmãs ou figuras femininas, salvo alguns desvios. Estas vinculações de cooperação, de rivalidade e, às vezes, de neutralidade ou indiferença acabam por formar três subgrupos na família e alimentar o jogo triádico até a adolescência, no mínimo. Depois, começa o esforço de emancipação para conquistar autocondução ou autonomia tricerebral frente ao pai, à mãe, à família, e reorganizar a personalidade para os jogos triádicos de adultos.

O suposto emancipado da autoridade dos pais carrega um imenso inconsciente enterrado em seus três cérebros, que se projetará/repetirá clandestinamente (sem consciência de seu dono) em seus relacionamentos horizontais de simpatia/antipatia à primeira vista entre pessoas e subgrupos. O mesmo acontecerá em seus relacionamentos verticais frente a um chefe, a candidatos políticos, a líderes religiosos, deuses e santos ou demônios. Isso explica, em grande parte, por que um político ou um chefe religioso despertam paixões que provocam divisões e até ódios, sem ter muito a ver com vantagens/perdas reais implicadas. É que o político ou o religioso se insinuam no inconsciente como símbolos de pai/mãe/irmãos amados ou odiados.

Que o adulto se tenha tornado um conservador, um rebelde ou um conformista, isso depende principalmente do subgrupo em que se encaixou na infância, das alianças e competições que viveu e da programação tricerebral inconsciente que foi acontecendo no jogo triádico familiar, prolongado no jogo triádico escolar. Não depende de ser primogênito, caçula ou do meio. Jacó não era primogênito, mas era o predileto de sua mãe Rebeca, que era o subgrupo oficial, e arranjou tudo para que ele herdasse a posição oficialista, em detrimento de seu irmão Esaú.

A “atração” exercida pelos pais sobre os filhos e o “amor” dos filhos para com os pais (e mais tarde entre noivos/esposos) são palavras do cérebro direito romântico para explicar (ocultando) um fato de cérebro central: trata-se de artimanhas tri-cérebro-grupais para a busca de satisfatores de informação, sobrevivência/reprodução e solidariedade. Quando a busca dá certo e satisfaz essas necessidades, fala-se romanticamente de “amor” e felicidade (porque “ganhar” produz endorfina com sensação de prazer e convite para ficar adicto); quando não dá certo, fala-se romanticamente de “ódio” e infelicidade (porque “perder” produz adrenalina com sensação de desprazer e aversão).

A revolução familiar e de gêneros é total: a clonagem, os casamentos gays e lésbicos (“homoafetivos” seria uma denominação mais justa), a comercialização de crianças, os milhões de meninos filhos da orgia procriadora dos pobres, a criação de mercado infantil, as crianças obesas, bipolares e assassinas precoces, o turismo sexual, filhos matando a seus pais, adolescentes matando nas escolas, os reality shows, a erotização vulgar do ambiente pela publicidade etc. Os padres católicos acusados de cometer abuso sexual homoerótico nos EUA são 4.500. Os idosos são obrigados a trabalhar anos a mais e são roubados em sua aposentadoria porque vivem “demais” e podem quebrar o Estado do bem-estar social… Por fim, retornamos ao começo: um tribunal sentenciou que o canibal alemão não é um “antropófago criminoso” e virou show de notícias.

Algo anda mal no núcleo afetivo (família) em qualquer de suas modalidades. O que está acontecendo com o oficialismo feminino e o acessório/oscilante do “sexo supérfluo”? E com os filhos cada vez mais consumistas, mais drogados, mais violentos e mais tiranizadores de seus pais?. Onde estão a sagrada família e o “lar doce lar” ou ter-se-á convertido em “lar insuportável lar”? A sexualidade e o erotismo vulgar prevalecerão sobre os valores de convivência do núcleo afetivo? A formação familiar-escolar do ser humano é tarefa em progressivo fracasso?

Estão em decadência nossas comunidades, nossas cidades e nossa convivência. “O outro” conta cada vez menos e pode ser submetido aos abusos do individualismo soberbo e arrogante “superior”. O racismo, embora desarmado pelo genoma decifrado, continua fazendo vítimas e retardando o ideal da compreensão humana e tolerância transcultural e trans-étnica.

Está em andamento, sem dúvida, por parte dos subgrupos oficialistas mais altos, uma estratégia de promover guerras de gênero, raciais, étnicas, religiosas, tribais, familiares, intersindicais, que são embates horizontais ou de desgaste dentro de um mesmo nível, para evitar que as vítimas se unam para revoluções verticais ou de combate ao oficialismo opressor “de cima”.

CENÁRIO 5 – PRESTUSUÁRIAS E AGENDONOMIA. “Prestusuárias” são organizações, empresas, instituições da agendonomia (trabalho, ocupações), assim denominadas porque são compostas de trabalhadores ou prestusuários de, no mínimo, quatro níveis, que desempenham agendas que são, ao mesmo tempo, prest adias e usuárias . São conceitos que condensam e substituem uma multiplicidade de outros como produtor/consumidor, vendedor/comprador, doador/receptor, oferta/demanda, esforço/beneficio etc.

Este modelo gráfico ilustra os 14 subsistemas, setores ou áreas da vida em que indivíduos, empresas, instituições, países e planeta organizam, dividem e exercem a agendonomia prestusuária: conjunto de ocupações de produção-oferta e de aquisição-consumo de satisfatores no contexto da jaula triádica. A primeira grande divisão-especialização da agendonomia (divisão de trabalho ou ocupações em todos os 14 subsistemas) se deve aos três cérebros, criadores que são dos três poderes supremos – o político, o econômico, e o sacral, como ilustrado no gráfico. Esses três poderes exercem o comando/controle da agendonomia, agrupada pelo tricerebrar em três culturas ou três blocos. A permanente competição por hegemonia entre esses três poderes máximos cria uma divisão de “esferas de influência e jurisdição” sobre os três blocos de agendonomia, mais ou menos assim:

1. O bloco das prestusuarias “regeneradoras” – porque geram e regeneram pessoas, quando se deterioram – em que o Poder Sacral (de molde judaico-cristão e islâmico, principalmente) luta por hegemonia sobre o cérebro direito que crê e ama, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a reprodução de cidadãos e prestusuários/trabalhadores pelo S01, a domesticação deles para o trabalho e a submissão de indivíduos e famílias ao mercado; a prevenção/cura de enfermos e feridos pelo S02; a promoção da solidariedade, com arte de amar e conviver pelo S04; a organização do descanso e desfrute pelo S05; a oferta de sentido espiritual e compensações “celestiais” por suportar a dura existência pelo S10; e o ideal de superação, transcendência e glória pelo S14. Estas prestusuárias são as mais tradicionais; e são reguladas quase totalmente dentro do território nacional, com pouca interferência externa.

2. O bloco das prestusuárias “apropriadoras”. Elas são assim denominadas porque fazem a apropriação dos recursos ou matéria-prima da natureza, os processa/transforma em satisfatores e os põe à disposição dos usuários. Neste bloco, o Poder Econômico – bancos, seguradoras, bolsa, indústrias, latifúndio e agrobusiness , comércio, serviços etc. – luta por hegemonia sobre o cérebro central cobiçoso-guerreiro, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são a organização do mercado-comércio-troca ou sistema de compra-venda de satisfatores pelo S03; a circulação desses satisfatores pelo S06-Transporte; a criação e oferta de moeda como símbolo quase universal de representação, troca e guarda de satisfatores-valores pelo S08; e a extração de matéria prima, transformação em satisfatores e entrega ao comercio pelo S09.

Estas prestusuárias “econômicas”, típicas do oficialismo e de seu poder de opressão e exploração, são as que controlam a propriedade dos meios de produção, o mercado de trabalho e salários, a produção, circulação e precificação dos satisfatores, e sua conversão em riqueza. Este bloco de prestusuárias é o foco de debates e revoluções de sempre, mas principalmente desde metade do Século XIX, com o socialismom. E o seguirá sendo até que se encontre alguma fórmula de proporcionalidade entre propriedade coletiva e particular, entre produção e partilha da mais-valia, entre necessidades reais e artificiais nos quatro níveis de vivência proporcionais (mini, médio, grã e maxivivência), e entre o uso do ecossistema pelos humanos e os demais ocupantes do planeta (inter-sustentabilidade).

Como sair de, ou controlar um sistema tão enraizado de produção somente de mercadorias, e somente a serviço de ganhos máximos, para chegar a um sistema de produção de satisfatores tricerebrais para necessidades reais e de ganhos moderados e repartidos proporcionalmente? O principal desafio é o fato de, com a globalização, os Estados nacionais terem pouco controle sobre essas prestusuárias que se tornam transnacionais e, até, supranacionais. Isto significa que elas têm poder e recursos que permitem impor suas leis e suas conveniências a governos locais mais fracos. Ou seja: um conjunto de regras de mercado e intercâmbio desproporcional e injusto.

3. O bloco das prestusuárias “reguladoras”. Elas são assim denominadas porque regulam-administram a convivência coletiva e particular com comando, legislação e repressão. Neste bloco, o Poder Político luta por hegemonia sobre o cérebro esquerdo racional-legalista, manipulando os outros dois. Seus satisfatores são informação pelo S06-Comunicação; educação-ciência-capacitação pelo S07; defesa da ordem estabelecida e repressão aos perturbadores pelo S11; planejamento, administração e controle da convivência em sociedade pelo S12; e legislação que estabelece direitos-deveres e seus limites a indivíduos, grupos e coletividades, para que a convivência seja menos anárquica e predatória, e mais pacifista e proporcional pelo S13.

Essas prestusuárias regulam cada vez menos as prestusuárias do processo econômico nos territórios nacionais, com exceção da sede imperial. Todos os governos têm que trabalhar para elas, porque elas pagam os políticos, ainda que explorem e não indenizem o ecossistema que é patrimônio de todos. As atuais instituições de regulação internacional trabalham para elas e seus donos, pelas mesmas razões.

Depois da especialização em três grandes blocos ou culturas, vem a segmentação-especialização dentro de cada um dos 14 subsistemas, por segmentação horizontal ou paralela. Por exemplo: o S02-Saúde pode ter os seguintes segmentos-especializações: medicina, farmácia, enfermaria, fisioterapia, odontologia, psicologia, veterinária, fitopatologia etc. E cada uma pode ter mais segmentações internas ou subsegmentações-subespecializações.

Depois, vem a divisão-especialização da agendonomia dos 14 subsistemas, dita vertical, porque forma os organogramas, as hierarquias, os níveis de uma carreira, de uma instituição e de qualquer sistema. Cada um dos 14 subsistemas tem uma hierarquia própria, algumas com muitos níveis como a carreira militar, outras com menos como a carreira de esportista. Mas pode-se condensar qualquer hierarquia em quatro níveis essenciais, de baixo para cima: nível de execução, supervisão, assessoria, direção.

As prestusuárias apropriadoras (econômicas) se apoderaram do mundo, governado pelo Poder Econômico e suas instituições/corporações financeiras, industriais, comerciais, agropecuárias etc., muitas sendo multi e transnacionais, a maioria delas com matriz na sede do império. A nova supremacia anglo-americana-israelense, com sua doutrina do neoliberalismo e do Consenso de Washington em nova aliança com o messianismo judaico-cristão estabeleceu, de vez, a econocracia ou a usurocracia – governo mundial exercido pelo subgrupo oficial do capital. As constituições republicanas, os direitos do ser humano, o discurso cívico e humanista, a proteção ao trabalho e aos mais fracos, tudo isso foi substituído pela linguagem e pelas regras selvagens do mercado, ditadas pelo império global.

O cidadão foi substituído pelo consumidor e seus direitos não são protegidos mais do que por um insignificante código de defesa do consumidor. Promove-se a ideologia do êxito exclusivamente econômico, do trabalho fanático para acumular nada mais que dinheiro; incentiva-se a demonstração do êxito pelo consumismo ostensivo e, como “o fim justifica os meios” é parte da lógica oficialista, a corrupção tornou-se uma virtude, tanto no Poder Econômico, como no Político e no Sacral, todos transformados em corporações dedicadas à caça ao dinheiro. Somos governados por corporações desgovernadas, que estão dando shows de corrupção, governadas por subgrupos oficiais manipuladores e assaltantes. Enron, Worldcom, Parmalat, Tyco, Adelphia não serão as últimas. Se a isso acrescentarmos os bancos particulares com seus paraísos fiscais e lavanderias de dinheiro, mais o Fundo Monetário Internacional com o Banco Mundial e o ISB (banco central mundial), teremos um esboço arquitetônico do terrorismo econômico oficial.

As prestusuárias do Poder Político, instituídas como reguladoras do bem comum dos três subgrupos, se transformaram em office-boy do Poder Econômico nos países ocidentalizados e, também, do Poder Sacral em outras partes; mesmo no Ocidente, o Poder Político já começa a pôr-se a serviço do Poder Sacral, como nos EUA, por exemplo. O Poder Político mercantilizou-se e corrompeu-se vergonhosamente.

As prestusuárias do Poder Sacral (pastoral), supostamente regeneradoras, puseram-se a serviço do Poder Econômico judaico, protestante, católico, hinduísta, xintoísta, confuciano e ortodoxo, quando não se mercantilizaram elas mesmas. Nas teocracias islâmicas, ocorre o inverso.

O direito de sobreviver, de aprender e de realizar-se por meio do trabalho está comprometido. Está comprometido principalmente em nível operacional ou de minivivência, porque a tecnologia e a tirania econômica suprimem empregos e impõem uma economia baseada em mais educação e conhecimento, o que é cada vez mais escasso na escola pública que é a escola das classes mais baixas. Nos demais níveis, este direito está comprometido porque prevaleceu a ideologia do trabalho mercenário, exclusivamente a soldo.

A confiança do povo nas instituições diminui porque as vê trabalhar cada vez mais para os poderosos. Para os empregados terem um aumento de salários e outros ganhos precisam fazer greves, expor-se aos cães e aos cassetetes da Polícia e às sentenças da Justiça dos poderosos. Já os políticos e os patrões, para aumentarem seus ganhos, basta o cartel deles decidir e seus salários e preços se instalam comodamente, sem ter que fazer passeatas, sem ter que enfrentar cães, policiais e sentenças judiciais incriminatórias. É para isso que serve o livre jogo do mercado… “Desde os anos 80, o 1% mais rico da população dos EUA duplicou seu patrimônio frente aos demais cidadãos; se olharmos a cúspide da pirâmide, o 0,01% mais rico sextuplicou sua riqueza”. Enquanto os países crescem em média 3-5% a.a. com algumas exceções, os milionários de cada país e do mundo crescem a uma taxa de 4,3% na China; 14,6% na Índia; 6,3% na América Latina; 13,7% na África; e 28,9% no Oriente Médio, segundo informe das agências de avaliação de risco dos países.

O mercado globalizado impõe uma feroz e mortal competição entre médias e pequenas empresas, enquanto as grandes empresas formam monopólios e oligopólios, com lucros garantidos em contratos assinados por governos fracos e venais como no caso da privatização de empresas públicas dos países subdesenvolvidos. Os subgrupos oficialistas do dinheiro do mundo (verifique quem são e onde têm seus guarda-costas nucleares) criaram sua própria legislação internacional para a formação de seu próprio cartel: TRIMs – Trade Related Investment Measures –, Acordo de Investidores. Essas privatizações com contratos de lucro garantido (indexação) são imposição desse cartel de investidores do TRIMs. Antes, eram contratos de risco de ganhar ou perder; agora, são contratos sem risco de perder…São pérolas do neoliberalismo anglo-americano-sionista que impôs a cobiça e a usura como finalidade suprema da humanidade, do planeta e do universo. Ad majorem auri gloriam !

Com isso, pode-se prever o desmoronamento do ecossistema transformado em castelo de moedas e a vida em túmulo vazio. Esse modelo do rei Midas está lutando para ter uma sobrevida pela criação de mais e mais “necessidades” desnecessárias e inúteis e de produtos com obsolescência planejada para forçar mais consumo, já que a guerra não consome todos os excedentes. Por isso, nem todos os “bens” são bons para todos. Há cada vez mais produtos indesejáveis, seja por eles mesmos ou por suas conseqüências, como as megalópoles, as drogas, os engarrafamentos urbanos, as armas e as guerras, os bancos etc.

CENÁRIO 6 – MUNICÍPIOS, COMUNIDADES, TRIBOS .

Este modelo gráfico ilustra, como num mapa, os componentes essenciais da organização comunitária e a estrutura de seu poder local e nacional. Na parte inferior, o gráfico ilustra a evolução ou complexização da energia desde sua essência tri-una até o aparecimento do cérebro tri-uno dos mamíferos, principalmente o humano. Daí em diante, o potencial tri-cérebro-grupal dos humanos criou a cultura e, também – o trono dos três poderes para o oficialismo – uma desgraça ilustrada pelas flechas que nascem de cada parte do cérebro rumo ao poder político, econômico e sacral, ao alto do gráfico. Há vários arranjos entre esses três subgrupos de poder, que se podem ver melhor no cenário 9: democracia, econocracia, teocracia, bi-tri-estatismo etc.

Os catorze subsistemas, áreas ou setores de vida – na vertical – são um desdobramento das necessidades tricerebrais (ver Cenários 3 e 5) do ambiente, do indivíduo, da família, da empresa-prestusuária, do país e do planeta. Cada um dos catorze subsistemas ou campos de necessidades podem ser detalhados pelos 4 fatores operacionais – à esquerda do modelo gráfico – que indicam localização no espaço-tempo, indicam os três subgrupos de personagens/atores e seus níveis, bem como os procedimentos ou conjunto de ações, técnicas, custos e resultados. Os 4 fatores operacionais são uma sistematização dos conhecidos pronomes interrogativos – onde, quando, quem-com quem-contra-quem, o que, como, por que, com que.

O Show do Jogo Mundial não é mais que a representação deste mesmo modelo, desdobrado em 16 níveis ou cenários, para representar sua diversidade e hierarquia em todo o planeta.

A concentração do poder político-estatal, do poder econômico e do Poder Sacral é, de por si, um roubo. Em tempos tão “democráticos”, nunca se havia visto concentração tão grande em mãos de um oficialismo tão pequeno. Ele se proclama governo ou autoridade, declarando os demais como sociedade ou povo. O povo foi usurpado e está abolida sua capacidade de controlar seus controladores de cima. O conceito de “Poder Local” – que seria real poder e controle da comunidade e do país por todos seus habitantes ou pela interação efetiva dos três subgrupos – é um mito. A comunidade/sociedade é uma quase propriedade dos três poderes máximos: poder Político/estatal (Executivo, Legislativo e Judicial/policial); Poder Econômico (associação rural/comercial/industrial/financeira) e Poder Sacral (conjunto de correntes espiritualistas com padres, pastores, gurus, dervixes, mulahs, xamãs etc.).

Há, periodicamente, tentativas de independência e organização popular contra esses três poderes, com moeda própria ou um consórcio de investimentos para o município; as redes de troca com moeda e “bancos” alternativos; e as comunidades eclesiais de base etc. Mas os subgrupos oficiais superiores intervêm prontamente para dar um basta. Acabou o conceito de “República” (res (coisa) pública, a co-propriedade coletiva) porque tudo se privatizou. A urbanização está convertendo comunidades (lugares para viver e desfrutar) em labirintos tenebrosos e incontroláveis. Triunfou absolutamente o oficialismo cuja divisão de trabalho entre os três é:

O poder político nos encurrala;

o poder econômico nos assalta;

e o Poder Sacral nos manda cobrar a conta no cemitério…

Está esgotada a fórmula política para garantir a convivência mínima; a fórmula econômica de mercado para satisfazer as necessidades mínimas para a maioria ou para reduzir a pobreza; e a fórmula das religiões para desenvolver solidariedade/compaixão amorosa, elevação moral e sentido de transcendência. A promessa dos últimos 500 anos esgotou-se. Mas seus donos continuam aí, como mortos-vivos, exercendo o terror primordial e permanente, legalizado e armado, que chamamos “violência 1 (um).

A resistência, o protesto, a não aceitação, a utopia alternativa a essa ditadura tri-hegemônica dos subgrupos oficiais em ruína, autores da violência 1 (um), não a põem já os revolucionários idealistas da contraviolência 2 (guerrilha, revolução, contraterror “ilegal” e menos armado): põem-na, infelizmente, a anarquia das gangues de rua, de traficantes de drogas, de assaltantes, de seqüestradores e mafiosos que organizam a violência 3 (assalto sem bandeira e sem limites, para arrancar qualquer forma de patrimônio de pessoas, instituições e lugares) em sua guerra privada.

Este modelo gráfico ilustra o jogo tri-uno que, a partir de certo grau de intensidade e empenho para ganhar, se chama violência triádica, ou seja, uso desproporcional de meios, e partilha desproporcional de ganhos. Cada jogador usa todos os meios de forçamento (arsenais tri-cérebro-grupais) a seu alcance para vencer, vale dizer, para apoderar-se dos satisfatores e do poder (liberdade) dos demais. Há uma escalada de intensidade no uso do respectivo arsenal, desde a persuasão verbal, a propaganda midiática, a legislação coercitiva, a sanção econômica até a guerra armada. Onde não há lei, a força é a lei.

Quem detém o arsenal mais poderoso é sempre o tri-oficialismo, que o usa em forma contínua para tirar satisfatores e poder dos demais. E o faz de forma legalizada, pois fabrica leis a seu gosto. O oficialismo é, portanto, fonte permanente da violência 1, de intensidade correspondente aos interesses em jogo. Corresponde-lhe mais ou menos 60% de co-responsabilidade em tudo. Quando praticada pelo poder político, econômico ou sacral, chama-se “violência ou terrorismo” de Estado ou institucional.

Quando subgrupos ou países oficialistas e ricos maltratam, exploram, bombardeiam em forma permanente a seus inferiores, têm eles sua lógica monádica, unilateral e unidirecional de cima para baixo para justificar a sua barbárie e ninguém se arrisca a acusá-los de terrorismo, pois será perseguido, certamente. Quando, porém, alguém ou algum grupo de entre essas vítimas se defende ou responde a um deles com golpes, bombinhas ou avionaços, aí sim se trata de terrorismo, de eixo do mal, de falta de “civilização” (civilização é o conjunto de pesos e medidas glorificadoras dos abusos do oficialismo). A ONU, a Inglaterra e os EUA impuseram bloqueio econômico por mais de dez anos ao Iraque, acompanhado de bombardeio terrorista quase semanalmente, levando à morte mais de 500.000 crianças. Ninguém falou de terrorismo, nem se fizeram minutos de silêncio em desagravo. Quando explodem umas bombinhas que matam umas poucas pessoas nalguma parte do império anglo-americano, declara-se imediatamente que se trata de barbárie e terrorismo mundial, que põem em perigo o mundo civilizado…

O chamado “terrorismo” ou violência dos revolucionários, dos hereges, das esquerdas, dos defensores ou vingadores de seu país invadido (“eixo do mal” segundo o oficialismo) é sempre violência 2, que é intermitente e de intensidade correspondente à opressão causada pela violência 1 (um). Corresponde-lhes mais ou menos 30% da co-responsabilidade de tudo .

O chamado crime organizado, apresentado nos noticiários, com o qual o aparato policial do oficialismo faz jogo de gato e rato, é somente violência 3 , uma tentativa suicida e breve de oscilantes enraivecidos para alcançar a miragem oficialista por um atalho. Corresponde-lhes mais ou menos 10% de co-responsabilidade, condividida com a assim chamada “sociedade civil” que é co-responsável, por seu conformismo cúmplice. “A violência não é do rio que transborda; é das margens que o oprimem (como na violência 3 dos oscilantes em fúria).”

A escalada da violência é pela desproporção de satisfatores tri-cérebro-grupais (não somente os econômicos de cérebro central); e a escalada do medo de todos é porque os três subgrupos vão “melhorando” por igual seus arsenais que, antes, eram quase exclusividade do oficialismo mais alto. A violência não a fazem as armas; fazem-na pessoas ou os três subgrupos, uns por sua maximocracia insaciável (violência 1), outros por vingar sua dignidade ofendida (violência 2), outros por cobiçar demais e apressadamente o que lhes nega a via oficial do emprego-desemprego ou a rotina de uma vida pouco significativa. A violência vai aumentar enquanto cada subgrupo persistir em seus interesses unilaterais, monádicos e maximocráticos. A via da Paz e da menor fricção social é o proporcionalismo tri-cérebro-grupal.

CENÁRIO 07 – REGIÕES dentro de um Estado .

A idéia de dar alguma autonomia a microrregiões, bacias ou ecossistemas regionais (dioceses para o Poder Sacral cristão) dentro de Estados, não prospera, pela agudização do principio da centralização e hierarquização. Entretanto, as prestusuárias econômicas e as dioceses, sim, funcionam, porque têm autonomia e são autoconduzidas.

CENÁRIO 08 – ESTADOS de um país .

Essa esfera intermediária entre o país e as comunidades locais depende do pacto federativo vigente em cada país. Na Europa e nos EUA, sim, funciona. Fora daí, há uma tensão constante entre governos dos Estados e governo federal, na hora de dividir o fruto do saqueio das comunidades locais, com períodos em que triunfa um e depois o outro, sucessivamente. O jogo triádico dentro de qualquer país impõe, porém, coalizões de Estados, ou macrorregiões, para disputarem a máquina federal e o controle dos negócios. Por exemplo: no Brasil está como subgrupo oficial o “Triângulo das Bermudas Brasileiro” formado pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; como subgrupo antioficial está a região sul, formada pelos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e como subgrupo oscilante estão a região centro-oeste, a região nordeste e a região norte. Cada país tem que explicitar esse jogo triádico macrorregional que é fonte de guerras civis e de golpes de Estado.

O Poder Sacral, como as arquidioceses ou federações religiosas dos estados, não tem influência maior nesse cenário. As federações nacionais (como a CNBB -Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e outras similares) são as de maior influência.

Foram criadas corporações ou superintendências técnico-econômicas para promover o desenvolvimento de cada uma dessas macrorregiões. Mas, quase sempre fracassam porque a máquina política, econômica e sacral federal está dominada pela macrorregião oficialista, que impede a equidade ou proporcionalidade entre elas. Outra vez, a centralização e hierarquização desproporcionais em favor do oficialismo.

CENÁRIO 09 – PAÍS. COMANDO NACIONAL. TIPOS DE HEGEMONIA.

Este modelo gráfico ilustra a trincheira do tri-oficialismo e a rotação no poder hegemônico supremo, disputado entre oficialistas de Religião, de Política e de Mercado dentro de um país e no planeta, para controlar, assaltar e consolar os mais fracos. Historicamente, o primeiro poder que se organizou foi a teocracia – em que o governante se declara descendente ou representante de algum deus ou religião para justificar seu poder. Essa teocracia submeteu o pouco poder político e econômico existente, como ilustrado acima à direita. Nos regimes teocráticos, os indivíduos são definidos como fiéis, ou hereges ou pagãos, e sua pátria é o céu, o inferno, o nirvana ou a roda das reencarnações. A história comprovou que as teocracias são os regimes mais violentos, mais reacionários, mais fundamentalistas, e que mais freiam o desenvolvimento tricerebral e social, porque sua aposta está num mundo extraterreno, pós-morte. Uma teocracia encobre e leva aos extremos os piores vícios do oficialismo, porque a autoridade “divina” é incontestável. Mesmo nas civicracias/democracias, quanto maior o Poder Sacral, maior o subdesenvolvimento tricerebral e social.

Nos países anglo-saxões, desde a revolução/reforma protestante/burguesa, impôs-se a civicracia/democracia – em que o governante se declara representante do povo para justificar seu poder, submetendo o Poder Religioso e fazendo-se sócio do econômico, como na Inglaterra desde 1534, ilustrado acima à esquerda. Nas democracias, os indivíduos são definidos como cidadãos, ou traidores ou estrangeiros e sua pátria é o seu território nacional ou o exílio. Fora dos países anglo-saxões, reis-imperadores-papas-lamas-aiatolás-imãs etc. continuaram por muito tempo declarando-se de direito divino/religioso para melhor defender seu poder. Depois da “meia revolução” francesa, nos países latinos criou-se o bi-estatismo político-religioso: Estado civil (governo) e Estado religioso (Igreja) lado a lado, com troca de embaixadores e favores.

Nos países anglo-saxões, pouco a pouco o poder econômico se equiparou ao poder civil – bi-estatismo político-econômico, com o Poder Sacral garantindo a salvação eterna aos que prosperam, tornando-se, com isso, cúmplice na exploração do povo. Em seguida, o poder econômico foi reclamando mais liberdade e autonomia (desregulamentação), numa espécie de anarquismo de extrema direita, até impor-se como poder absoluto – econocracia – mantendo o político e sacral a seu serviço como “laranjas” e escravos do dinheiro, ilustrado no gráfico acima, ao centro. Na econocracia, as pessoas são definidas como produtores/consumidores ou excluídos e sua pátria é o mercado formal ou o informal, subterrâneo. Este último arranjo dos três poderes é o que se divulga como o “modelo democrático” (“usurocrático”) anglo-saxão que querem impor de maneira uniforme ao mundo todo, derrubando as poucas civicracias e as muitas teocracias ainda existentes.

Anuncia-se que as fronteiras nacionais estão-se debilitando e que tudo se está globalizando. Uma questão é se todos os Estados nacionais ainda servem e outra é a da preservação de sua essência nacional, ao mesmo tempo em que se deve fazer abertura e integração no processo de globalização, imposto pelos mais fortes. Trata-se das fronteiras políticas, porque as fronteiras econômicas quase não existem já. Isto se deve examinar triadicamente: estão-se debilitando as fronteiras políticas dos países oscilantes, neocolonizados, débeis, periféricos, em vias de desenvolvimento ou emergentes; e estão-se fortificando as fronteiras dos países desenvolvidos como Japão, EUA, e as fronteiras da União Européia, onde nem uma pulga passa sem vasculhação global. Países da cortina de ouro! O que se está debilitando em todos os países, inclusive do Primeiro Mundo, é a idéia e a força do Estado em seu aspecto político, porque se deixou dominar pelo poder econômico. Falar de PIB (Produto Interno Bruto) soa falso, pois as empresas, os capitais e os ganhos são quase todos trans e supranacionais.

Ademais, está-se debilitando sua força como Estado laical e com supremacia frente ao Poder Sacral. Nos países teocráticos (supremacia do Poder Religioso ou sacral sobre o poder político e econômico) assiste-se a uma escalada religiosa de um furor fundamentalista e fanático assustador. Nos países com “civicicracia” (supremacia do poder civil/político sobre o sacral), assiste-se a um violento assalto por parte do Poder Sacral sobre o poder civil/laical. Nos EUA, por exemplo, o governo de George W. Bush parece uma central bíblica. Há que recordar que a revolução protestante promulgou uma coalizão, que ainda perdura, entre Poder Sacral do velho testamento, o poder econômico e o poder político, apesar dos protestos dos ultraliberais, maçons e marxistas nos países anglo-saxões. Na França, os islâmicos estão pressionando para impor-se nas escolas, bem como em outras partes todos os demais credos. Na Turquia (e na Argélia), que é um Estado com “civicracia”, os islâmicos provocam crises políticas e econômicas para tomar o poder. No Brasil, o presidente Lula da Silva foi uma criação da Teologia da Libertação e teve os próceres da mesma como assessores especiais de seu governo.

A coligação organizada pelo império, que fez a guerra iraquiana do petróleo, tinha que escolher se implantava uma “democracia” laical como se tentou na Pérsia (Irã) do Shah Reza Palhevi ou se entregava o país “libertado” a uma nova teocracia xiita. Optou por esta e, assim, se deparou com a conseqüente guerrilha iraquiana de resistência.

As chamadas “sociedades abertas” permitem um razoável grau de democracia política, econômica e sacral dentro de suas fronteiras, para o público interno; mas algumas dessas “sociedades abertas” praticam o vandalismo econômico e de toda espécie fora de suas fronteiras. As sociedades que oferecem resistência a essa democracia imperialista são apelidadas de antidemocráticas, anacrônicas e inimigas, às quais é preciso castigar com sanções econômicas, Guerra Fria e, quando não se rendem a tempo, com intervenção militar. Se fosse definida e implementada uma democracia política, econômica e sacral universal para todos os países e para cada um dos três subgrupos de países e do planeta, não se daria esse fenômeno contraditório da “democracia imperial” anglo-americana.

Como tudo foi reduzido a um “pan-economicismo”, têm muito mais poder o diretor do banco central e o ministro da Fazenda que o que dizem e fazem qualquer presidente ou primeiro ministro. Então para que votar, para que partidos políticos? Já não há direita e esquerda, nem diferença entre partidos porque já não existe poder político, a não ser de fachada, de palavras. Só existe poder econômico e esse é monopartidista: o partido da economia e dos interesses dos dirigentes do império anglo-americano-sionista, administrado pelo FMI e pelo sistema financeiro mundial. Com isso, a governabilidade política está inviabilizada, a desordem pública e a violência crescem assustadoramente em todos os países e nunca houve tantos cárceres e tantos encarcerados na história.

O megaespeculador George Soros 6 , que é um símbolo do poder econômico-financeiro, diz: “O mercado (ou poder econômico) é excelente para resolver problemas de produção e distribuição de bens de consumo. Mas é incompetente para resolver problemas ambientais, de desemprego, de segurança social, de justiça social, de educação, de saúde, de pobreza, de drogas e de criminalidade, de discriminações raciais, religiosas ou de gênero; esses são “bens públicos” que requerem um novo Estado (poder político) com força e dinheiro para isso”. A econocracia e seu catecismo chamado “ciência econômica clássica” são uma máquina para aumentar o número de pobres e produzir uns poucos ricaços em todos os países do mundo.

CENÁRIO 10 – PAÍSES VIZINHOS e seus jogos triádicos .

Neste cenário, começava o mundo internacional, segundo a linguagem nacionalista de outras eras. Em todas as regiões do planeta acontece a disputa triádica. Há dois países vizinhos em hostilidades e há medo de os demais vizinhos serem envolvidos no conflito. Como exemplo: Israel, Palestina e os demais; Kurdos, Turcos e os demais; Irã, Iraque e os demais; Paquistão, Índia e os demais; China, Tibet e os demais; China, Formosa e os demais; Coréia do Norte, Coréia do Sul e os demais; Indonésia, Timor Leste e os demais; Gregos, Cipriotas e os demais; Colômbia, Venezuela e os demais; Chile, Argentina e os demais; Brasil, Argentina e os demais; Síria, Líbano e os demais; Camboja, Tailândia e os demais; EUA, México e os demais; Rússia, Tchetchênia e os demais; União Européia, Inglaterra e os demais; Estônia, Polônia e os demais etc.

A solução vem sendo a formação de blocos político-econômicos regionais. E a solução maior seria um governo mundial – Planeta Unido – porque a velha ONU virou a empregada doméstica do império anglo-americano-israelense. Entretanto, os blocos em regiões que vão contra os interesses do oficialismo da cúpula da pirâmide global (os cenários 13 e 14) são combatidos e sabotados para que fracassem. É o caso do bloco da Bacia do Pacífico, que nunca deslancha; do MERCOSUL que foi esquartejado para impor a ALCA ou algum tratado de livre comércio, e outros. Por isso, só têm êxito os blocos formados pelo oficialismo da cúpula, como a União Européia e o NAFTA. Mesmo aí, prossegue um jogo triádico pouco equalizador, como no NAFTA, onde o México é o maior perdedor.


CENÁRIO 11 –
PAÍSES PROLETÁRIOS ou as “repúblicas” do caos.

Este modelo gráfico ilustra a formação de hierarquia de países – níveis de ascendência e subordinação, quem está acima e quem está abaixo de quem – em vez de primeiro/terceiro mundo, de países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, de norte/sul, de centro/periferia etc. Esse discurso de não interferência, de autodeterminação dos povos é mais uma das muitas lorotas da “democracia imperial”.

Este é o cenário dos países pobres, enfermos, subdesenvolvidos, “os condenados da terra”, os não-industrializados do planeta, os supridores de matérias primas para os desenvolvidos. São países “libertados” da colonização central de países europeus, dos EUA e da ex-URSS ou de subcentros subcolonizadores como Japão, Indonésia, República da África do Sul, Turquia, China etc. Como há jogo triádico sem fim, os países proletários “libertados” têm que estar alinhados com o neocolonialismo econômico de cima; mas sobram, ainda, alguns países “socialistas” antioficiais que resistem e se esquivam; e um folclórico bloco dos “não abertamente alinhados”.

Nesses países, só vivem bem os subgrupos oficiais (entre 10 a 15%) e os produtores e exportadores de droga. Os demais clamam por um programa mundial “fome zero”, “epidemias zero”, “refugiados zero”, “desempregados zero” e, ainda, perdão da dívida externa, auxílio tecnológico para sua agricultura e pobreza etc. No entanto, os poucos oficialistas desses países dedicam–se a tumultos, reformas, revoltas (já não há revoluções), compra de armamento, golpes de Estado sem fim e massacres-genocídios, abastecendo de fugitivos todo o planeta. Mais de dois milhões de pessoas são vítimas desses países fracassados. Quem os faz fracassar?

Pelo método triádico pode-se ver outra coisa. Até nos países ricos, a brecha entre níveis de vivência dos subgrupos e das classes sociais está aumentando devido ao modelo social (neoliberal oficialista) adotado, ou seja, há cada vez mais pobres e disfuncionais também nos países mais desenvolvidos, o que permite a frase retórica: “Cresce um terceiro mundo em cada país do Primeiro Mundo”. Mas é mais lúcido dizer que cresce a desproporcionalidade triádica, em todas as partes do Jogo Mundial, ainda que em graus diferentes para cada esfera ou cenário. Isso acontece porque o modelo-ordem mundial do império impõe regras políticas, sacrais, financeiras comerciais cada vez mais leoninas (a lei de quem pode mais ou da vantagem máxima).

CENÁRIO 12 – PAÍSES SEMI-INDUSTRIALIZADOS, “emergentes” .

Os países emergentes podem ser chamados também países mordomos, capatazes, delegados subimperialistas, porque controlam uns poucos países mais débeis de sua região para que não saiam dos trilhos impostos pela “ordem econômica mundial” do oficialismo de cima. Nessa posição estão, por exemplo: Brasil para América do Sul; México para a América Central e Caribe; Turquia para a Ásia Menor; Egito e Israel para o Oriente Médio; República da África do Sul para a África subsaariana; Rússia para os Bálcãs e a Europa Oriental; Japão para o Sudeste asiático; Austrália para a Oceania; China para o reduto pós-socialista asiático etc. Esses emergentes formam consórcios como o G-20 e subcomissões para reivindicar algumas compensações ao G-8 e G-3 pelos serviços prestados.

Esses países passaram por reestruturações ou “modernizações” violentas para ajustar-se a suas funções dentro do neoliberalismo econocrático imperial ou para resistir a ele – como a China, que joga de antioficial nesse cenário, mas que é oscilante em relação aos cenários superiores. Esses países (exceto a China, que só tem uma dívida social impagável com seu povo) estão endividados acima da possibilidade de pagamento. Têm sua industrialização estancada, vivem de exportação de produtos primários cada vez mais barateados pelos compradores monopsônicos (único comprador) e pela importação de produtos industrializados cada vez mais encarecidos pelos vendedores monopolistas. E sobrevivem de empréstimos do FMI e do sistema bancário internacional para pagar os juros de um endividamento que artifícios monetários fazem crescer qual metástase bancária.

Pela desproporcional imposição e pilhagem da cúpula da pirâmide global (violência 1), os cenários 11 e 12 são fonte permanente de protestos, tumultos nacionais internos e atos de terrorismo (violência 2) contra o oficialismo interno e do império global ou seus aliados nacionais, como uma guerra civil planetária. Está-se armando uma guerra civil planetária. Esses países, ademais, estão reclamando a devolução de seus tesouros roubados e guardados em honoráveis museus da Europa e dos EUA “porque a chusma não saberia preservar esses tesouros da humanidade”… Depois desta piada e da piada suprema da divisão do mundo em “eixo do bem e eixo do mal”, a outra que vem em segundo lugar é: “Querem fazer do Ocidente um bode expiatório”.

CENÁRIO 13 – PAÍSES PÓS-INDUSTRIAIS .

São os desenvolvidos, países que dominam a tecnologia e que vivem de exportar tecnologia ou conhecimento para fabricá-la e, principalmente, emprestando dinheiro ou aplicando-o nas bolsas pelo mundo afora como uma forma moderna de pirataria. São países financistas. Isso foi conseguido saqueando e sacrificando outros países e o ecossistema. Foi um enriquecimento fraudulento que implica uma dívida social, ecológica e histórica que não se resgata e não se corrige perdoando a dívida de alguns dos países saqueados. A máquina imperial de assaltar e fabricar pobres continuará fazendo vítimas. Haverá tempo e oportunidade para um ajuste de contas com esses poucos saqueadores planetários e para o desmonte de sua diabólica máquina de usura?

Mas esses países são, também, países caros, que estão perdendo competitividade e estão voltando a exportar produtos agropecuários subsidiados, em competição com países pobres num mundo saturado de oferta. Se não manipulassem os truques de drenar o dinheiro do planeta para os cofres deles, sua vida seria complicada. A competição os coloca em vias de enfrentamento entre eles mesmos. De um lado, o bloco liderado pelos EUA; do outro, o bloco da União Européia; e, entre os dois, os demais países desenvolvidos a que não se lhes permite ascender mais, como Japão e outros que foram freados por golpes aplicados em suas bolsas de valores. Se o mundo descobrisse outro modo de acumular valor e de intercambiá-lo que não fosse o dinheiro, se houvesse um substitutivo para o atual sistema bancário, esses países estariam em bancarrota.

A suposta nova economia criada pela tecnologia informática não é mais que uma bolha que já rebentou. Daí a idéia dos pobres quererem retornar à troca, ao cooperativismo, à criação de moedas “sociais” alternativos criadas por eles mesmos…O “mal-estar do neoliberalismo” de hoje é o mesmo mal-estar criado em fins do século XVIII pelo império inglês que produziu um “perigoso” Napoleão; é o mesmo mal-estar criado em fins do século XIX, que produziu duas guerras mundiais com a “perigosa” Alemanha, e que produziu um Karl Marx e o grande sonho do socialismo com a “perigosa” URSS. É preciso encontrar outro sonho “perigoso” que substitua o pesadelo do velho neoliberalismo que chegará ao “fim de sua história”.

CENÁRIO 14 – CONDUÇÃO PLANETÁRIA .

Este modelo gráfico ilustra o equilíbrio de poder mundial como um jogo triádico, em que a posição oficial é ocupada, por enquanto, pelo G-3 – EUA, Inglaterra e Israel; a posição antioficial, muito indefinida por falta de proposta realmente alternativa ao oficialismo anglo-saxão-israelense, vai-se formando pela UE, China e manifestantes antiglobalização; a posição oscilante é formada por instituições supranacionais, como ONU, G-8, blocos regionais e lideranças espirituais católicas, islâmicas, hinduístas, tibetanas e outras, todos cooptados/dominados pelo G-3. Assim funciona o desgoverno planetário que erdeu o equilíbrio de forças após o colapso da URSS. O mesmo G-3 tem seu jogo triádico interno: EUA na posição oficialista; Israel na posição antioficialista; e Inglaterra na posição oscilante.

Por fim um império global, o “fim da história”, um só rebanho e um só pastor! Um rebanho de seis bilhões de cabeças e o sistema financeiro internacional como pastor. E os lobos? Bom, o pastor e os lobos, ambos se alimentam do mesmo rebanho.

Quer-se fazer crer que “o capital”, “o sistema” é o que governa o mundo e o novo império, como uma mão invisível, como uma força misteriosa qualquer, da qual somos todos vítimas, inclusive os pobres banqueiros e santos governantes do mundo. Este é um truque de mágico que “cria” a invisibilidade de alguém para ficar como “sujeito oculto”, invisível para os demais, e que não se encontra em nenhum lugar.

Entretanto, sim, existe um subgrupo humano, com sua ideologia tricerebral justificadora, que impõe, que defende e maneja tudo, para o qual há que apontar o dedo: esse subgrupo é a tríade anglo-americana-sionista, com seu poder econômico-financeiro, com seu poder político-guerreiro e com seu Poder Sacral oficialistas, com seus guarda-costas nucleares. Por isso, após o 11 de setembro, as forças armadas do império e a Al-Qaeda norte-americana (a CIA) tornaram-se ainda mais terroristas.

A União Européia ensaiou um antioficialismo na guerra do petróleo iraquiano, e na questão de importação/exportação de bananas… Nada sério, coisa entre primos ou facções da máfia global. Mas, alerta! Todos os jogos tendem ao topo, por sua lógica de ascensão aos extremos.

Os ambientalistas e os idealistas de “Outro Mundo É Possível” reúnem-se no Fórum Social Mundial para discutir; e para protestar nas reuniões do FMI, da OMC e do Fórum Econômico de Davos. A China está diminuindo seu antioficialismo: por fim, submeteu-se ao Supremo Tribunal do Santo Ofício Econômico Internacional – a OMC.

Das religiões mundiais, só João Paulo II, ex-sócio na derrubada do império soviético, descobrindo-se traído tardiamente, protestou e inculpou a coalizão invasora do Iraque. O G-8 é dominado pelos EUA e pela Inglaterra. A ONU deve ser fechada e substituída por algo superior à trinca imperial, com base em direito internacional e força de coerção, antes que seja tarde. É que o ódio do mundo (não só islâmico, não só o anti-semitismo irracional) que se acumula contra a trinca imperial, não se detém por nenhum tipo de armamento convencional: requer-se justiça, um compromisso de paz e de convivência decente (proporcional) para todos os que estão neste planeta (não só os humanos). As eleições políticas nada mudam no mundo, porque os Césares (Kaisers, Czares) econômicos do planeta não são eleitos: se auto-impõem. O mundo está dizendo e gritando Nããããããoooooooooo à “pax anglo-americana” (terror estatal) e parece que quer uma “pax humanitatis”.

CENÁRIO 15 – A CULTURA TRI-UNA, o mundo virtual.

Este modelo gráfico ilustra as representações ou abstrações tri-cerebrais que fazemos do mundo real, formando a simbolosfera – esfera do simbólico. A simbolosfera racional-científica refere-se a todas as teorias verbais-numéricas que expressam leis de funcionamento do universo y que necessitamos para orientar-nos. A simbolosfera ficcional-icônica refere-se a todos as linguagens não-verbais da arte, às imagens/metáforas, que são as lendas, os mitos, as religiões com suas teologias e o mundo onírico ou do sonho, que necessitamos para re-criar, embelezar e reverenciar o mundo. A simbolosfera darwiniano-monetária refere-se à moeda como símbolo de satisfatores reais, com sua ciência ficção chamada “economia” para resolver nossas necessidades práticas e melhorar o nível de vivência. Diz-se darwiniano-monetária porque na disputa pelo dinheiro é onde mais se aplica a lei da seleção natural defendida por Charles Darwin.

Não há uma superestrutura ideológica única, nem uma única cultura como querem os monádicos e exclusivistas; nem infinitas disciplinas acadêmicas, como quer o divisionismo cartesiano. Há três culturas ou uma ideologia/cultura tri-una que teria que manter-se integrada e proporcional. “Cultura” não é somente a produção artística e esportiva, como sugere a criação de um Ministério da “Cultura e Esporte”. O novo, neste modelo ilustrativo, é a presença importante e maior da simbolosfera darwiniano-monetária. Por haver-se imposto como poder absoluto e de direito divino – a prosperidade é um indicativo de salvação segundo o messianismo judaico-protestante – seria recomendável a criação de um catecismo do dinheiro que se ensine desde a escola primária com importância igual à alfabetização e aritmética.

O cérebro esquerdo (ideológico) transforma o mundo em teoria racional-científica – todas as bibliotecas do mundo – mas teria que ser triádica daqui em diante: transição do paradigma monádico do conhecimento ao triádico.

O cérebro central (ambicioso) transforma o mundo em moeda que é o símbolo de quase todos os satisfatores de nossas necessidades tricerebrais. A moeda (ou o capital) tem suas regras de mercado monádico, maximocrático e livre para o mais forte – com fundamento em Adam Smith e Charles Darwin – que se teorizou na falsa ciência econômica. “A economia é essencialmente uma ciência da burguesia 7 ”. Traduzido para a visão triádica, a economia visa à riqueza dos subgrupos oficiais à custa dos oscilantes (trabalhadores/prestusuários empregados ou desempregados), apesar dos protestos dos antioficiais (sindicalistas, marxistas, solidaristas etc.).

O cérebro direito (sonhador), com sua intuição/fantasia, transforma o mundo em ficção artística, mitológica, espiritualista.

Aí estão as três simbolosferas e suas três culturas. Quando integradas e complementares formam a simbolosfera tri-una ou triádica. O problema é que os subgrupos oficiais entronizaram a simbolosfera monetária e sua gramática secreta – Gramática do Dinheiro – como a verdade única e dogmática para esses novos tempos de império global. Quando muito, aceitam as outras duas simbolosferas para que “expliquem e justifiquem” a veracidade, santidade e inescapabilidade da simbolosfera monetária. As três culturas estão estancadas e mercantilizadas pela indústria cultural.

Há muito que a simbolosfera monádica do cérebro esquerdo está sob questionamento. Os que buscam uma reformulação do conhecimento, ou a transdisciplinaridade e integração desse mesmo conhecimento, sem divisão entre ciências exatas, sociais e artes (como a teoria do caos, da complexidade e a dialética hegeliano-marxista) e os que buscam uma nova educação não têm feito progressos que se notem. Antes, aparecem livros como “O Fim da História”, “O Fim da Ciência” etc. A própria ciência é ágil (e financiada) mais para descobrir meios de matar do que para salvar e viver. Há que descobrir uma nova “racionalidade” ou transdisciplinaridade complementar, dedicada à busca de informação verdadeira e entendimento geral.

A “economia” deve ser rejeitada em sua pretensão de ciência (rainha das ciências sociais!) , pois é claramente uma ideologia cruel do oficialismo que cria miséria, sofrimento e cada vez mais ódio no planeta. Em seu lugar, há que desenvolver a “Gramática do Dinheiro” ou uma “economia tri-una e proporcional” a fim de que todos aprendam o jogo e possam jogar melhor, resultando em dinheiro para todos, ainda que em níveis diferenciados, mas proporcionais.

O produto principal do cérebro direito são as relações afetivas, as artes e as religiões ou filosofias orientais de libertação da pessoa. Por mais de um século, vem-se tentando uma fusão das filosofias espirituais e místicas do Oriente (Blavatsky, Rudolf Steiner, Alan Wats, a Nova Era) e do Oriente Médio como o sufismo (Gurdjieff, Ouspenski e outros) com a religiosidade e racionalidade ocidental. É um admirável intento, mas que requer uma teoria tricerebral bem elaborada para poder avançar mais.

É preciso redesenvolver e amadurecer os valores dos quatro níveis do cérebro direito: amor; criatividade; percepção extra-sensorial; estética y mística. Principalmente os valores místicos e morais das religiões: há que substituir mitos e grosseiros contos do vigário por noções básicas de psicologia; e ensinar as pessoas a usar seu cérebro com ondas alfa para terem suas percepções e experiências pessoais do todo, meditar e reverenciar a vida, o ser, independente de partidarismos religiosos. O cérebro direito, por ser sacralizador, solidarista e conciliador, é a base do sentimento de justiça e de ética que se convertem em convenções sociais, normas morais e leis de Estado. Há, porém, que se aferrar nitidamente a uma percepção triádica, que leva ao proporcionalismo, à justiça triádica. Do contrário, o oficialismo seguirá impondo sempre sua ética e justiça monádicas para garantir seus privilégios exclusivistas.

CENÁRIO 16 – ESCATOLOGIAS ou o futuro imaginado durante a vida e depois da morte individual e coletiva.

Este modelo gráfico apresenta os pólos de atração/repulsão da energia, como num ímã, tendo como centro de equilibração na corda bamba o conceito de proporcionalismo instável, com movimento ondulatório, representado pela linha ondulada entre os dois extremos. Este ponto intermediário representa o espaço possível da vida em que somos movidos ou nos movemos, em meio ao dinamismo bipolar que nos divide ou nos imanta em ambas as direções. No extremo à direita, está o conceito de “maximocracia”, que indica atração fatal, aspirações a sempre mais, buscando insaciavelmente o máximo dos três cérebros ou culturas. É o pólo que gera esperança de ganhos ou recompensas, e seu equivalente representado pelo neurotransmissor chamado endorfina, que produz sensação de prazer, satisfação ou plenitude. Está também o conceito da Física “neguentropia” ou entropia inversa, que significa mais organização, crescimento e progresso. As religiões traduzem isso como sendo aspiração à vida eterna, ao céu, ao nirvana etc.

No extremo à esquerda, está o conceito de “minimocracia”, que indica atração a sempre menos, para o mínimo ou rumo ao nada e ao castigo. Este pólo gera a renúncia voluntária e a não ação (como nos votos religiosos) ou o medo, a paranóia, a frustração, e seu equivalente representado pelo neurotransmissor chamado adrenalina, que é um alerta defensivo-combativo. No extremo à esquerda está também o conceito da Física “entropia”, que significa deterioração, decadência, desorganização, decomposição e redução a pura energia térmica. As religiões traduzem isso como a condenação eterna, inferno, ou como ciclo de reencarnações purificadoras.

Em resumo, o que move os três cérebros? O medo de perder e o desejo de ganhar; o medo ao desconhecido e o desejo de conhecer tudo; o medo à infelicidade/sofrimento e o desejo de felicidade/gozo. Os extremos são viciosos; o proporcional é virtuoso.

O tri-oficialismo sempre explorou nosso imaginário escatológico, nosso poder de sonho e utopia e, nosso impulso à maximocracia, com promessas de recompensa (que são pura iscação, na maior parte); e explorou nossos medos, com ameaças e castigos que são reais.

Os poderes político e econômico materialistas insistem em prometer o paraíso na terra em forma de sociedade do ócio e da abundância, o que é uma realidade para os subgrupos oficiais, enquanto oferecem uma sociedade de “sangue, suor e lágrimas” – inferno na terra – para os oscilantes e antioficiais.

O Poder Sacral, em suas diferentes variedades, insiste em assediar as pessoas e em tentar seduzi-las com ofertas para se conseguir as difíceis vagas no além. Essa prática permanente constitui uma modalidade de terrorismo espiritual, salvo exceções entre verdadeiros místicos e meditadores. Os estudos de tanatologia (estudos sobre a morte), de criobiologia (congelamento de cadáveres para ressuscitá-los no futuro) e as promessas da biotecnologia de viver até 150 anos não têm diminuído a angústia que acompanha a transformação (morte) de cada um.

A expectativa de vida da espécie humana, a depender dos escassos recursos que ela esbanja enlouquecidamente, parece ser de 50 a 100 anos. O Apocalipse aconteceria pelo desgaste/derrubada da infra-estrutura ecossistêmica, de acordo com a Avaliação Ecossistêmica do Milênio, conduzida por 1.350 cientistas de 95 países, contratados pela ONU . De fato, apesar do culto ao futuro, a juventude não tem muitas esperanças e trata de viver intensamente o presente. A idolatria do progresso e do desenvolvimentismo está-se esfumando pela crescente degradação dos povos e do meio ambiente.

Com o triunfo absoluto da utopia oficialista anglo-americana-sionista, morreram as demais utopias dos antioficiais (revoluções justiceiras, equitativas), enquanto os oscilantes retornam a suas utopias extraterrestres ou sobrenaturais, oferecidas por velhas religiões míticas e fundamentalistas.

PARTE 4. O MANIFESTO

 

“DINHEIRO PARA TODOS ” é o lema para o nível de minivivência ou piso mínimo de vivência (combate à pobreza) nos 14 subsistemas. Os níveis de vivência são quatro e incluem o bem-estar progressivo nos três cérebros – não só o do cérebro central-econômico – e são:

A Organização das Nações Unidas, consciente de que os indicadores meramente econômicos, como renda per capita, classes ou estratos econômicos, PIB (medida anual do produto interno bruto de um país), taxa de crescimento econômico etc., são muito reducionistas, criou o conceito de “Índices de Desenvolvimento Humano”, que incluem outros satisfatores não-econômicos dos três cérebros. Por isso, propomos “níveis de vivência tricerebral” e, também, a substituição do conceito de PIB pelo de PST – Produção de Satisfatores Tri-cérebro/grupais, desdobráveis em 14 subsistemas.

Os níveis de vivência, entretanto, são determinados mais pelo paradigma dominante com suas regras de jogo do que pela dotação natural ou pelo esforço individual ou nacional. O atual paradigma ou “ordem mundial” é mais ou menos assim:

Este modelo gráfico ilustra o comando do Show do Jogo Mundial pela econocracia, pela “democracia/elitecracia” e pela teocracia, cada qual com seus três principais subgrupos, que se vão subdividindo sempre. A “democracia” e a teocracia são “laranjas” da econocracia. Que tal modelo está em crise não restam dúvidas. Mas ele se manterá enquanto puder repassar o custo aos cenários internacionais, nacionais e subnacionais mais baixos, em cascata. O Poder Econômico que comanda a todos nós e a todas nossas atividades pelos 14 subsistemas tem seu jogo triádico interno. Até o Século XIX, o subgrupo oficial de produção de riqueza era o industrial, que havia ocupado o lugar do modelo feudal (agora, agrobusiness ). No Século XX, foi-se impondo o modelo financeiro-comercial (pós-industrial) como subgrupo oficial, sob o protesto do modelo industrial, que acusa os bancos, a bolsa e as corretoras financeiras de parasitas (porque não produzem satisfatores reais tangíveis) e de desviar investimentos em produção para aplicá-los em especulação ou guerra financeira. Sendo assim – que dinheiro procria dinheiro – toda corporação ou prestusuária que puder montará seu banco ou sua cooperativa de crédito.

Os 14 subsistemas são uma ampliação do ambíguo conceito “socioeconômico” de Adam Smith para a classificação das necessidades e dos fatos da realidade: 8

S01 Parentesco – gêneros, sexualidade, família, demografia, comunidades.

S02 Saúde pessoal/pública – hospitais, farmácias, profissionais, cemitérios.

S03 Manutenção – abastecimento, feiras, comércio, cozinha, dietas.

S04 Solidariedade – amor, lealdade, união, confiança, associações, cooperação.

S05 Recreação – descanso, artes, clubes, esportes, férias, turismo.

S06.1–Comunicação – idiomas, correio, mídia, Internet, informação, marketing.

S06.2. Transporte – vias, terminais, equipamento, circulação, depósitos.

S07 Educação – escolas, educadores, manuais, pesquisa, ciência.

S08 Patrimonial – propriedade, bancos, bolsa, corretoras, seguros, negócios.

S09 Produção – energia, prestusuárias, trabalho, oferta de satisfatores.

S10 Religioso – templos, livros sagrados, ritos, fé num mundo “sobrenatural”.

S11 Segurança – forças armadas, polícias, presídios, violência, defesa, paz.

S12 Político-Administrativo – organização social, Estado, gestão do bem-estar.

S13 Jurídico – leis, moral, justiça, tribunais, poder legislativo e judicial.

S13 Precedência ou Ranking – maximocracia, fama, mérito, reconhecimento.

Com isso quer-se denunciar e substituir as teorias econômicas e de mercado de Adam Smith e neoliberais, supostamente auto-reguladoras, mas que só e sempre regulam a favor dos oficialistas. Chega de declarações pomposas de direitos, inalcançáveis sem um mínimo de dinheiro: a educação é livre para todos… os que tiverem dinheiro para comprá-la; a alimentação é livre para todos… os que tiverem dinheiro para o supermercado ou a quitanda; todos são livres para ir e vir… se tiverem dinheiro para a passagem; os medicamentos são livres para todos… os que tiverem dinheiro para a farmácia; a justiça é livre para todos… os que tiverem dinheiro para os advogados e cartórios; o direito a ser eleito é livre para todos… os que tiverem dinheiro para comprar votos etc., etc. etc.

Trata-se, então, de garantir poder de compra para um piso mínimo de dignidade humana, definido como “minivivência” para todos, o que requer, como contrapartida, que se estabeleça um teto máximo ou diminuição de ritmo de ganhos e de acumulação para indivíduos, empresas e países em melhores condições.

 

Piso Mínimo

O piso mínimo, o nível de minivivência para os humanos e tudo que existe no planeta, tem sido abordado sempre de viés, timidamente, nunca de frente. Assim o fazem o salário mínimo, o programa da “fome zero”, o de combate à pobreza e outros. Outra modalidade é o programa de salário desemprego, que é temporário. O programa de renda negativa (quem não pode ter renda para a minivivência teria uma complementação pelo Estado, isto é, pelo caixa coletivo formado pelos impostos de todos nós e “administrado” pelo governo) foi aprovado em muitos países socialistas e capitalistas. Falta, entretanto, consenso na definição do que seja minivivência pelos 14 subsistemas; por enquanto se parece mais com a ração mínima para manter vivos os animais de trabalho.

A organização da agendonomia dos 14 subsistemas não pode continuar assim, empobrecendo os empregados, empurrando cada vez mais trabalhadores/prestusuários para o desemprego e o trabalho informal sem garantias sociais, só para fazer crescer o número de ricos a uma taxa muito superior à taxa de crescimento do país e do mundo. As políticas compensatórias ou de exceção citadas acima só são feitas e só servem para preservar o paraíso dos poderosos e ricos, mantendo trancado e longe o inferno dos pobres.

Este modelo gráfico ilustra os prestusuários/tdrabalhadores da agendonomia posicionados em três subgrupos e distribuídos por quatro níveis ou subdivisões da pirâmide invertida. Ademais, o oficialismo econômico e político está desregulamentando o mercado de trabalho, suprimindo direitos históricos aos poucos antioficiais (inutilização de sindicatos) e aos muitos oscilantes, cortando empregados, congelando os salários dos que ficam e arcam com carga dupla e propondo negociações livres entre raposas e galinhas (e por que o governo-cão intervém a favor do oficialismo quando há greves, se tudo tem que ser resolvido entre as mesmas raposas e galinhas?).

A tecnologia do oficialismo mundial está eliminando (e não criando) progressivamente empregos assalariados, exatamente os de nível de minivivência, mais mecânicos, que exigem menos conhecimento. E está succionando (assaltando), no varejo, as reservas anteriormente acumuladas por Estados e indivíduos. Os Estados são assaltados pelas privatizações forçadas e a armadilha do endividamento com taxas flutuantes; e os indivíduos são assaltados pela redução ou congelamento dos ganhos reais dos salários e, pelo desemprego.

Será preciso providenciar renda de minivivência vinculada a outras atividades que não sejam o emprego, mas que signifiquem ganhos para a coletividade, embora não monetarizadas. Basta recordar o New Deal, de Roosevelt nos EUA, gerando e financiando frentes de trabalho e novos negócios. Por isso, é melhor substituir o conceito de trabalho, emprego e salário dos tempos da primeira revolução industrial pelo novo conceito de “agendonomia prestusuária” dos 14 subsistemas.

“Agendonomia” é a soma de todas as “agendas” ou ocupações e atividades nos 14 subsistemas. “Prestusuária” é composição tirada de duas palavras: “ prest (adia)” que significa prestação/oferta de serviços e “usuária” que significa uso, procura, consumo . Agendonomia prestusuária inclui todas as atividades de produção/oferta e todas as atividades de procura/consumo de indivíduos, grupos, empresas, países e o planeta, que se podem divisar melhor pelos 14 subsistemas em cada um de seus 4 níveis.

Teto Máximo

O exemplo mais conhecido de abordagem do teto máximo de ganhos foi a lei americana antitruste para proteger a competição supostamente livre e leal do mercado. Atualmente, foi abrandada e ficou muito tolerante com os oligopólios e monopólios, principalmente quando são de interesse anglo-americano-israelense. O único exemplo de teto na acumulação e no endividamento para países foi a proposta do economista John Maynard Keynes (inglês) na reunião de Bretton Woods, convocada para criar organismos controladores supranacionais ao final da Segunda Guerra Mundial. Mas Keynes foi derrotado pelos negociadores norte-americanos que impuseram o dólar, o BM, o FMI e outros músculos do império americano que nos submete a uma impiedosa perseguição econômico-financeira.

Há que retomar a proposta de John Maynard Keynes para o mundo internacional (ver referência na Parte 2 – Idade Moderna). Além de se obedecer a um limite de acumulação imposto por lei, devem-se substituir porcentagens progressivas dos salários nas empresas até suprimi-los totalmente, para que os que atuam numa corporação sejam automaticamente acionistas/controladores dela. Ao argumento de que isso freia o progresso e o empreendedorismo, responde-se que o progresso que estão defendendo é só para produzir cada vez mais ricos – totalmente descartáveis – e cada vez mais pobres e desastres para o ecossistema – cada vez com maiores urgências. Responde-se, também, que já é hora de dar prioridade à produção de satisfatores para as pessoas e a vida nos quatro níveis, com lucro tri-grupal proporcional, para corrigir o vício econômico de produzir só o que garanta lucro máximo para uns poucos. Essa falsa economia, com sua falsa eficiência e com seu falso discurso…

Sem essa perspectiva, as pessoas estão-se agarrando a outras propostas de controle da livre maximocracia de acumulação. É preciso fechar os olhos para a história para não ver como crescem os neonazistas, os novos entusiastas do experimento socialista-comunista de desapropriação radical, ou como cresce vitorioso o recente e incontrolável terrorismo da violência 2 entre países e, o da violência 3 em todas as cidades do mundo.

INFORMAÇÃO VERDADEIRA ” é um chamamento para suprimir a manipulação educacional domesticadora e a manipulação da verdade por parte do tri-oficialismo máximo e de seus meios de comunicação com enganadores profissionais – os marqueteiros. São magos do teledirigismo catequisador das massas por meio do neuromarketing, impondo o consumismo como sendo a própria felicidade. É comunicação de mão única, incontestável, selecionada e deturpada de acordo com os interesses pouco confessáveis dos subgrupos oficiais mais altos, o que está próximo da lavagem cerebral, da alienação. É o uso perverso da linguagem e da comunicação.

Existe a mentira política sobre a democracia (que é monocracia do subgrupo oficial ou democracia elitista e imperial) e, a mentira profissional dos políticos. Existe a mentira econômica do livre mercado, sustentada pela ideologia dos ricos, chamada ciência econômica (na prática, quanto mais forte e mais trapaceiro, mais se pode impor preços e condições). E existe a trapaça religiosa da invenção de mundos e governos sobrenaturais como instâncias de recompensa e castigo para somente depois de mortos.

A própria ciência monádica é parcialmente viciosa por servir primordialmente aos interesses dos subgrupos oficiais e manter-se longe do controle social. A ideologia do desenvolvimento e da riqueza capitalistas, para todos e sem fim, está-se revelando como a mentira mais perigosa, porque vai contra a intersustentabilidade da vida proporcional para todos os ocupantes humanos e não humanos de um planeta finito.

JUSTIÇA TRIÁDICA ” é uma alternativa para o atual ordenamento jurídico monádico/imperial do tri-oficialismo que impõe controles, perseguições, guerras e sofrimentos aos oscilantes e antioficiais, enquanto eles, os oficialistas, se permitem todas as liberdades, isenções, benesses e impunidades acima de toda e qualquer lei, ética e moral. Mais ainda: autoproclamam-se “nobres” ou eleitos/favoritos dos deuses para acobertar-se. Faltam leis globais para as três culturas – a político-científica, a econômica e a sacral – com base na lei matemática da proporcionalidade. E faltam garantias de aplicação da lei aos três subgrupos, aqui e agora, motivo por que se rejeitam, também, as promessas religiosas de justiça e felicidade só para depois da morte.

A justiça para regular as três culturas será diretamente proporcional às capacidades e responsabilidades de cada pessoa, subgrupo e país. Para assegurar mútua vigilância e controlar a impunidade, recorre-se à co-responsabilidade de parentesco: critério segundo o qual, qualquer atribuição de responsabilidade, de culpa e de punição, é distribuída proporcionalmente a partir do principal responsável até parentes em segundo grau e duas gerações anteriores e posteriores, aí incluídos ex-esposos(as).

Para isso, faz-se necessária uma nova Filosofia do Direito, de base triádica e proporcional, e com novos operadores, que vem sendo proposta pelos juristas Mauro Macedo e Sebastião Batista 9 .

Este modelo gráfico ilustra o Manifesto da Proporcionalidade num segundo grau de complexidade, agregando cinco órbitas ou esferas entrelaçadas da vida, que denominamos “dinâmicas”. Aí estão também palavras de ordem em cada uma delas. As “dinâmicas” são níveis de desenvolvimento dos três cérebros e suas três culturas ou uma condensação do Show do Jogo Mundial. As dinâmicas são interdependentes e criam a intersustentabilidade quando há proporcionalidade entre elas; e criam entropia e rebelião quando há desproporcionalidade. Na seqüência, apresenta-se uma síntese da proposta do Manifesto em cada “dinâmica”.

Ambiente/Ecologia: CIDADÃO DA NATUREZA!

Reintegrar-se ao ecossistema ou à natureza como rede universal, defendê-la como mãe da vida e fonte de satisfatores a ser preservada em cada ecorregião ou município.

Abaixo os exterminadores do futuro!

 

Mente e Pessoa: CIDADÃO DE SI MESMO!

Elevar-se do comportamento instintivo ao mental, desenvolvido em seus três blocos e três culturas – científica, material, convivencial. Educação básica feminina e masculina obrigatória até os 16 anos, pelo currículo dos três cérebros e três culturas (não só o das ciências), visando a capacitação para a autonomia, para o autoprovimento e a autocondução, com reciclagens periódicas. Ser consciente, ser produtivo e ser feliz solidariamente.

Não entregue sua cabeça a ninguém. Liberte-a!

 

Economia: CIDADÃO DA RIQUEZA MUNDIAL!

Reorganizar as atividades humanas em ecorregiões de co-propriedades, com intercâmbio global de bens satisfatores, disputados triadicamente via mercado proporcional. Proteção à livre iniciativa, ao trabalho, à renda que garanta a minivivência e ao esforço para alcançar níveis mais altos, reprimindo a especulação e os modos de se obter riqueza, que sejam danosos à sociedade e ao ecossistema. A propriedade individual, de empresas e países é garantida, mas tendo um teto que será uma porcentagem do PIB regional, estabelecido entre os três subgrupos, por ecorregião.

 

Trabalho-Moeda-Distribuição Proporcionais!

 

Estado: CIDADÃO DA DEMOCRACIA DIRETA!

Reorganizar ecorregionalmente as instituições, particulares e coletivas (na proporção de 62% e 38 % respectivamente), em comunidades e sociedades de trigestores, com supremacia do Poder Local. Como poder superior central, só um Poder Arbitrador tri-uno, eletivo por voto livre ecorregional, destituível a qualquer hora, com poder de arbitragem, de fisco e de segurança, articulando-se por ecorregiões, progressivamente, em forma mais esférica e menos piramidal. O Poder Legislativo fica substituído por votação direta via eletrônica. O Poder Executivo é substituído pela autogestão de cada um dos 14 subsistemas ou áreas de interesse e suas especialidades, regulada pelo Poder Arbitrador. A contribuição para manter o que é coletivo será por imposto sobre renda e bens, e alguns poucos impostos seletivos, não declaratórios, baseados no valor agregado (IVA).

Este modelo gráfico ilustra a diferença entre o modelo de “democracia representativa” com três “Estados” dentro do Estado, inventado pelos anglo-americanos nos últimos 500 anos (à esquerda) e o modelo proporcionalista de “democracia direta”, que é o Estado dos três subgrupos e todos seus níveis, gerenciado pelo Poder Arbitrador Tri-uno.

Direito Triádico: Poder Arbitrador Tri-uno!

Poder Executivo Direto: Autogestão nos 14 Subsistemas!

 

Estética e Mística: CIDADÃO DO INFINITO!

Promover uma espiritualidade mística e uma estética que inclua características da cultura de cada ecorregião. Criar solidarismo e fraternidade holística, incluindo todos os seres do ecossistema, superando segregações raciais, sexistas, étnicas, nacionalistas, religiosas, suprimindo toda forma de depredação, de violência físico-econômica, de violência psico-moral e religiosa, em favor da paz. Promover a cidadania e a co-participação desde a local até a planetária num universo triádico único, propiciando o desfrute de uma vida sempre mais gratificante.

Religiosidade sim! Manipulação não!

 

4.1. COMENTÁRIOS

ECOLOGIA E AMBIENTALISMO . Cidadão da Natureza!

Trata-se do planeta como um ecossistema total e totalmente interdependente, incluindo a atmosfera e estratosfera. Mas trata-se, também, de macro ecorregiões como os continentes, meso-ecorregiões (grupos de países) que se subdividem em micro-ecorregiões (conjunto de municípios que compartilham um mesmo ambiente de sustentabilidade). Cada ser humano e cada subgrupo ou país é, tão somente, um dos elos da cadeia ecossistêmica e não o dono dela. O ecossistema é patrimônio de toda a humanidade e não só de alguns países ou de alguns subgrupos oficiais mais fortes e mais altos. O clima e a sustentabilidade do ecossistema são a questão mais global e essencial das questões, que nunca admitiu fronteiras nacionais; e têm que estar acima de ideologias políticas e de interesses exclusivos dos subgrupos oficiais.

Todos os seres do planeta são co-proprietários e, portanto, co-responsáveis. A propriedade coletiva está acima e antes da propriedade particular ou privada. A educação e as medidas ambientais, por ora, são mais de higiene e romantismo ambiental (salvação de plantas e animais) do que de preservação e sustentabilidade do todo; aquelas contentam os oscilantes, enquanto estas imporiam limites aos depredadores econômicos e aos promotores do consumo irracional e ilimitado. Crescimento ilimitado é física e matematicamente impossível num planeta limitado.

MENTE E PESSOA. Cidadão de Si Mesmo!

Primeiro, é preciso dar mais preparação e proteção às famílias para que sejam mais estáveis e possam desempenhar melhor seu papel de construtoras do tricerebrar individual e coletivo, dando destaque ao papel da mulher, apoiada por um esposo mais participativo. Depois, é preciso reformular os currículos escolares e a formação dos educadores pelo paradigma tricerebral de ensino-aprendizagem e avaliação, incluindo nisso a avaliação relativa ao progresso na emancipação familiar ou capacidade de autocondução de modo a concluir-se por volta dos 18 anos. Isso é função da escola pública, financiada coletivamente (o que vem do Estado não é grátis, é financiado coletivamente). Como tudo é co-evolutivo e co-adaptativo, todos têm direito a uma reciclagem remunerada de 6 meses, a cada 7 ou 8 anos de vida adulta.

 

ECONOMIA. Cidadão da Riqueza Mundial!

Este modelo gráfico quer ilustrar as instituições que formam a burocracia econocrática anglo-americana, com o Poder Político e o Sacral como seus coroinhas. Na pirâmide central, mais embaixo, temos os países “em vias de desenvolvimento” e os “emergentes”, dominados pelo capital estrangeiro das transnacionais; eles têm como contrapeso um sindicalismo em coma, representado pela Organização Internacional do Trabalho (seria melhor dizer “do desemprego” ou “do trabalho informal”). Incluem-se, também, aí os níveis sociais mais baixos dos países desenvolvidos (os EUA têm 36 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, entre elas 13 milhões de crianças). Na pirâmide logo acima estão o FMI e seu “rival” BM que consolidaram sua filosofia e seu modo de operar no mafioso Consenso de Washington. Acima estão as TRIMs e as TRIPs, que defendem “legalmente” os donos do dinheiro e da tecnologia. Acima está a Organização Mundial do Comércio – o supremo tribunal mundial dos negócios, já que os EUA não aprovam o Tribunal Internacional de Justiça (no qual seriam réus permanentes). No topo, está o ISB, o Banco Central do sistema bancário do planeta (porque a Suíça se tornou o sésamo dos clones de Ali Babá?). Por dentro dessa burocracia, rola o sistema monetário do planeta, baseado no dólar, tendo o euro junto com o yuan chinês como antioficiais e o resto das moedas como oscilantes.

É tão impressionante essa máquina e seu êxito que fez um filósofo ingênuo exclamar que isso é a glória e o fim da história. Mas é também tão esmagadora que suas vítimas buscam por todos os meios pôr um fim a essa história.

 

Este modelo gráfico ilustra o jogo triádico econocrático de prestusuárias (empresas, corporações e instittuições), expondo o subgrupo banqueiro e comercial como novo subgrupo oficial desde a última parte do século XX, tendo a produção industrial como seu rival. No tempo de Karl Marx, o subgrupo oficial das empresas era o industrial. O modelo indica, também, que os ramos de negócios e prestusuárias oscilantes estão a serviço e sob o controle do oficial e do antioficial. Não é espantoso que, neste início de terceiro milênio, os bancos sejam as empresas mais lucrativas do mundo, exercendo apenas atividades parasitárias?

O atual poder econômico dos subgrupos oficiais virou ditadura planetária, fora de todos os controles. Ditadura de um símbolo e uma convenção social: dinheiro – respaldado no poderio militar anglo-americano-israelense. Os subgrupos monopolizadores do capital libertaram-se dos controles do seu país e dos outros países; abandonaram o padrão/amarra ouro, transformando o dinheiro numa fantasia e num jogo de papel ou de símbolos eletrônicos de acumulação facílima. Os subgrupos monopolizadores do capital desvincularam-se da criação de tri-satisfatores para criar um reino artificial financeiro (a bolsa) e viver de rendas e agiotagem, de especulação e de fraudes.

Banqueiros e megainvestidores criaram uma espécie de “constituição do dinheiro ou do Poder Econômico” privado, acima da constituição do Poder Político ou do Estado. Isso transformou a maioria da humanidade e dos países em reféns dos monopolizadores do dinheiro, e em devedores insolventes para sempre. Isso produz concentração de renda líquida e de miséria densa; freia o poder aquisitivo e causa excesso de estoques (recessão) pela retração do consumo e qualidade de vida. É a nova forma de escravatura:

não somos escravos políticos (“entregue sua liberdade ou a vida”!);

nem escravos religiosos (“entregue suas crenças ou a vida”!);

somos escravos econômicos (“entregue a bolsa e a vida”!).

Os subgrupos oficiais do poder econômico põem os políticos e as instituições públicas a seu serviço para protegê-los. Enfim, é um jogo triádico dominado pelos mais poderosos e mais ricos, que abusam dos mais fracos e massacram os que divergem, nessa interminável guerra dos últimos 500 anos.

Para dar um fim a essa história, começa-se por uma batalha para deslegitimar, negar e substituir o paradigma monádico anglo-saxão-sionista e sua correspondente ideologia do divino dinheiro. Para a formulação de novas propostas há que se desvencilhar das propostas e linguagens tanto do capitalismo triunfalista como do já ultrapassado comunismo, assumindo uma linguagem/visão tri-uni proporcional.

Para substituir o economês pela “Dinâmica Prestusuária”, pode-se começar com alguns conceitos centrais como: mercado ecossistêmico em lugar de mercado só dos humanos; co-propriedade coletiva e propriedade particular em lugar de pública e privada; prestusuárias em lugar de empresas ou organizações; desenvolvimento em 14 subsistemas em lugar de só econômico e social; agendonomia prestusuária em lugar de trabalho; prestusuários de diferentes níveis em lugar de trabalhadores e patrões; satisfatores em lugar de bens/mercadorias/serviços; níveis de vivência com piso mínimo e teto máximo em lugar de classe A, B, C, D, E; uma nova Gramática do Dinheiro para todos, em lugar dos manuais de economia etc.

A batalha cultural terá que levar a outras batalhas práticas para desprivatizar o dinheiro que, por ter-se tornado um equivalente quase universal dos satisfatores que se produzem com o esforço de todos, não pode ficar nas mãos de banqueiros privados e suas mágicas. Tudo isso supõe avançar da Plataforma 1 do Manifesto para a implantação da Plataforma 2, a ser complementada pela Plataforma 3, que veremos adiante.

O conceito medular da nova linguagem a desenvolver e implementar é o de proporcionalidade em lugar de ética ou regulação pelo mercado, na questão distributivista, já que os métodos de produção e circulação estão suficientemente desenvolvidos (rever a Fig. 5.1).

ESTADO. Cidadão da Democracia Direta!

A humanidade não tem ninguém a governá-la a não ser ela mesma, condicionada pela energia/natureza triádica que a gerou. Como a sobrevivência e a convivência estão confinadas numa jaula triádica de jogos predominantemente de “dois contra um”, a busca de um ordenamento que limite a violência dos jogos e a guerra é permanente. A organização do clã, da tribo, da aldeia, da comunidade, da cidade-estado, das religiões, dos impérios, do feudalismo, dos Estados modernos, do capitalismo e do socialismo foram esforços nesse sentido. Essas formas de ordenamento da convivência na jaula evoluem com a evolução nos modos de produzir a sobrevivência e sua qualidade em diversos níveis: forma e quantidade de energia usada, com a correspondente tecnologia; forma de organização da agendonomia (trabalho e produção) de todos; capacitação e mentalidades dos três subgrupos de prestusuários; necessidades e aspirações de consumo individual-familiar, empresarial, nacional; filosofias de vida presente e futura etc. (Rever a Fig. 7)

O atual modelo de Estado, mercado e Poder Sacral, denominado modelo democrático ocidental, criado na idade moderna a partir da Inglaterra e dos Estados Unidos, foi eficiente na era industrial. Mas esta já se foi e com ela se foi também esse modelo de Estado e organização social, porque já não atendem às novas problemáticas globais.

O aparecimento da energia quântica, nuclear e da informática, rompeu as fronteiras locais e nacionais, criando a globalização tecnetrônica do modo de sobrevivência e convivência, que chamamos Jogo Mundial. Isso requer um novo ordenamento, que agora há de ser da jaula total, do planeta como um todo integrado, que têm necessidades e exigências acima dos interesses das jaulinhas nacionais. Estas têm que reformular seu ordenamento em função da jaula total: Já não se admitem impérios (como o anglo-americano-israelense) nem nacionalismos (autodeterminação absoluta e unilateral dos povos, como os EUA), nem poderes independentes/paralelos, nem individualismos absolutos. Já não serve o atual ordenamento do Poder Político, do Poder Econômico e do Poder Sacral, típicos da idade moderna já esgotada. Esse atual ordenamento deve ser substituído por um único Poder Arbitrador Tri-uno, composto de três, cinco ou sete membros em cada esfera/nível ecorregional, com democracia direta e com autogestão de cada setor pelos seus próprios profissionais (não mais por políticos profissionais).

Estamos numa nova era pós-moderna, na qual “um outro mundo tem que ser possível” – um mundo com o governo proporcional dos três subgrupos, sem a delegação/renúncia do poder que tem legitimado o gangsterismo dos atuais subgrupos oficiais que não prestam contas a ninguém. Na era da tecnetrônica podem-se fazer plebiscitos diários ou semanais (como exemplificam as inúmeras loterias semanais), para debater e votar projetos encaminhados pelo Poder Tri-uno e suas agências operadoras. Isso nos livrará de toda uma classe de “representantes” que se viciou em trair eleitores e em usurpar e manipular o interesse e o dinheiro coletivos em função de suas carreiras político-econômicas. O Poder Arbitrador Tri-uno terá, como fundamento, a nova Filosofia do Direito triádico-proporcionalista, no qual deverão formar-se todos os candidatos a cargos eletivos e operadores da Justiça. Haverá dispositivos de vigilância interna e externa desse Poder Arbitrador Tri-uno, que determinarão automaticamente eleições eletrônicas diretas para legitimação ou deslegitimação dele ou parte dele e as devidas sanções de acordo com o “critério de co-responsabilidade familiar até o 2 o grau de parentesco (ver S01-Parentesco, no Manifesto 3).

ESTÉTICA E MÍSTICA. Cidadão do Infinito!

As guerras e confrontações religiosas mostram que o ideal ecumênico fracassou, porque as atuais religiões ainda estão identificadas com nacionalismos, regionalismos étnicos e culturas que não superaram as teocracias (o truque de declarar-se escolhido por Deus ou de governar em nome de Deus ou de decidir guerras depois de “falar” com Deus…). Cada qual tem que descobrir sua relação com o todo maior e superior em que se move, evitando aderir a deuses inventados pelo inconsciente como recorrência de pai, mãe, governos e suas cortes. Ou negando deuses inventados pelos subgrupos oficiais para servir de álibi para suas atrocidades – alegando que é vontade de Deus, que é imposição das circunstâncias, que é a força do destino, que é a mão invisível do mercado etc.

Trata-se de conquistar a autonomia no uso do tricerebrar, principalmente do cérebro direito amorizador, crente, ético, místico-estético, buscador do infinito. É necessário começar amorizando o ecossistema com todos os seus participantes e ir em busca de uma nova consciência espiritual, acima dos partidarismos religiosos, de livros e mestres dogmáticos, das divisões exclusoras do lado que não é o meu. A isso se chega pelo conhecimento melhor dos três cérebros para corrigir mitologias, superstições, e para não considerar fenômenos paranormais produzidos pelo cérebro em ciclagem reduzida (abaixo de 10 ciclos por segundo) como sendo algo religioso, sobrenatural ou miraculoso.

O universo é uni-triádico. A energia tem muitas freqüências e níveis vibracionais entrelaçados, mas não um mundo dividido em dois andares, um natural e outro sobrenatural. A função da meditação e da busca da espiritualidade é estabelecer novos valores que favoreçam uma convivência de solidariedade e de paz, religando tudo que está dividido, segregado e isolado, para desvelar o grande ser tri-unitário e único que o universo é, na intimidade do ser. Tudo que vai contra este sentido de humanismo e de mais e melhor vida para todo o jogo mundial deve ser descartado, superado e abandonado, sejam regimes políticos, ideologias econômicas ou credos religiosos.

Este modelo gráfico ilustra o Manifesto da Proporcionalidade em sua Plataforma 3, mais completa por apresentar propostas mais detalhadas nos 14 subsistemas. Os pequenos triângulos em cada um dos subsistemas do modelo proporcionalista indicam a autogestão por seus próprios profissionais. É uma proposta para substituir o carreirismo vicioso dos políticos.

Com essa apresentação gradual, espera-se uma apreensão progressiva de toda a proposta do Manifesto, que cada qual pode reconstruir usando as mesmas ferramentas da trialética. Quem tiver entendido e dominado o ponto de partida poderá refazer todo o caminho: princípio tri-uno; paradigma tri-cérebro-grupal com proporcionalidade em seus quatro níveis; sua aplicação mediante os referenciais do Show do Jogo Global; as “dinâmicas” e os catorze subsistemas com seus quatro fatores operacionais.

 

4.2. ESBOÇO DO CONTEÚDO DO MANIFESTO DA PROPORCIONALIDADE

EM SUA PLATAFORMA 3. Coleção de sugestões para um programa.

 

S01. PARENTESCO . Reforma urbana com fins ecossistêmicos e de qualidade de vida nos 14 subsistemas. Limite de crescimento dos aglomerados urbanos até 800.000 habitantes. A desvantagem do campo sobre a cidade é compensada com impostos menores para o campo e maiores para a cidade, progressivos segundo cresça o tamanho da cidade.

Direito a ter família, moradia e inviolabilidade de domicílio. A família passa a chamar-se “núcleo afetivo”. Desestímulo às etnias (raças), descendências, genealogias para promover a grande família humana e ecossistêmica. Abolição de declaração de cor em documentos. Abolição da herança familiar, com exceção da empresa familiar considerada de utilidade social. Controle de natalidade, limitada a um máximo de três paternidades e três maternidades, pelas quais o Estado pagará. Bebês incrementados geneticamente e neuroeletronicamente para todos, por serviço financiado coletivamente.

Criação da carreira de “mãe construtora de cérebros”, em tempo integral nos primeiros 6 meses e em meio período por mais 6 anos, com carteira assinada, contando tempo para aposentadoria, com remuneração de professora do ensino fundamental, financiada coletivamente, se aceitar e assimilar a formação correspondente. Assistência profissional ao núcleo afetivo. A criança tem direito de saque (antecipação financeira) sobre o futuro. Direito de feedback aos pais, educadores, catequistas e apresentadores de programas de TV, pelos filhos, quando completarem 16 anos, que é a idade da maioridade, depois de completar seu ano de preparação para a cidadania, dos 15 aos 16 anos, em escolas ou centros adaptados para isso. Criminalizar a violência psico-moral ou mental tanto quanto a violência física e econômica.

Valorização da vida em todos seus ciclos, sem mitificação de nenhum deles. Direito de liberdade ou preferência sexual. Os contratos para formar núcleos afetivos (familiares) são redigidos pelas partes, privadamente. Se houver filhos ou intenção de tê-los, o contrato se registra no Poder Arbitrador, com cláusulas a respeito. Paternidade sempre reconhecida e responsabilizada. É proibida a clonagem de seres humanos, exceto a de órgãos. A finalidade da família ou núcleos afetivos é o suporte mútuo e a formação de novos seres sadios, autoconduzidos e de valor como indivíduo e cidadão.

Co-responsabilidade familiar: é o critério segundo o qual, qualquer atribuição de responsabilidade, de culpa e de punição, é distribuída proporcionalmente a partir do principal responsável até parentes em segundo grau e duas gerações anteriores e posteriores, aí incluídos ex-esposos(as).

S02. SAÚDE . Incluir noções de medicina alopática e métodos alternativos de saúde nos currículos escolares da educação fundamental, priorizando a saúde preventiva e a complementaridade dos métodos. Criar o profissional intermédio em todas as áreas da saúde humana, animal, vegetal e ecoambiental, com redes de atendimento primário familiar, verticalizando-se em poucos centros especializados. Validar métodos de suavização da morte e ajuda a pacientes terminais.

Reduzir a fabricação de marcas de drogas e a quantidade de laboratórios. Saúde preventiva, ginecológica e do trabalho, paga por financiamento coletivo. Não haverá medicina privada. O tratamento de saúde curativa é gratuito para o nível de minivivência e deverá ser pago a partir do nível de mediovivência, proporcionalmente a cada nível. Proibido o uso do DNA do indivíduo em documentos legais, em seleção de trabalhadores/prestusuários, em contratos de seguro. A Psicologia se distribui, parte na Psiquiatria e parte na escola, entregue a um “Esclarecedor do Inconsciente”. Serão impostos limites aos excessos poluidores dos cinco sentidos provocados por tecnologia, por publicidade, por condições de vizinhança. A saúde ambiental e sua preservação são compulsórias dos micro ao macrocenários do ecossistema mundial.

S03. MANUTENÇÃO . Desestímulo ao consumismo supérfluo e de ostentação, respeitados os quatro níveis de diferenciação. Valorização da simplicidade e qualidade de vida. Extinção da publicidade de consumo por meios massivos, substituída por informação técnica. Redução progressiva do grande comércio e substituição dele por pequenas e médias instituições prestusuárias (cooperativas e similares), abastecidas por prestusuárias (cooperativas) centrais. Os itens da cesta básica de minivivência a que todos têm direito são adquiridos por horas dedicadas a agendas prestadias ou agendas de capacitação para o prestadismo, ou pelo adiantamento sobre agendas futuras, ou por dinheiro. Bebidas alcoólicas e drogas ficam liberadas depois da maioridade e sob responsabilidade pessoal. Rígido controle de qualidade de produtos, educação para o consumo esclarecido e um código único regulador/defensor do produtor e do consumidor.

S04. SOLIDARIEDADE . Direito e promoção da livre associação, exceto para sociedades secretas e quadrilhas ou gangues. Todas as associações são prestusuárias abrangendo os três subgrupos, sem disjunção entre capital/trabalho dos subgrupos oficiais e capital/trabalho dos oscilantes e antioficiais, com direitos e obrigações proporcionais. A greve de um subgrupo de uma prestusuária contra os outros será livre só depois da arbitragem compulsória de representantes da rede de sistemas prestusuários em que está inserida a prestusuária.

O valor máximo universal é o solidarismo para alcançar proporcionalidade de níveis de vivência entre os três subgrupos humanos e no ecossistema global. Os promotores de hostilidade e competição excessivas ou desproporcionais serão submetidos a cursos de reciclagem ou detidos por outros meios. O sentido maior da vida é que todos os membros do ecossistema tenham, aqui-agora-sempre, como viver e conviver de maneira mais amorosa e feliz e, não, a busca maximocrática da riqueza ou do poder, nem a busca de uma suposta “vida eterna”.

S05. LAZER . Generalização do esporte, educação do movimento e desfrute para todos enquanto ecologia corporal e vitalidade, em proporcionalidade com os demais subsistemas e horários. Valorização da arte, da cultura e do folclore ecorregionais, do turismo transcultural e horizontal. O jogo será monopólio do Poder Arbitrador, como fonte de recursos. Observar a proporcionalidade nas três culturas para contrabalançar o excesso de cultura “corporal/física” do cérebro central, das academias, dos esportes, dos shows e da moda. O tempo necessário para o lazer capaz de repor energias, de propiciar o desfrute, de dar condições à criatividade não é “tempo livre”.

S06. VIÁRIO. Reforma de línguas e da informação para o entendimento social e o solidarismo triádico. Repressão à enganação publicitária. Ensino da língua da ecorregião e da que predomine no planeta. Acesso universal à informática e Internet desde a primeira série do primeiro grau. Ensinar aos cidadãos e subgrupos seus direitos e os truques para defender-se da invasão e espionagem eletrônica do oficialismo e das corporações violadores da privacidade sob qualquer pretexto. Distribuição proporcional de horários aos três subgrupos nos meios de comunicação televisivos (que serão de propriedade coletiva, ou repartidos proporcionalmente pelos três subgrupos). Treinamento dos usuários para interpretação crítica da comunicação triádica. A própria mídia tem por função as pesquisas de opinião e de dados dos 14 subsistemas da realidade ecorregional, apresentando resultados e avaliações periódicas.

Preferência de transporte aquático e por ferrovia, reservando as rodovias para interconexões de capilaridade. Redução progressiva do transporte individual e melhoramento do coletivo. Desconcentração geográfica das atividades industriais e comerciais para diminuir a necessidade de deslocamento de produtos e pessoas e aliviar os problemas ambientais e outros causados pelo transporte.

S07. EDUCAÇÃO . Educação familiar-escolar pelos 3 cérebros e pelos 14 subsistemas até os 16 anos, para todos, financiada coletivamente. Essa educação inclui o esclarecimento do inconsciente familiar e suas recorrências sociais e religiosas. Cada qual é educado para aprender a aprender sempre, para a autocondução triádica e capacidade de feedback (ser menos joguete e melhor jogador), como condômino ou sócio co-proprietário do planeta, capacitado para o autoprovimento, via mercado. Em caso de incapacitação, o indivíduo tem direito automático à minivivência.

Depois da nona série, a educação será pré-profissionalizante nos 14 subsistemas, oferecida presencialmente e eletronicamente, paga em dinheiro ou em horas de serviço à comunidade, após a graduação. A ascensão a níveis superiores é livre e estimulada, mas paga dentro do proporcionalismo, com proteção à iniciativa e ao trabalho pessoal. Não se requer diploma acadêmico ou universitário para trabalhar, com exceção das profissões que acarretem riscos de vida ou de inter-sustentabilidade do ecossistema. A cada 7-8 anos, o adulto tem direito a 6 meses de reciclagem de seu capital tricerebral.

Prioridade à pesquisa e evolução transdisciplinares ou unificadoras do conjunto das ciências sociais para que solucionem o problema da convivência pacífica (redução da violência), para a superação da alienação (redução da exploração política e religiosa), para a superação da pobreza (redução da exploração econômica) e para fortalecer valores de solidariedade, complementaridade social na diferença, dentro dos limites da proporcionalidade.

S08. PATRIMONIAL. Há um limite de propriedade privada e acumulação de tri-satisfatores para indivíduos, famílias, empresas e países ou blocos, que será uma porcentagem do PST (Produção de Satisfatores Tri-cérebro-grupais), segundo a micro, média, grã e maxi ecorregião. Haverá um limite de endividamento presente e futuro para indivíduos, famílias, grupos, prestusuárias e países (aproximando-se da proposta de Keynes ao final da Segunda Guerra Mundial). Ultrapassado esse limite, primeiro haverá aviso e dois ou três prazos de enquadramento, depois do que, ficam automaticamente suspensas as garantias de propriedade, de autodeterminação e de vida.

O abuso econômico, judicial e sacral por qualquer pessoa, subgrupo, empresa e instituição de qualquer nível e ecorregião é julgado por tribunais populares segundo o novo Direito de base triádica proporcional e o critério de co-responsabilidade familiar. Como somos todos co-responsáveis e co-favorecidos, esse controle “interno” é mais barato, eficiente e justo que o controle externo.

Supressão dos atuais bancos privados. Os públicos/coletivos ficam sob controle do Poder Arbitrador de cada ecorregião. O poder Arbitrador da ecorregião mais ampla supre e controla o meio circulante, podendo ser criada moeda alternativa ou social paralela numa ecorregião ou num município. Ficam suprimidos os juros. O custo do dinheiro é só o de sua administração. Os empréstimos serão parcerias de negócio entre o banco e o tomador do empréstimo. Bolsa, câmbio, sociedades limitadas e anônimas atuam livremente dentro dos limites ou das porcentagens de acumulação/endividamento frente ao PST. A parte de bolsa de futuros ou bolsa-cassino fica suprimida.

A propriedade de meios de produção estará limitada a um teto ou a uma porcentagem da ecorregião, segundo as características da tecnologia, da necessidade de produção e o modelo de desenvolvimento ecorregional vigente. O arrendamento de terra é proibido. A terra improdutiva/especulativa se confisca após aviso e decurso de prazo de enquadramento. A terra, além do limite de propriedade permitido, se venderá mediante financiamento coletivo, como no financiamento habitacional.

As contas bancárias clandestinas, no país ou no exterior, se confiscarão. A remuneração mínima por cidadão ocupado na agendonomia reconhecida ou legal, será a equivalente à minivivência, sendo que todos os prestusuários serão progressivamente acionistas/controladores das prestusuárias onde atuam. A diferença de ganhos entre os níveis de vivência serão os da proporcionalidade ou da seqüência Fibonacci (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21. 33 etc.). O intervalo entre piso mínimo e teto máximo dos 4 níveis de vivência será de até 21 vezes, o máximo.

Aposentadoria aos 55 anos para os cidadãos considerados de minivivência e a partir de 65 anos para os demais. O valor da aposentadoria para todos será o correspondente ao nível de mediovivência. A aposentadoria é custeada pelo trabalhador/prestusuário e pelas instituições/prestusuárias por onde passe, em contribuições depositadas em conta pessoal de poupança, liberadas na data da aposentadoria.

Criação de moeda nacional ou por blocos, enquanto se cria uma moeda ou um denominador comum planetário com o respectivo sistema bancário, como símbolo para todos os satisfatores cujo valor possa ser expresso em moeda. Minerais , vegetais e animais silvestres, plasma, genoma, transgênicos, o ambiente físico, o ecossistema em geral não podem ser propriedade privada absoluta de indivíduos, empresas ou países: são patrimônio holístico, são condomínio ou co-propriedade de todos os humanos e demais seres, proporcionalmente.

S09. PRODUÇÃO-AGENDONOMIA. As agendas prestusuárias dos 14 subsistemas (e segmentos ou aglomerados de subsistemas) funcionam pela auto-organização e autogestão de profissionais de cada subsistema, formando seu próprio poder tri-uno específico, em redes municipais e ecorregionais, sob o controle de agências reguladoras do Poder Arbitrador Tri-uno máximo ou generalista, ao qual o poder tri-uno de cada subsistema estará subordinado. A meta maior não é a produção de mercadorias ou satisfatores só para gerar lucro e riqueza, mas sim produzir satisfatores autocusteados, para atender necessidades reais, escalonadas pelos 4 níveis de vivência dos três cérebros ou dos 14 subsistemas. A falsificação de produtos por alguma prestusuária provocará automaticamente seu confisco e sua dissolução. A iniciativa de produção é livre, mas, pelo menos 62% será particular e o restante, mista ou coletiva.

Todos, a partir dos 17 anos, estão obrigados a estar ocupados em agendas prestadias ou de capacitação para o prestadismo regular de mercado, ou em frentes municipais de trabalho, com direito a descanso e férias. Os horários da agendonomia e das prestusuárias funcionarão em cascata ou em forma escamada, sete dias por semana, para evitar picos e congestionamentos de transporte (por que todos têm que trabalhar de 8. horas às 18h. e fazer descansos e refeições nos mesmos horários?).

Os dias “úteis” de trabalho não seguirão a semana tradicional de segunda a sexta-feira; e os de descanso não serão todos aos sábados e domingos:, qualquer dia é começo de semana, qualquer dia é dia de descanso, ficando os dias de trabalho e de descanso em cascata ou escamados (e por que têm que ser tais e tantos dias de trabalho por tais e tantos de descanso ou tais e tantas horas de trabalho por tais e tantas de descanso?).

Estão proibidos os monopólios, os cartéis, e qualquer tipo de concentração de força, poder e riqueza que possa distorcer a proporcionalidade em qualquer dos subsistemas, de seus segmentos e de seus níveis. A prioridade de financiamento é para setores que contribuam com a produção de satisfatores de minivivência e mediovivência e para o apoio científico, técnico, organizativo e comercial para o mesmo, dentro das normas de sanidade ecológica (limitação de tecnologia poluente), mantendo a proporcionalidade entre produção e preservação.

Desenvolver-se-ão a energia solar, o hidrogênio, mini-hidroelétricas e recursos renováveis. A reciclagem e o reaproveitamento serão critérios de medida do índice de “eficácia energética” exigível de cada prestusuária. Além da reciclagem, as prestusuárias pagarão taxas de uso do ambiente e dos recursos naturais no valor equivalente ao custo de sua reposição.

 

S10. RELIGIOSO . Esclarecimento a respeito do que seja reverência e espiritualidade universal. Liberdade de culto espiritual, mas não para “religiões” que praticam violência psicomoral para manipular populações inconscientes de suas recorrências familiares, nem para “religiões” usadas para disfarçar negócios ou formação de poder. Conscientização crítica e proporcional entre limbização (fenômenos parapsicológicos com ondas alfa do cérebro direito), racionalidade (com ondas beta do cérebro esquerdo) e pragmatismo (com ondas gama do cérebro central).

As prestusuárias religiosas têm autonomia local e ecorregional, somente; têm que ser de pequenos grupos e dedicar-se essencialmente ao cérebro direito para elevação do ser humano à estética e mística, sem disjunção dos outros dois cérebros.

Essas prestusuárias estarão subordinadas ao Poder Arbitrador, sem poder reclamar um poder independente ou de estado religioso equiparado ao político. Os calendários de todas as religiões estarão subordinados a um só calendário civil do Poder Arbitrador, que promoverá celebrações ecumênicas. Não haverá tribunal eclesiástico, porque não haverá teocracias e todos estarão subordinados somente ao Poder Arbitrador Tri-uno.

S11. SEGURANÇA. Abolição da guerra, extinção progressiva das Forças Armadas, da produção de armamento de guerra, da tortura e do sofrimento físico. Em caso de declaração de guerra, os combates devem dar-se de cima para baixo: primeiro os casais governantes ou do Poder Arbitrador mais alto de cada lado, que, ao morrerem, irão sendo substituídos por seus vices e esposas(os); depois por seus ministros e esposos(as); depois pelos banqueiros e esposas(os); depois pelos generais e pelas autoridades religiosas mais altas e seus esposos(as); depois pelos coronéis e esposos(as), em cascata, até chegar aos pares de namorados jovens, que entrarão como soldados rasos.

Enquanto não esteja abolida completamente a guerra, serão criados pequenos núcleos de defesa militar em macro ecorregiões sob controle do Poder Arbitrador, com ação e poder só quando haja invasão externa. Neste caso, o núcleo de defesa militar se tornará subgrupo oficial, cessando sua autoridade assim que termine o conflito, retornando-a ao Poder Arbitrador Tri-uno. Não haverá tribunal militar. Os abusos da Forças Armadas serão julgados sem direito a anistia, sem direito a pagamento de fiança e sem direito a abreviação de pena. Parte da atual estrutura das Forças Armadas será reciclada para dedicar-se ao programa de formação da juventude em seu ano de formação para a cidadania, entre os 15 e 16 anos. Outra parte se transformará em Polícia Ecorregional Comunitária a serviço do Poder Arbitrador; e a parte restante será transformada em prestusuárias de segurança comunitária privada, subordinadas às prestusuárias que as contratem e paguem.

A vítima de qualquer crime ou a respectiva família receberá seguro-indenização pago pela Polícia comunitária. A Polícia, por sua vez, será paga pelo criminoso e pelos parentes, conforme ao critério de co-responsabilidade familiar. O policial do Poder Arbitrador terá pelo menos a nona série, complementada por formação específica de segurança, de psicologia, sociologia, arte e de controle de tecnologia eletrônica. A população não poderá ter armas que não sejam requeridas pelo exercício da profissão e, registradas. Os corpos carcerários são especializados em reeducação pelo trabalho, estudo e pela espiritualidade. As penas são de pagamento aos prejudicados, de serviços à comunidade ou aos prejudicados, de cárcere ocupacional-albergue; e, para os mais perigosos, de cárcere ocupacional-residente. A reincidência em crime grave é tratada por recondicionamento comportamental.

S12. POLÍTICO-ADMINISTRATIVO . Substituir o conceito de fronteiras jurídicas e políticas pelo conceito de Condomínio Ecorregional. A organização social se compõe de redes de pequenas e médias prestusuárias nos 14 subsistemas a serviço das necessidades tri-cérebro-grupais do indivíduo, do núcleo afetivo, das próprias prestusuárias e da comunidade. Por isso, substitui-se o atual Poder Legislativo por votação direta. O Poder Executivo e seus ministérios ficam substituídos pela autogestão de um poder tri-uno específico de profissionais de cada um dos 14 subsistemas ou blocos agrupados, eleitos e remunerados como os representantes sindicais atualmente, articulados por ecorregião por blocos supra-regionais, todos sob o Poder Arbitrador e suas agências. O conjunto de poderes tri-unos de gestão nos 14 subsistemas forma a Assembléia de Coordenação prestusuária.

Normas, leis e decisões se fazem por plebiscito direto eletrônico, semanalmente ou na periodicidade requerida. Os partidos, os políticos profissionais e as imunidades ficam suprimidos. Três meses antes da data das eleições para o Poder Arbitrador, este indica nomes para organizarem a Frente Continuísta, do subgrupo oficial de turno; a Frente Renovadora, do subgrupo antioficial; e a Frente Equilibrante, do subgrupo oscilante. Terminada a eleição, os três partidos ficam automaticamente dissolvidos.

O Poder Arbitrador é exercido por Juizes seguidores da concepção da Justiça triádica e do correspondente Direito triádico. Se o colegiado fosse de sete membros, seriam dois da Frente Continuísta; um da Frente Renovadora; e quatro da Frente Equilibrante. O Estado é só a personalidade jurídica de todos os cidadãos maiores de 16 anos e seus dependentes, organizados em três subgrupos, dentro de um território, e não o Governo ou o Poder Arbitrador. Este é tão só o subgrupo oficial, pago como administrador do condomínio nacional e planetário. A cada subgrupo, funcionário e cargo que se forme, criar-se-á um dispositivo de vigilância, com função de feedback e, em caso de desproporcionalidade continuada, com poder de formação de tribunal popular. A estruturação dos três subgrupos deve ser tal que se moderem um ao outro para manter a proporcionalidade. Como poder público, só existe o Poder Arbitrador ecorregional-municipal, interregional, nacional e planetário, com suas redes ou seus pactos.

O Poder Arbitrador é eletivo por períodos entre 5 a 8 anos, conforme o programa a executar, com direito a reeleição. Mas pode ser revocado a qualquer momento, por maioria simples, como qualquer outro subgrupo oficial, mediante plebiscito eletrônico em que participem pelo menos 38% dos cidadãos maiores da ecorregião, do país ou bloco em questão. Para as funções da ecorregião, contratar-se-ão e demitirão servidores de acordo com a lei de agendonomia vigente.

O direito de decretar impostos para manutenção do condomínio (cinco ao máximo) é da Assembléia de Coordenação das prestusuárias ecorregionais, de baixo para cima ou do local ao nacional, com a aprovação do Poder Arbitrador que os recolherá e administrará eletronicamente. O conjunto do poder tri-uno de autogestão de cada subsistema pode, por meio da Coordenação Prestusuária e apoio do Poder Arbitrador, propor projetos ecorregionais ou inter-redes regionais, cujas cotas de financiamento serão votadas eletronicamente pela população, como nos condomínios residenciais. Nos plebiscitos semanais, pode-se legislar até contra o Poder Arbitrador e contra o poder tri-uno de autogestão dos subsistemas e sua Coordenação Prestusuária, em defesa da proporcionalidade dos direitos do cidadão, das prestusuárias e da comunidade.

Os plebiscitos são soberanos. Distorcê-los, descumpri-los ou contrariá-los decreta, ipso facto, a sentença de morte dos seus autores (a pena de morte só existirá para autoridades e só para esses casos). A função principal do Poder Arbitrador é propor e manter limites proporcionais em tudo e em cada ecorregião: na agendonomia prestusuária dos 14 subsistemas, no usuarismo e prestadismo de todo o ecossistema, mantendo ritmos e limites de crescimento de cada subsistema e de cada um dos três subgrupos com previsões de longo prazo, de forma a reduzir o tamanho, a duração e intensidade das oscilações cíclicas de abundância e escassez dos satisfatores triádicos.

S13. JURÍDICO. Reformulação do Direito e da carreira de leis pelos 14 subsistemas: um Direito Sistêmico Triádico aplicando os princípios do Proporcionalismo entre as três ou mais partes envolvidas. As sanções por uma mesma infração são diferentes e proporcionais segundo o perfil do nível de vivência do réu: quanto mais alto o perfil, maior a sanção pela mesma infração; e quanto mais baixo o perfil do ofendido, maior a pena para o ofensor. Todos os julgamentos e todas as sanções envolvem três partes proporcionalmente, formadas por indivíduos, subgrupos, prestusuárias e países mais diretamente co-responsáveis pela situação em questão. Far-se -á a miniaturização do Poder Arbitrador com Juízes de paz, tribunais populares, moderadores e mediadores por toda parte.

Unificação, simplificação da documentação identificadora biométrica do cidadão, completamente aberta a seu titular. Não haverá agências de inteligência ou de informação secreta, nem nada semelhante para espionagem da vida do cidadão. Cada ano, formar-se-ão tribunais populares para atribuir sanções premiativas a pessoas e prestusuárias mais proporcionalistas.

S14. PRECEDÊNCIA. A instituição de concursos, copas, competições municipais e ecorregionais, a distribuição de distinções e monumentos estarão sob controle do colegiado de autogestão deste subsistema. Todo sistema de avaliação abrangerá o tricerebrar ou os três blocos de subsistemas, cuidando para que as premiações sejam proporcionais aos três cérebros e aos três subgrupos, premiando o mérito, a cooperação e o esforço proporcionais. A principal tarefa deste subsistema é regular a corrida maximocrática de indivíduos, subgrupos, prestusuárias e países em todos os demais subsistemas para evitar a lei da selva ou a lei da seleção natural pela superioridade de força.

Na reverência à memória do passado (museus e monumentos) incluir amostras da paisagem, da flora, da fauna e de experimentos sociais notáveis. No estudo da História e da Geografia, começar pelo aqui e agora (da ecorregião e do presente, para longe e para trás). Valorizar mais o que poderá nascer do futuro do que o já morto no passado.

OUTRO MUNDO É POSSÍVEL!

 

Convite:

Prepare-se para “o dia seguinte” juntando idéias e propostas para o Manifesto 4:

Uma Constituição para o Planeta!

 

SIGNATÁRIOS

Alberto Escobar

Alix Madrid

Aura Mariela Aldana

Beatriz López

Carlos del Valle

Carlos Fernandes

Carlos Macôo

Carmen Cibils

Carmen Guanipa

Carmen Lucia Sandoval

Célia Loyola Zolet

Cesar A. Barrionuevo

Cielo Tovar S.

Cléia Campos Mello

Colandi Carvalho de Oliveira

Crisanto Velandia

Davina Maia

Diego Rivadaneira

Edson Luiz Campos

Elisabeth Nogueira de Melo

Eduardo Lizarazo

Eleonardo Di Fiori

Elvia Marina Reyes de G.

Enrique Forero

Enrique Rondón

Evelio Barazarte

Fabio Suárez G

Félix Arturo Armas

Francisco Labriola Neto

Gerardo Cardozo Rojas

Germán Rodríguez R.

Gianni Rinaudo

Gilda Maria Giovanoni

Gloria Nogueira

Guillermo Cañon Arce

Hamilton Carlos Pereira

Heloísa Primavera

Heriberto González

Hernán Darío Urrea

Janneth Pérez Villaroel

João Camolez

John Fernando Sandoval

Jorge Panizza

Jorge Quijano

Jorge Roberto Spínola

José Salcido

Juan Canelones.

Juan Miguel Esteves

Juan Prieto

Leda Carvalho

Leoneide De Gregori

Luis Manuel Espinosa

Luis Enrique Rodríguez G.

Luiz Antonio de Carvalho

Luiz Geraldo Seixas

Manolo Aquino

Manuel Fernández

Margarita Sánchez

Margarita Siabato Patiño

Maria Auxiliadora Vaz de Mello

Maria Célia Costa

Maria Coeli Falriano Rodríguez

Maria Cristina Requiz

Maria del Carmen Villarreal

María del Cristo

Maria Judith Hurtado

Maria Magali da Silva Lima

Mariela Chica de García

Mario Zolet

Maristella Salazar

Marlon Sánchez Ronquillo

Martha Santacruz

Matilde Larrea

Melquisedec Guerra Moreno

Mercy Arteaga

Miguel Angel Ramero

Myriam Cardona Mejía

Nesle Maia

Nestor Galindo

Neiva Ribeiro de Castro

Neusa Marise Juliano

Nimia del Águila

Nivaldo Rodrigues

Norma Bidal del Valle

Olinda Viana

Orlando Pérez

Orlando Santana

Pilar Pérez Riesco

Pio Garcia

Ricardo Castellanos

Ricardo Pereira da Silva

Rosa Ruiz

Rosalina G. Alves

Roselino Albarracín

Ruth Flores Ch.

Sebastião Batista

Sigifredo Ospina

Sílvio Luiz Sant’Anna

Stella Betancourt

Teresinha Moreira

Tivizay Molina

Vanderlino Horizonte Ramage

Victor Delgado

Waldemar De Gregori

Wilfrido Ruiz

Yessenia Cedeño

Yolanda Gaitán

.

GLOSSÁRIO

Algumas palavras estão neste glossário porque são novas. Outras, porque são pouco conhecidas. Mas a maior parte delas, porque são redefinidas ou relativizadas por seus três ângulos, três significados, três modos de serem usadas/significadas desde o ângulo de cada um dos três subgrupos. É como estabelecer um dicionário triádico, negando que as palavras tenham significado único ou unívoco, como querem o oficialismo, suas academias e suas gramáticas, quando postulam o conceito monádico de língua culta ou de língua “correta”. Há, no mínimo, três linguagens e três significados para cada palavra, para cada texto/contexto, porque são três os subgrupos que se comunicam, com cérebros que têm três modos de ver, perceber, dar significado e expressá-lo. Por isso, repetiremos “tri” antes de algumas palavras para recordar sua triplicidade de significado, seu desdobramento em três facetas, três ângulos: tri-membração; tri-lateralidade; tri-significação; tri-democracia; tri-grupal; tri-oficialismo; tri-satisfatores; tri-custos; tri-ganhos etc.

 

AGENDONOMIA – todas as agendas ou ocupações prestusuárias dos 14 subsistemas. Substitui o conceito de “trabalho” da era industrial, porque “agendonomia” é mais amplo. “Prestusuário da agendonomia” é mais abrangente e mais claro que “trabalhador da cadeia produtiva” e define melhor a oferta/prestadismo e a demanda/usuarismo. Quando se faz a “divisão de trabalho/agendonomia”, instalam-se pelo menos quatro níveis de agendas/cargos convergentes horizontal, vertical e transversalmente, uma pirâmide por onde entram, escalam e descem os prestusuários/trabalhadores dos 14 subsistemas, sem segregação entre empregados “trabalhadores” e patrões “não trabalhadores”. Esta confusão provinha da disputa pela partilha da mais-valia que era, como ainda é, drenada para os níveis mais altos da pirâmide. Aqui, essa eterna disputa pelo excedente gerado pela mais-valia é caracterizada como “jogo triádico” entre subgrupos de prestusuários com seus respectivos arsenais, mas não como subgrupos de pobres que trabalham e de ricos que não trabalham.

AUTO-SUSTENTÁVEL – Uso do ecossistema pelo subgrupo humano de modo a permitir que possa e tenha tempo para repor as florestas que consumimos, para renovar os nutrientes do solo, converter o dióxido de carbono em oxigênio para impedir o aquecimento e derretimento das calotas polares, renovar as águas fluviais e marítimas, livrar-se da intoxicação química dos defensivos agrícolas e resíduos industriais, para a reprodução das espécies não humanas. O subgrupo humano do ecossistema tem que admitir e respeitar os demais subgrupos não-humanos, pois fazem parte indispensável da cadeia de sustentação do ecossistema que compartilhamos. O mesmo ocorre com qualquer empresa ou comunidade, no seu balanço de ganho-empate-perda, investimento-processo-rendimento, consumo-transformação-reprodução etc.

CAOS , Teoria do Caos – é o nome popular dado à Teoria dos Sistemas Dinâmicos, dos fluxos etc. O novo é que estão conseguindo métodos para provar que tudo é dinâmico, evolutivo, e que as tais ciências exatas não são tão exatas e regulares. Também, que em seus movimentos, os sistemas se bifurcam, se trifurcam, mas sem seguir uma trajetória linear no espaço, nem constante no tempo. Com isso, rompe-se a concepção monádica e a concepção do progresso linear. Tudo é sistêmico triádico, em fluxo um pouco previsível, mas, em sua maior parte, imprevisível ou, apenas, probabilístico.

CAPITAL INTELECTUAL – avaliação da empregabilidade e da competitividade segundo o nível de capacitação/conhecimento de um indivíduo ou de uma equipe empresarial. É um conceito monádico, como o das inteligências múltiplas, que é preciso articular/desdobrar triadicamente: capital tri-intelectual ou capital tricerebral com seus quatro níveis, cujo desempenho se nota no ciclo mental que os integra ou no CCF – Ciclo Cibernético de Feedback.

CARTESIANO – referente ao francês René Descartes (1596-1650), complementador do método científico-matemático inaugurado por Bacon, que procede por análise, separação, decomposição das partes até chegar à última e fundamental. É o método das ciências quase-exatas. Isso teria criado divisionismo e mecanicismo entre sujeito e objeto, entre disciplinas científicas, entre profissões, visando a unicidade na verdade, na política, na religião etc. Cartesiano e monádico (reduzir a um só ponto de vista, a um só poder, a um monopólio) se usam como sinônimos. O não cartesiano se diz – diádico – quando analisa a realidade por pares opostos; e triádico quando analisa a realidade por tríades – dois lados em oposição e um terceiro intermédio. Daí monolética, dialética, trialética etc.

CIBERNÉTICA – vem do grego “kubernetes” – “governética”, governo, arte de dirigir, conduzir. Nome dado por Norbert Wiener, um dos inventores dos foguetes teleguiados e do computador, à ciência da auto-informação e autocontrole nas máquinas, devido ao mecanismo de feedback: auto-observação, retrocarga e auto-regulagem. Essa é a Cibernética eletrônica, robótica.

CIBERNÉTICA SOCIAL – é a ciência e arte da auto-informação, da criatividade e do agir dos grupos humanos, para autocondução e a intercondução do Show do Jogo Mundial, guiando-se pela proporcionalidade. É teoria sistêmica-triádica que integra num só corpo interdisciplinar o essencial das ciências sociais e humanas para lidar com a complexidade do Show do Jogo Mundial.

CICLO CIBERNÉTICO DE FEEDBACK – soma articulada e seqüencial das operações dos três cérebros como processo de informação, estratégia e direcionamento de um sistema individual ou societário. Diz-se “ciclo” porque gira sem cessar; “cibernético” porque é computacional; de “feedback” porque serve para o autocontrole e auto-regulagem do sistema e para dar-lhe rumo ou direcionamento. O Ciclo Cibernético que conjuga os três processos mentais pode ter desenvolvimento e desempenho mais simples ou mais elevados. Pode-se representar isso em quatro níveis:

Como se trata de um paradigma tri-cérebro-grupal ou tricultural integrador, existe um Ciclo Cibernético de Feedback Tricultural societário, representado pelos três poderes máximos e respectivas culturas ao alto da ilustração.

COACHING ver Upaya.

COSMOVISÃO ou paradigma modo de sentir, perceber, interpretar e usar o universo, que depende do uso que se faz (regras orientadoras) do cérebro e de seu tricerebrar. Ver Paradigma .

DEMOCRACIA – etimologicamente significa “autoridade ou poder que emana do povo”. Mais que isso, refere-se às liberdades de pensamento, de ação/negócios e de relações, isto é, nas três culturas. Como sempre há três subgrupos, não se pode deixar de ver que o oficialismo manipula o conceito de democracia a seu favor. A reformulação triádica da famosa definição do presidente Abraão Lincoln seria: Governo dos três subgrupos de todo um povo, pelos três subgrupos de todo um povo e para os três subgrupos de todo um povo (povo se toma aqui como o conjunto de membros de uma nação ou de um país com seus três subgrupos e não como a parte de baixo de uma sociedade de classes). A democracia anglo-americana garante essas liberdades para o oficialismo de suas sedes e de seus cúmplices, e as nega aos subgrupos oscilantes e antioficiais de seu próprio país e aos três subgrupos de todos os demais países. Por isso se fala em “democracia das elites” e “democracia popular” (esta como reação do povo ‘de baixo’ contra as elites ‘de cima’, que é uma maneira diádica e não triádica de raciocinar). O que falta é a tri-democracia proporcional para os três subgrupos. Daí a reformulação de Lincoln, daí o slogan da Plataforma 2 do Manifesto: Pela Democratização Universal!

DESDOBRAMENTO TRIÁDICO – interpretação do discurso, das expressões não-verbais e dos atos de cada pessoa e de cada subgrupo, para revelar as intenções latentes, inconscientes ou camufladas que se manejam como tática para vencer os demais no jogo triádico. O desdobramento nos aproxima da informação verdadeira, nesse mundo de mentiras e trambiques.

DI e DE – D omínio I nterno e D omínio E xterno indicam o “lado de dentro” e o lado de fora de um sistema ou de um conjunto deles. Cada sistema tem uma pele, uma fronteira, um campo eletromagnético, uma jurisdição com “alfândega” ou válvulas e filtros para o que entra (inputs) e o que sai (outputs). Uma empresa tem atividades de domínio interno (DI) que é a produção e tem atividades de domínio externo (DE) que são as relações com os fornecedores, com o mercado de trabalho e com os compradores.

DINÂMICAS – é um referencial, um esquema classificatório que organiza a realidade em esferas concêntricas, de amplitude progressiva. São contextos, são círculos de vida, vibração, esforço e movimento triádico para sobreviver ou alcançar algum objetivo. Distinguimos vários círculos, “redemoinhos” ou esferas deste dinamismo, todos articulados entre si: Dinâmica Energística (energia quântica, atômica, física, química, etc.); Dinâmica Potencial/ambiental (natureza, recursos, matérias primas, ambiente) ; Dinâmica Mental (os três cérebros e seus processos); Dinâmica Individual (personalidade, trajetória de vida de um indivíduo a partir da família); Dinâmica Prestusuaria (produção e distribuição de satisfatores de nossas necessidades); Dinâmica de Grupo (relações, poder, competição, cooperação, Estado); Dinâmica Futuro/Universal (tudo o que transcende nossa existência, como o infinito, o eterno, o superior). O Show do Jogo Mundial é um desdobramento progressivo dessas “dinâmicas”.

ECONOCRACIA – entronização do poder da produção e do dinheiro, devida ao excesso de cérebro central. Ao regime do dinheiro e seus abusos se diz “usurocracia”. Aristóteles chamou de “crematística”.

ECO-REGIÃO – Visão e gestão do planeta por esferas – mini, médias, grandes, máxi – auto-abastecidas e auto-sustentáveis por seu modo de articular em rede prestusuária proporcional as “dinâmicas” mencionadas antes. Com isso quer-se criar uma alternativa para a geometrização do planeta por continentes, países, municípios, reinos e espécies, devido à nova consciência ecológica, ecossistêmica.

EFETUADOR – sinônimo de sistema. Chama-se “efetuador” porque o sistema efetua a transformação de inputs em outputs, de ensino em aprendizagem, de insumos em produtos, de investimento em renda, de custo em benefício etc., ao longo da cadeia ou do fluxo prestusuário.

ENSINAGEM – contração e fusão de “ensino” e “aprendizagem”. Como somos todos simultaneamente prestadores e usuários de serviços, criou-se a palavra prestusuário. Como somos todos simultaneamente produtores e consumidores, criou-se a palavra “prodsumidores”. Como todos ensinam e aprendem, criou-se a palavra ensinagem.

ENTROPIA/NEGUENTROPIA – rumo, sentido da energia para mais ou para menos; para melhoria ou decadência; para mais organização ou desorganização; para mais vida ou morte.

EPISTEMOLOGIA – é questionar erevolucionar o conhecimento , a arte, as religiões, a tecnologia econômico-política e tudo o mais. É a busca constante de evolução, de integração sempre mais inclusiva e de sentido para as três culturas (dos três cérebros).

FACTUAL – refere-se ao mundo fáctico, à esfera do real, factosfera, em contraposição à esfera do virtual, à simbolosfera. A “comunicação factual” é a comunicação que não usa palavras. Não avisa, nada diz: apenas faz.

FEEDBACK – dispositivo e capacidade de auto-regulação, ajuste e direcionamento de um sistema, tanto em relação a variações em seu domínio interno como externo ou do meio ambiente. Tudo se move, evolui, muda: tudo é variação. É o eterno vir-a-ser que requer sempre feedback (usa-se a palavra em inglês porque em nossa língua não há equivalente para descrever todo o processo de avaliar-corrigir-redirecionar. Diz-se feedback reforçador ou positivo, quando confirma, mantém o rumo e a ação; diz-se feedback corretivo ou negativo, quando limita, modifica a ação e o rumo.

FLUXO PRESTUSUÁRIO – nome dado ao processo, seqüência ou torrente de intercâmbios entre sistemas através de suas válvulas e filtros de recepção/transmissão de inputs-transformação-outputs. Entre os humanos isso é chamado “processo econômico” ou cadeia de produção e consumo. Fluxo prestusuário ou usuprestadio (segundo a ponta desde a qual se olhe o processo) representa melhor esse fenômeno, comum aos sistemas humanos e aos não-humanos com os quais estamos em cadeia. É o fluxo prestusuário ecossistêmico universal.

FRACTAL – vem de “frações”, fracionar. É um dos conceitos que mais caracteriza a teoria do caos: todas as formas/silhuetas dos sistemas são como frações de curva que se vão repetindo em escalas diferentes. Dizer “fractal” significa “composto de curvas que se repetem. É preferível a palavra “recorrência” que é réplica de um mesmo padrão, com variações, nos quatro fatores operacionais e não só na forma física, geométrica. Daí saiu a Geometria Fractal, diferente da Geometria Euclidiana de linhas retas. A lei da relatividade provou que não há linhas retas. Tudo são vibrações, curvas e ondulações.

GANHOS – lucro, mais-valia, valor agregado, excedente, são conceitos referentes à diferença superavitária dos outputs (produto, faturamento) em relação aos inputs (insumo, investimento) ou custo-benefício. Pelos três cérebros são 3 custos: know-how (cérebro esquerdo); dinheiro (cérebro central); risco, criatividade, estratégia, autoconfiança (cérebro direito). Os ganhos também são três: aprendizagem e conscientização; lucro financeiro e experiência; satisfação e glória. Ou se substitui o dicionário monádico por um triádico ou se terá que reformular os conceitos com um tri na frente: tri-custos; tri-ganhos; tri-satisfatores; tri-propaganda etc.

HOMEOSTASE – a energia de um sistema tende a dois extremos (puxa-empurra): neguentropia (sempre mais, rumo ao máximo); entropia (sempre menos, rumo à desintegração, ao nada, ao mínimo). O ponto móvel, flutuando entre a explosão por excesso e a implosão por carência, chama-se homeostase, numa espécie de dança na corda bamba, ou de equilibração do surfista sobre a prancha e as ondas. As margens de flutuação entre a explosão e a implosão são dadas pelos números do Proporcionalismo.

ÍCONES – imagens, símbolos. Linguagem icônica refere-se a linguagem não-verbal, artística, por símbolos, sons, cores, movimento, por analogia, metáforas, lendas e mitos etc. A televisão, o cinema, a expressão corporal e todo tipo de arte é linguagem icônica.

INCLUSIVISMO – atitude de quem, em suas atitudes mentais e práticas, vê, aceita, admite, assume os três subgrupos. O oposto é – exclusivismo, monadismo – a imposição de um só lado e exclusão dos demais.

ISCAÇÃO – estratagema, usado pelo Poder Político, Econômico e Sacral desproporcionais, prometendo recompensas futuras inalcançáveis, para conseguir que os oscilantes façam força, se submetam, façam sacrifícios e renúncias no presente, com a esperança de recompensas maiores no futuro, apesar dos fatos em contrário. Empulhação dos pobres.

LATINOAMÉRICA ou América Latina – denominação confusa de uma confusa região e cultura. É uma denominação que ecoa o jogo triádico europeu de 1500 para cá, quando os anglo-saxãos (Inglaterra, Holanda, Alemanha, Dinamarca, Península Escandinava e outros) derrotaram os latinos (Itália, Espanha, França e Portugal) prolongando essa luta no tal “Novo Mundo”. De um modo geral, dizem-se “latinos” as culturas e regiões originalmente dominadas pela França (Canadá “francês”), o estado de Louisiana nos EUA que foi vendido por Napoleão, a Guiana Francesa, o Haiti e outras ilhas do Caribe; e as dominadas por Espanha e Portugal. Muitas vezes, Latinoamérica é usada para referir-se só à Hispanoamérica, omitindo o Brasil que também é Latinoamérica. O tal “mundo novo” não era nada novo: quando os europeus o invadiram, ele era povoado havia mais de 40.000 anos. Dada toda essa ambigüidade e buscando uma nova identidade mais condizente com a história, preferimos a denominação “Indoamérica”. Indoamérica do norte, do centro e do sul; Indoamérica do Atlântico, do Pacífico e Continental.

MAXIMOCRACIA – ímpeto de propulsão dos sistemas a ser, ter e querer sempre mais de tudo (sempre mais energia, crescimento, saúde, poder, dinheiro, riqueza, glória, vida, etc. infinita e eternamente) evitando cair, descer, perder, retornar ao nada, ao mínimo (minimocracia). São o pólo positivo (que empurra para cima, para a neguentropia) e o pólo opositivo, negativo (que puxa para baixo, para a entropia). Há, em tudo, esses dois pólos imantados que criam o puxa-empurra para cima e para baixo. Equilibrar-se no trapézio entre as duas forças, é sabedoria proporcionalista.

MINI-MAXIVIVÊNCIA prestusuária – é o resultado do jogo triádico de sobrevivência que a linguagem econômico-social denomina classes A, B, C, D, E. Aqui se redenomina em maxivivência, granvivência, mediovivência, minivivência e subvivência. Mas a classificação não é só como usuário de um padrão de consumo é também como prestadio de um padrão de produção, contribuição ao todo.

MONÁDICO – hábito de ver e tratar tudo por unidades separadas, isolando-as do contexto sistêmico que é sempre plural. Ser monádico é erro de percepção que conduz à maximocracia unilateral, impondo competição ilimitada.

MONETARIZAR – fazer com que um satisfator tenha seu valor expresso e intercambiável por moeda. O oficialismo da econocracia quer transformar tudo em mercadoria, ou seja, que tudo seja monetarizado e comercializável. “Uma árvore em pé não vale nada”!

NEGUENTROPIA – ver entropia .

NÍVEIS DE AGENDONOMIA E VIVÊNCIA – como não há igualdade/desigualdade absolutas e, sim, diferenças proporcionais, os sistemas se organizam em níveis ou hierarquias em formato piramidal. Daí as classes, os degraus de uma carreira, os organogramas, o ranking etc. Para a divisão e hieraquização de agendas, capacidades e autoridade, fala-se em quatro níveis de Agendonomia; para a divisão de tri-satisfatores, de padrões de vida ou bem-estar, fala-se em quatro correspondentes níveis de vivência:

OFICIALISMO – pilha de pessoas, grupos, classes, países, com poder de mando/controle sobre os demais, devido ao uso predominante do cérebro central e seu arsenal: influência, liderança, ordem, coordenação, autoridade, controle dos empregos, das normas, do dinheiro, da força etc Quando o oficialismo é desproporcional, se dedica à intimidação, violência econômica, legal, até ao extermínio. Mas numa situação qualquer, é preciso avaliar os três subgrupos em seus diferentes graus de proporcionalidade/desproporcionalidade, embora o oficialismo seja sempre o mais propenso a criar desproporcionalidade. Depois de rever a Fig. 5.1, uma grade simples para fazer essa avaliação pode ser a que segue (lê-se: 90% da população com 10% dos tri-satisfatores e vice-versa).

PARADIGMA – modelo, método, maneira de usar os três cérebros ou de comportar-se e de atuar em qualquer jogo. Ver cartesiano e cosmovisão .

POSITIVAR – tornar positivos/proporcionais os três subgrupos. Que sejam mais proativos e colaborativos que reativos e obstrutivos uns com os outros.

PRESTUSUÁRIO – palavra formada por “prestadio” (cidadão, trabalhador que presta serviços, que faz oferta de algum bem, como mão-de-obra ou força de trabalho) e “usuário” (cidadão, trabalhador que usa, que é consumidor, que procura ou demanda algum bem). Na visão sistêmica to­dos somos ao mesmo tempo prestadios/produtores e usuários/consumidores. Então todos so­mos prestusuários, só que em níveis diferenciados de responsabilidade e remuneração. Às organizações nos referimos como prestusuárias porque prestam/vendem serviços e são usuárias dos benefícios produzidos. Em assim sendo, qualquer organização seja ela família, empresa, igreja pode ser chamada “prestusuária”.

PST P rodução de S atisfatores T ri-cérebro-grupais em cada um dos catorze subsistemas. É uma alternativa ao atual medidor PNB e seu complemento IDH, que são típicos do paradigma econômico-social do império anglo-americano.

QT – Quociente Tricerebral – medida do potencial mental ou tricerebral e seus quatro níveis por meio de um questionário. Diz-se, também, R evelador do Q uociente T ricerebral.

QUADRO DE REFERÊNCIA – ver REFERENCIAL.

REALIDADE VIRTUAL – é a representação simbólica da realidade. O mesmo que simbolosfera. Existe realidade virtual gráfica, verbal-lógica, que são as palavras, os escritos e teorias; a realidade virtual icônica, imagética, artística que é não-verbal e também verbal não-lógica como a poesia, os mitos, a ficção; e a realidade virtual monetária que é não verbal, é simbólica, composta de moedas, selos, títulos de crédito etc. O oposto ou reverso da realidade virtual é a realidade real, factual. O oficialismo está conseguindo que muitos se admirem e se dediquem mais à realidade virtual que à factual. Mais à ficção que à realidade. O planeta todo está virando caverna de Platão.

RECORRÊNCIA – conjunto de características ou padrão que se repete numa escala diferente, ou que ocorre numa época e volta a ocorrer depois. Ex.: o padrão da proporcionalidade de um dedo se repete no braço e no corpo todo; padrões de comportamento da infância se reproduzem na vida adulta, etc.

REFERENCIAL – diz-se também quadro de referência e marco referfencial . É um conjunto de conceitos, soltos ou or­denados nalgum esquema ou gráfico, que usamos para classificar, processar e orientar nossas atividades de pensamento, de planejamento etc. Dada a complexidade pós-moderna, é recomendável passar do uso da linguagem discursiva linear, para o uso de quadros de referência gráficos que funcionam como modelos condensadores e “visualizadores” de processos sistêmicos. Estes raramente são lineares e alcançáveis só pela linguagem discursiva. Por mais sofisticada que esta seja, não alcançará a densidade dos modelos e quadros de referência gráficos. Exemplos de quadros de referência: o Show do Jogo Mundial; os 14 subsistemas; as “dinâmicas” usadas no Manifesto 2; os quatro fatores operacionais (espaço, tempo, personagens, procedimentos); e todos os modelos que ilustram o Manifesto.

RELATIVIZAÇÃO – ver um mesmo fato sob, pelo menos, três diferentes ângulos sucessivamente, desde cada um dos três cérebros ou desde cada uma das três posições subgrupais, já que estamos todos num dos três cantos da jaula piramidal que o planeta é. Ter um referencial nessa hora, ajuda muito a relativizar: se usarmos os 14 subsistemas, relativizar é ver a mesma coisa pelo ângulo de cada um deles, sucessivamente. Se usarmos os três cérebros ou os três subgrupos, relativizar é ver sob o ponto de vista de cada um deles e de seus respectivos interesses.

RELIGIONIZAR – limbizar, sacralizar, proclamar que algo é sagrado, é da esfera do cérebro direito, portanto sob a jurisdição de Deus e de seus autoproclamados representantes. Moisés religionizava quase tudo, para conseguir que, por temor a Deus, lavassem as mãos antes da comida, evitassem a perigosa carne de porco, e a mulher parturiente se protegesse de infeções, já que não havia noção e percepção racional de causa e efeito entre contaminação, doença e morte. Onde não prevalece a racionalidade, prevalece a religionização.

SACRAL – refere-se a uma propriedade do cérebro direito que atribui caráter sagrado, religioso, misterioso, extra-natural a tudo que está sob sua área de influência como: amor; arte: inspiração-criatividade; percepção extra-sensorial, esoterismo e fenômenos paranormais do cérebro com ondas alfa; religiosidade; nascimento e morte; tempo e eternidade etc. O que mais se sobressai são as religiões organizadas e seus líderes e adeptos. O verbo que representa essa propriedade é – sacralizar, religionizar e “limbizar” (este porque uma parte do cérebro direito se chama, também, cérebro límbico).

SÉRIE OU SEQÜÊNCIA FIBONACCI – série em que cada número é a soma dos dois imediatamente anteriores: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 etc. É também uma maneira de pensar na complexização cumulativa da evolução. Os espaços entre os números da série são considerados “diferenças proporcionais” na distribuição dos satisfatores e seus níveis de vivência.

SIMBOLOSFERA – ver realidade virtual.

SISTEMA (ver Fluxo Prestusuário) – concepção dos seres como pacotes de energia tri-una e em fluxo, ou seja, que se gasta, que entra, se transforma e se dissipa. Por isso, todos os seres/sistemas estão engatados/plugados uns nos outros, uns alimentando outros, formando a cadeia alimentar/reprodutiva.

Mas a palavra “sistema” é usada, também, como sinônimo de organização social, de ordem estabelecida (em inglês: establishment ; em latim: status quo ). É nesse sentido que se deve entender a queixa dos pobres quando se declaram “vítimas do sistema”; e também a reivindicação dos ricos/poderosos para escusar-se: “não tenho culpa, é o sistema que é assim. Desde a perspectiva triádica, “o sistema” é o conjunto do Poder Político, Econômico e Sacral, ao que chamamos, também, “tri-oficiallismo”.

SOCIOGRAMA FAMILIAR – é o estudo das relações familiares para descobrir quem busca quem, e por quem é buscado (ou rejeitado ou deixado indiferente), a partir da infância. Nessa busca, imposta pelo principio tri-uno para a sobrevivência e reprodução de qualquer sistema, formam-se 3 blocos (subgrupos) disputantes, com alianças de cooperação e outras de competição, do que decorre a programação tri-cérebro-grupal inicial. Essa ma­triz inconsciente será recorrente/repetitiva na escola, no trabalho, na sociedade, no imaginário sobrenatural etc.

SUCEDÂNEO – fonte de satisfatores emocionais não-humana – objetos e bichos de estimação, plantas, jogo, Internet, um esporte, bebida, drogas, dinheiro etc. quando se convertem em vício, quando passam a subordinar a vida da pessoa.

TRICEREBRAR – palavra criada para afirmar que é preciso usar os três cérebros ou seus três processos – informação, criatividade, concreção – de forma integrada, sempre, formando um ciclo que só se completa quando se cumprem cabalmente as três etapas. Caso contrário, tratar-se-á de uso fragmentário do cérebro tri-uno.

VIOLÊNCIA – alguém forçando outros a fazer algo contra sua vontade e seus interesses. O conjunto de meios ou arsenais para isso derivam dos três cérebros: do central nasce a força físico-econômica; do esquerdo nasce a força psicológica-ideológica; e do direito nasce a força moral-afetiva. As duas últimas somadas conhecem-se como força psico-moral. Quando o uso desses arsenais vai além do âmbito da proporcionalidade, qualificam-se como – violência.

A violência físico-econômica é muito visível e tem leis para reprimi-la. Só como último recurso, o tri-oficialismo usa a violência física. Prefere o uso da violência psico-moral que é a mais difícil de ser percebida e combatida porque é suave, subtil, permanente, insistente, cheia de promessas; é argumentativa ainda que sem lógica (como o marketing), está coberta de aparências de afeto, de serviço que, na realidade, é manipulação, crueldade mental, enganação, suborno, doutrinação massacrante, chantagem emocional, corrupção criação de complexo de culpa e inferiorização frente aos demais; é ameaça com poderes sobrenaturais mágicos, é terrorismo espiritual, ideológico, é noofagia (matar, comer a mente), resultando em perda de autoconfiança e autonomia da vítima.

A violência psico-moral é a mais destrutiva, a mais perigosa e a mais bem disfarçada forma de violência porque mata psiquicamente. Por agora, isso é tratado, timidamente (porque denuncia abuso de poder do oficialismo) como “assédio moral”. Mas tem que, urgentemente, ser transformado em crime por lei, tanto quanto a violência física.

BIBLIOGRAFIA

1. GELL-MANN. Murray . The Quark and the jaguar: Adventures in the simple and complex . New York : Henry Holt and Co., 1994.

2. MACLEAN, Paul. The Triune Brain, Emotion, and Scientific Bias. NY, Schmitt Ed., 1970. Otras obras similares del mismo autor : A Triune Concept of the Brain and Behaviour”, and “The Triadic Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions, 1990.

No se puede dejar de asociar esa teoría a la de Sigmund Freud: el paleoencéfalo corresponde al id ; el límbico corresponde al ego; y el superego corresponde al neocórtex.

  1. GREGORI, W. Cibernética social – un método interdisciplinario de las ciencias sociales y humanas. Bogotá: ISCA Ed., 1984.
  2. MONBIOT, George. A ge of consent . London, Harper Perennial, 2003.
  3. BORGES, Jorge Luís. El Aleph. Barcelona: Editorial Sol, 2000.
  4. SOROS, George. George Soros on Globalization . New York: Public Affairs, 2002.
  5. SAMUELSON, Paul A. In Leonard Silk: The Economists . New York: Avon Books, 1978.
  6. MÜLLER, A.R. Teoria da organização humana ou dos 14 subsistemas sociais. São Paulo: Editora Sociologia Política, 1958. Versión modernizada de esa teoría se encuentra en los escritos de W. Gregori, como Cibernética Social, Sociología Pos-Capitalista & Pos-socialista, Capital Intelectual y Administración Sistémica etc.
  7. BATISTA, Sebastião. Aproximación al concepto del derecho desde la perspectiva triádica- descripción de su estructura, dinámica y finalidad (tesis de doctorado). Universidad de Almería, Almería – España, 2004.

MACEDO, Mauro. O advogado. São Paulo, 2005

Leave a Reply